Tenho em meu olhar filtro divino
De não ver o mal espraiar em volta
Como enamorada desse deus menino
Que de bibe claro vai caminho à escola
Entre minhas mãos tecidas de espuma
Onde segue Ulisses sempre a navegar
Entre mito e lendas vestidos de bruma.
Vejo trilho aberto no azul da onda
Onde teu olhar me vendou o dia
Vi milhares de asas como branca pomba
Perdida razão que leve se via.
Vi entre sargaços acenando ao longe
Nau em perdição nas vozes gemidas
É verde pinheiro que no vento foge
Gasta suas velas em terras perdidas.
Abismo oceânico quero uma hora só
Para olhar pra mim como fui um dia
Pois o mar escondeu esteira desse pó
que vem nos teus dedos escrever poesia.
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