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O BLOGUE UNIVERSAL E INTERNACIONALISTA


A praça é do povo. Como o céu é do condor. É o antro onde a liberdade. Cria águias em seu calor! ...

A palavra! Vós roubais-la
Aos lábios da multidão
Dizeis, senhores, à lava
Que não rompa do vulcão.

Castro Alves
Jornal de Poesia

Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes? / Em que mundo, em que estrelas tu te escondes / Embuçado nos céus? /Há dois mil anos te mandei meu grito / Que, embalde, desde então corre o infinito... / Onde estás, Senhor Deus?

Castro Alves


MINHA LEI E MINHA REGRA HUMANA: AS PRIORIDADES.

Marília Gonçalves

Grandes almas sempre encontraram forte oposição de mentes medíocres.
Albert Einstein

Perguntas Com Resposta à Espera

Portugal ChamaS e Não Ouvem a Urgência de Teu Grito? Portugal em que http://www.blogger.com/img/gl.bold.gifinevitavelmente se incluem os que votando certo, viram resvalar de suas mãos a luz em que acreditavam; A LUTA CONTINUA )
Quem Acode à Tragédia de Portugal Vendido ao Poder dos Financeiros?! Quem Senão TU, POVO DE PORTUGAL?! Do Mundo inteiro a irmã de Portugal a filha. Marília Gonçalves a todos os falsos saudosistas lamurientos, que dizem (porque nem sabem do que falam) apreciar salazar como grande vulto,quero apenas a esses,dizer-lhes que não prestam! porque erguem seus sonhos sobre alicerces de sofrimento, do Povo a que pertencem e que tanto sofreu às mãos desse ditador!sobre o sofrimento duma geração de jovens ( a que vocês graças ao 25 de Abril escaparam)enviada para a guerra, tropeçar no horror e esbarrar na morte, sua e de outros a cada passo! sobre o sofrimento enfim de Portugal, que é vossa história, espoliado de bens e de gentes, tendo de fugir para terras de outros para poder sobreviver, enquanto Portugal ao abandono,via secar-se-lhe o pobre chão, sem braços que o dignificassem! Tudo isso foi salazar, servido por seus esbirros e por uma corte de bufos e de vendidos, que não olhavam a meios,para atingir seus malévolos fins!Construam se dentro de vós há sangue de gente, vossos sonhos, com base na realidade e não apoiando-os sobre mitos apodrecidos, no sangue de inocentes!!! Marília Gonçalves (pois é! feras não têm maiúscula!!!)

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Que Serais-je Sans Toi

 Jean Ferrat

Album: Jean Ferrat - Vol. 2 (1999)



{Refrain:}
Que serais-je sans toi qui vins à ma rencontre
Que serais-je sans toi qu'un cœur au bois dormant
Que cette heure arrêtée au cadran de la montre
Que serais-je sans toi que ce balbutiement ?

J'ai tout appris de toi sur les choses humaines
Et j'ai vu désormais le monde à ta façon
J'ai tout appris de toi, comme on boit aux fontaines
Comme on lit dans le ciel les étoiles lointaines
Comme, au passant qui chante, on reprend sa chanson
J'ai tout appris de toi jusqu'au sens du frisson

{au Refrain}

J'ai tout appris de toi, pour ce qui me concerne,
Qu'il fait jour à midi, qu'un ciel peut être bleu,
Que le bonheur n'est pas un quinquet de taverne
Tu m'as pris par la main dans cet enfer moderne
Où l'homme ne sait plus ce que c'est qu'être deux
Tu m'as pris par la main comme un amant heureux

{au Refrain}

Qui parle de bonheur a souvent les yeux tristes,
N'est-ce pas un sanglot de la déconvenue,
Une corde brisée aux doigts du guitariste ?
Et pourtant, je vous dis que le bonheur existe
Ailleurs que dans le rêve, ailleurs que dans les nues,
Terre, terre, voici ses rades inconnues

{au Refrain}

Louis Aragon



Jean Ferrat   À Santiago Liste artistes en F Alléluia
Aimer à perdre la raison   Imprimer Aimer à perdre la raison à partir d'une fenêtre en mode texte Sauvegarder la chanson Aimer à perdre la raison par Jean Ferrat Ajouter cette page à vos Favoris :-)
  La sonnerie de « Aimer à perdre la raison » sur ton mobile    
Aimer à perdre la raison
Aimer à n'en savoir que dire
A n'avoir que toi d'horizon
Et ne connaître de saisons
Que par la douleur du partir
Aimer à perdre la raison

Ah c'est toujours toi que l'on blesse
C'est toujours ton miroir brisé
Mon pauvre bonheur, ma faiblesse
Toi qu'on insulte et qu'on délaisse
Dans toute chair martyrisée

Aimer à perdre la raison
Aimer à n'en savoir que dire
A n'avoir que toi d'horizon
Et ne connaître de saisons
Que par la douleur du partir
Aimer à perdre la raison

La faim, la fatigue et le froid
Toutes les misères du monde
C'est par mon amour que j'y crois
En elle je porte ma croix
Et de leurs nuits ma nuit se fonde

Aimer à perdre la raison
Aimer à n'en savoir que dire
A n'avoir que toi d'horizon
Et ne connaître de saisons
Que par la douleur du partir
Aimer à perdre la raison

Aragon

Música dos anos 60/70


Aqui a juventude, a minha, a tua, a nossa, a vossa, ao lado de quem? com quem foram partilhadas as canções do momento, hoje nostalgia... http://sz.com.sapo.pt/Anos_Dourados.html

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Sou negra hindu pele vermelha




Sou negra hindu pele vermelha
árabe, persa asiática
morena, branca, amarela,
sou incolor, aquática...
Sou rude como montanha
sou macia como arminho
tomo qualquer forma estranha
de cada irmão que adivinho
Sou feita de ar e de sol
de luz, de sangue de vento,
tenho a voz dum rouxinol
a soltar-me o pensamento.
Sou mistura conseguida
do humano universal
fecundo fruto da vida
porque a vida é natural.

Marília Gonçalves

sábado, 26 de fevereiro de 2011

PAZ TRIPOLI PAZ PARA TI E TODA A LÍBIA



Tripoli Ó branca Tripoli
Alá seja contigo
Ó branca Tripoli
no brando sono
aladas crianças não estão mais.
Tripoli Ó branca Tripoli
a pomba abra a asa sobre ti.
Marília Gonçalves 
A luz a sombra o poema
a voz o som o dilema
árvore, ar ou a água
vão aumentando esta mágoa.
O mar a terra e o fruto
lágrima riso de puto
que é no campo estrela flor
vê amanhecer o dia
numa voz que balbucia
indiferença, desamor
Marília Gonçalves


 
     
  Zeca Afonso  
     
 
Os Bravos - Lyrics Paroles Letra
 
     
  Eu fui à terra do bravo
Bravo meu bem, para ver se embravecia
Cada vez fiquei mais manso
Bravo meu bem, para a tua companhia

Eu fui à terra do bravo
Bravo meu bem,com meu vestido vermelho
O que eu vi de lá mais bravo
Bravo meu bem, foi um mansinho coelho

As ondas do mar são brancas
Bravo meu bem,e no meio amarelas
Coitadinho de quem nasce
Bravo meu bem, para morrer no meio de

Que Força é Essa





Sérgio Godinho



Que Força é Essa



Vi-te a trabalhar o dia inteiro
construir as cidades pr´ós outros
carregar pedras, desperdiçar
muita força p´ra pouco dinheiro
Vi-te a trabalhar o dia inteiro
Muita força p´ra pouco dinheiro

Que força é essa
que força é essa
que trazes nos braços
que só te serve para obedecer
que só te manda obedecer
Que força é essa, amigo
que força é essa, amigo
que te põe de bem com outros
e de mal contigo
Que força é essa, amigo
Que força é essa, amigo
Que força é essa, amigo

Não me digas que não me compr´endes
quando os dias se tornam azedos
não me digas que nunca sentiste
uma força a crescer-te nos dedos
e uma raiva a nascer-te nos dentes
Não me digas que não me compr´endes

(Que força...)

(Vi-te a trabalhar...)

Que força é essa
que força é essa
que trazes nos braços
que só te serve para obedecer
que só te manda obedecer
Que força é essa, amigo
que força é essa, amigo
que te põe de bem com outros
e de mal contigo
Que força é essa, amigo
Que força é essa, amigo
Que força é essa, amigo
Que força é essa, amigo

Unidade! Unidade! Do trabalho contra o capital! Camaradas, lutemos unidos porque é nossa a vitória final



Unidade! Unidade! Do trabalho contra o capital! Camaradas, lutemos unidos porque é nossa a vitória final

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

CGTPCGTP

CGTPCGTP
1










REUNIÃO DA COMISSÃO PERMAMENTE DE CONCERTAÇÃO SOCIAL
Governo quer dar nova machadada nos direitos dos trabalhadores e na contratação colectiva
CGTP-IN defende a dinamização da contratação colectiva, a valorização dos trabalhadores e a dignidade do trabalho e opõe-se firmemente a todas as novas tentativas de bloqueio e de uso dos direitos dos trabalhadores como um negócio mercantilista.
Ver video...

 
19marco_tarjeta_152.jpg
Ler folheto

Ver Cartaz
 

João Villaret

João Villaret foi um grande ator 
e um inigualável declamador, 
que enchia salas de espetáculos 
declamando poesia e falando de poetas,
sem nunca olhar para um papel.

Morreu no dia 21 de Janeiro, há 50 anos.

Alguém se lembrou de criar um site dedicado a ele. 
Conta ainda com pouca coisa, 
mas que merece ser visitado e, claro, ouvido.
Sugiro, para começar, alguns curtinhos. 
Mas, claro, ouvi-los todos é fantástico.

http://jvillaret.com.sapo.pt/

- Adivinha
- Balada da neve
- Fado falado
- Liberdade
- O menino de sua mãe

E o incontornável...

- Cântico negro

Consta que após a leitura deste poema,
no Teatro de S. Luís, recebeu uma ovação 
ininterrupta de perto de 30 minutos,
que constitui ainda hoje um record nacional
em qualquer tipo de espectáculo.
 

Para que o não esqueçamos-Baptista Bastos

Para que o não esqueçamos
25 Fevereiro2011  |  11:38
Baptista Bastos - b.bastos@netcabo.pt



http://www.jornaldenegocios.pt/images/2010_06/baptista_bastos.jpg
Baptista
Bastos
ARTIGOS DESTE AUTOR
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Zeca Afonso morreu há 24 anos [23 de Fevereiro de 1987], com uma doença atroz: esclerose lateral amiotrófica.
Tinha 57 anos e manteve, até ao remate dos dias, aquele sorriso meio-cândido, meio-malicioso, que lhe conferia o ar de menino de sempre. Pouco tempo antes conversámos numa leitaria à entrada das Escadinhas do Duque, das duas ou três tertúlias da zona a que chamávamos o Triângulo das Bermudas. Não era um local de perdição, ao contrário do que a alcunha pode querer dizer. Mas os encontros poderiam levar-nos pela noite adiante.

Os mesários dessas reuniões eram, entre muito outros, fixantes e passantes, Herberto Hélder, António José Forte, António Carmo, Aldina Costa, José Carlos González, Ricarte-Dácio de Sousa, Adriano de Carvalho, Serafim Ferreira, Teresa Roby, Luiz Pacheco, os actores Fernando Gusmão e António Assunção, e por aí fora. Olho para trás e reconheço que esses encontros são irrepetíveis, não só porque a morte já fez a sua ceifa como pelo facto de a atmosfera moral e afectuosa ser, agora, muito diferente.

Frequentei aqueles grupos durante anos. O "Diário Popular" era ali perto e dava-me jeito ir à bebida e à conversa com amigos, alguns dos quais (o Herberto, por exemplo) vinham dos bulícios da adolescência. O Zeca Afonso não era habitual; mas, naquele fim de tarde, sentou-se para conversar sonhos e esperanças tão antigos como o homem. "Estou a morrer devagarinho", disse-me. E a voz era como se viesse do fundo do corpo. A frase impressionou-me pela coragem. Ele sabia que estava condenado e talvez quisesse dizer-me que o sabia. Falou, logo a seguir, de outras coisas. Olhava para este homem novo, atingido por uma doença medonha, e recordava a generosidade limpa e aberta de alguém que dera tudo a todos e oferecera à Revolução o seu hino definitivo.

O Viriato Teles, grande jornalista que os senhores dos jornais têm laminado mas não destruído, escreveu, sobre o amigo e companheiro, páginas definitivas, e conhece, como ninguém, a dimensão da grandeza de uma pessoa rara. Mas o País ainda não homenageou o poeta admirável e o cantor de palavras claras que esteve sempre com as causas justas, as batalhas necessárias e as urgências que a História exigia. Melhor do que nós, fazem-no os galegos, para os quais José Afonso é um marco e um símbolo da dignidade e da probidade humanas.
Os textos de "intervenção" que escreveu pertencem à mais rigorosa selecta da lírica portuguesa.
Provêm, directamente, das fontes medievais e da tradição de combate e crítica da grande poesia. Zeca Afonso não facilitava a interpretação dos seus poemas. A diversidade de leituras que propõem sugeriu muitos estudos no estrangeiro e o respeito de duas ou três gerações que ele distinguiu com a lição de um desprendimento total.

Comparar a obra do poeta às "cançonetas" "dos" Deolinda, como por aí se tenta, é um ultraje e uma demonstrada ignorância. Mas estas comparações não são ingénuas. Fazem parte do arsenal de apoucamento do Zeca, que um sector da vida portuguesa deseja, há muito promover. É desnecessário. A força, a qualidade do imenso trabalho criador do autor de "Traz outro amigo também" não sofre paralelismo com outro qualquer. O que não passa de uma funçanata divertida e trôpega dificilmente poderá ser levada a sério e entendida como "intervenção social e ideológica." As comparações são propositadamente estabelecidas (inclusive por alguma Imprensa desprezível) para fomentar a confusão e enganar tolos. A estratégia não é nova. Ainda há quem não perdoe a Zeca Afonso a magnitude do seu talento e o cariz de uma arte que sempre recusou o panfleto sem desprezar a intenção de revolta.

No dia 23 de Fevereiro completaram-se 24 anos sobre a data da morte de um grande poeta português. É muito bom que, sob outras roupagens, a sua música e as suas palavras sejam cantadas pelo pessoal mais novo e ouvidas por todos aqueles que possuem da arte um conceito diferente porque superior. Quanto a mim, que fui amigo deste português incomum, deste artista sem paralelo, recordo-o com emoção, encantamento e orgulho. Ele faz parte do nosso comum património moral, ética e estético.

b.bastos@netcabo.pt

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Mario Quintana -Poesia


Baú de espantos
Mario Quintana


O VIAJANTE

Eu sempre que parti fiquei nas gares
Olhando, triste, para mim...


UMA CANÇÃO

Minha terra não tem palmeiras...
E em vez de um sabiá,
Cantam aves invisíveis
Nas palmeiras que não há.

Minha terra tem relógios,
Cada qual com sua hora
Nos mais diversos instantes...
Mas onde o instante de agora?

Mas onde a palavra "onde"?
Terra ingrata, ingrato filho,
Sob os céus da minha terra
Eu canto a Canção do Exílio!

Paco Ibañez - Poemas Vol III - 02 Nocturno

Paco Ibañez - Poemas Vol III - 02 Nocturno


Nocturno - Rafael Alberti - Madrid, 1937.

Nocturno - Rafael Alberti - Madrid, 1937.

 

Poetas Andaluces, Se equivocó la paloma, Rafael Alberti

Poetas Andaluces, Se equivocó la paloma, Rafael Alberti 

 

HUMAN PLANET- ecosistema e ser humano





HUMAN PLANET
 http://www.youtube.com/watch?v=2HiUMlOz4UQ&feature=player_embedded


O ser humano é o ser mais incrível do planeta. No entanto, se desaparecesse, seria o que menos falta faria para o equilíbrio dos ecossistemas...
                                                               ******************

pois é, mas que tragédia seria...
até porque se a beleza da natureza está presente, é o olhar humano que a revela!
Marília Gonçalves

A galopar - Paco Ibáñez y Rafael Alberti


Paco Ibañez [En el Olympia 2] 03 Palabras para Julia

Paco Ibañez [En el Olympia 2] 03 Palabras para Julia 

 

 

Pablo Neruda Ode à Poesia


 

Ode à Poesia

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pablo Neruda

Perto de cinquenta anos caminhando contigo, Poesia. A princípio  emaranhavas-me os pés e eu caía de bruços sobre a terra escura ou enterrava os olhos na poça para ver as estrelas. Mais tarde te apertaste a mim com os dois braços da amante e subiste pelo meu sangue como uma trepadeira. E logo te transformaste em taça. Maravilhoso foi ir-te derramando sem que te consumisses, ir entregando tua água inesgotável, ir vendo que uma gota caia sobre um coração queimado que de suas cinzas revivia. Mas ainda não me bastou. Andei tanto contigo que te perdi o respeito. Deixei de ver-te como náiade vaporosa,   pus-te a trabalhar de lavadeira, a vender pão nas padarias, a tecer com as simples tecedoras, a malhar ferros na metalurgia. E seguiste comigo andando pelo mundo, contudo já não eras a florida estátua de minha infância. Falavas agora com voz de ferro. Tuas mãos foram duras como pedras. Teu coração foi um abundante manancial de sinos, produziste pão a mãos cheias,  ajudaste-me a não cair de bruços,   deste-me companhia, não uma mulher, não um homem, mas milhares, milhões. Juntos, Poesia, fomos ao combate, à greve, ao desfile, aos portos, à mina e  ri- mequando saíste com a fronte tisnada de carvão ou coroada de serragem perfumada das serrarias. Já não dormíamos nos caminhos. Esperavam-nos grupos de operários com camisas recém-lavadas e bandeiras rubras. E tu, Poesia, antes tão desventuradamente tímida, foste na frente e todos acostumaram-se ao teu traje de estrela quotidiana, porque mesmo se algum relâmpago delactou tua família, cumpriste tua tarefa, teu passo entre os passos dos homens. Eu te pedi que fosses utilitária e útil, como metal ou farinha, disposta a ser arada, ferramenta, pão e vinho, disposta, Poesia, a lutar corpo-a-corpo e cair ensangüentada. E agora, Poesia, obrigado, esposa, irmã ou mãe ou noiva, obrigado, onda marinha, jasmim e bandeira, motor de música, longa pétala de ouro, campana submarina, celeiro inextinguível, obrigado terra de cada um de meus dias, vapor celeste e sangue de meus anos, porque me acompanhaste desde a mais diáfana altura até a simples mesa dos pobres, porque puseste em minha alma sabor ferruginoso e fogo frio, porque me levantaste até a altura insigne dos homens comuns, Poesia, porque contigo, enquanto me fui gastando, tu continuaste desabrochando tua frescura firme, teu ímpeto cristalino, como se o tempo que pouco a pouco me converte em terra fosse deixar correndo eternamente as águas de meu canto. Pablo Neruda

As vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido. Fernando Pessoa


terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Revolução Mundial em marcha

Révolution_de_1830_-_Combat_devant_l'hôtel_de_ville_-_28.07.1830


Aí está ela... anda no ar e vai descer à terra... já cheira...a Revolução???

 Há cerca de 3 ou 4 meses começaram a dar-se alterações profundas, e de nível global, em 10 dos principais factores que sustentam a sociedade actual. Num processo rápido e radical, que resultará em algo novo, diferente e porventura traumático, com resultados visíveis dentro de 6 a 12 meses... E que irá mudar as nossas sociedades e a nossa forma de vida nos próximos 15 ou 25 anos!

... tal como ocorreu noutros períodos da história recente: no status político-industrial saído da Europa do pós-guerra, nas alterações induzidas pelo Vietname/ Woodstock/ Maio de 68 (além e aquém Atlântico), ou na crise do petróleo de 73.

Façamos um rápido balanço da mudança, e do que está a acontecer aos "10 factores":

1º- A Crise Financeira Mundial : desde há 8 meses que o Sistema Financeiro Mundial está à beira do colapso (leia-se "bancarrota") e só se tem aguentado porque os 4 grandes Bancos Centrais mundiais - a FED, o BCE, o Banco do Japão e o Tesouro Britânico - têm injectado (eufemismo que quer dizer: "emprestado virtualmente à taxa zero") montantes astronómicos e inimagináveis no Sistema Bancário Mundial, sem o qual este já teria ruído como um castelo de cartas. Ainda ninguém sabe o que virá, ou como irá acabar esta história !...

2º- A Crise do Petróleo : Desde há 6 meses que o petróleo entrou na espiral de preços. Não há a mínima ideia/teoria de como irá terminar. Duas coisas são porém claras: primeiro, o petróleo jamais voltará aos níveis de 2007 (ou seja, a alta de preço é adquirida e definitiva, devido à visão estratégica da China e da Índia que o compram e amealham!) e começarão rapidamente a fazer sentir-se os efeitos dos custos de energia, de transportes, de serviços. Por exemplo, quem utiliza frequentemente o avião, assistiu há 2 semanas a uma subida no preço dos bilhetes de... 50% (leu bem: cinquenta por cento). É escusado referir as enormes implicações sociais deste factor: basta lembrar que por exemplo toda a indústria de férias e turismo de massas para as classes médias (que, por exemplo, em Portugal ou Espanha representa 15% do PIB) irá virtualmente desaparecer em 12 meses! Acabaram as viagens de avião baratas (...e as férias  massivas!), a inflação controlada, etc...

3º- A Contracção da Mobilidade : fortemente afectados pelos preços do petróleo, os transportes de mercadorias irão sofrer contracção profunda e as trocas físicas comerciais (que sempre implicam transporte) irão sofrer fortíssima retracção, com as óbvias consequências nas indústrias a montante e na interpenetração económica mundial.

4º- A Imigração : a Europa absorveu nos últimos 4 anos cerca de 40 milhões de imigrantes, que buscam melhores condições de vida e formação, num movimento incessante e anacrónico (os imigrantes são precisos para fazer os trabalhos não rentáveis, mas mudam radicalmente a composição social de países-chave como a Alemanha, a Espanha, a Inglaterra ou a Itália). Este movimento irá previsivelmente manter-se nos próximos 5 ou 6 anos! A Europa terá em breve mais de 85 milhões de imigrantes que lutarão pelo poder e melhor estatuto sócio-económico (até agora, vivemos nós em ascensão e com direitos à custa das matérias-primas e da pobreza deles)!

5º- A Destruição da Classe Média : quem tem oportunidade de circular um pouco pela Europa apercebe-se que o movimento de destruição das classes médias (que julgávamos estar apenas a acontecer em Portugal e à custa deste governo) está de facto a "varrer" o Velho Continente! Em Espanha, na Holanda, na Inglaterra ou mesmo em França os problemas das classes médias são comuns e (descontados alguns matizes e diferente gradação) as pessoas estão endividadas, a perder rendimentos, a perder força social e capacidade de intervenção.

6º- A Europa Morreu : embora ainda estejam projectar o cerimonial do enterro, todos os Euro-Políticos perceberam que a Europa moribunda já não tem projecto, já não tem razão de ser, que já não tem liderança e que já não consegue definir quaisquer objectivos num "caldo" de 27 países com poucos ou nenhuns traços comuns!... Já nenhum Cidadão Europeu acredita na "Europa", nem dela espera coisa importante para a sua vida ou o seu futuro! O "Requiem" pela Europa e dos "seus valores" foi chão que deu uvas: deu-se há dias na Irlanda!

7º- A China ao assalto! Contou-me um profissional do sector: a construção naval ao nível mundial comunicou aos interessados a incapacidade em satisfazer entregas de barcos nos próximos 2 anos, porque TODOS os estaleiros navais do Mundo têm TODA a sua capacidade de construção ocupada por encomendas de navios.... da China. O gigante asiático vai agora "atacar" o coração da Indústria europeia e americana (até aqui foi just a joke...). Foram apresentados há dias no mais importante Salão Automóvel mundial os novos carros chineses. Desenhados por notáveis gabinetes europeus e americanos, Giuggiaro e Pininfarina incluídos, os novos carros chineses são soberbos, réplicas perfeitas de BMWs e de Mercedes (eu já os vi!) e vão chegar à Europa entre os 8.000 e os 19.000 euros! E quando falamos de Indústria Automóvel ou Aeroespacial europeia...helás! Estamos a falar de centenas de milhar de postos de trabalhos e do maior motor económico,  financeiro e tecnológico da nossa sociedade. À beira desta ameaça, a crise do têxtil foi uma brincadeira de crianças! (Os chineses estão estrategicamente em todos os cantos do mundo a escoar todo o tipo de produtos da China, que está a qualificá-los cada vez mais).

8º- A Crise do Edifício Social : As sociedades ocidentais terminaram com o paradigma da sociedade baseada na célula familiar! As pessoas já não se casam, as famílias tradicionais desfazem-se a um ritmo alucinante, as novas gerações não querem laços de projecto comum, os jovens não querem compromissos, dificultando a criação de um espírito de estratégias e actuação comum...

9º- O Ressurgir da Rússia/Índia : para os menos atentos: a Rússia e a Índia estão a evoluir tecnológica, social e economicamente a uma velocidade estonteante! Com fortes lideranças e ambições estratégicas, em 5 anos ultrapassarão a Alemanha!

10º- A Revolução Tecnológica : nos últimos meses o salto dado pela revolução tecnológica (incluindo a biotecnologia, a energia, as comunicações, a nano tecnologia e a integração tecnológica) suplantou tudo o previsto e processou-se a um ritmo 9 vezes superior à média dos últimos 5 anos!

Eis pois, a Revolução!

Tal como numa conta de multiplicar, estes dez factores estão ligados por um sinal de "vezes" e, no fim, têm um sinal de "igual". Mas o resultado é ainda desconhecido e... imprevisível. Uma coisa é certa: as nossas vidas vão mudar radicalmente nos próximos 12 meses e as mudanças marcar-nos-ão (permanecerão) nos próximos 10 ou 20 anos, forçando-nos a ter carreiras profissionais instáveis, com muito menos promoções e apoios financeiros, a ter estilos de vida mais modestos, recreativos e ecológicos.

Espera-nos o Novo! Como em todas as Revoluções!

Um conselho final: é importante estar aberto e dentro do Novo, visionando e desfrutando das suas potencialidades! Da Revolução! Ir em frente! Sem medo!

Afinal, depois de cada Revolução, o Mundo sempre mudou para melhor!...

  (enviado por amigo)

Ode à Poesia -Pablo Neruda




 Ode à Poesia






 



 



 



 



 



 



 



Pablo Neruda


Perto de cinquenta anos
caminhando
contigo, Poesia.
A princípio
 emaranhavas-me os pés
e eu caía de bruços
sobre a terra escura
ou enterrava os olhos
na poça
para ver as estrelas.
Mais tarde te apertaste
a mim com os dois braços da amante
e subiste
pelo meu sangue
como uma trepadeira.
E logo
te transformaste em taça.
Maravilhoso
foi
ir-te derramando sem que te consumisses,
ir entregando tua água inesgotável,
ir vendo que uma gota
caia sobre um coração queimado
que de suas cinzas revivia.
Mas
ainda não me bastou.
Andei tanto contigo
que te perdi o respeito.
Deixei de ver-te como
náiade vaporosa,
      pus-te a trabalhar de lavadeira,
a vender pão nas padarias,
a tecer com as simples tecedoras,
a malhar ferros na metalurgia.
E seguiste comigo
andando pelo mundo,
contudo já não eras
a florida
estátua de minha infância.
Falavas
agora
com voz de ferro.
Tuas mãos
foram duras como pedras.
Teu coração
foi um abundante
manancial de sinos,
produziste pão a mãos cheias,
 ajudaste-me
a não cair de bruços,
      deste-me companhia,
não uma mulher,
não um homem,
mas milhares, milhões.
Juntos, Poesia,
fomos
ao combate, à greve,
ao desfile, aos portos,
à mina
e  ri- mequando saíste
com a fronte tisnada de carvão
ou coroada de serragem perfumada
das serrarias.
Já não dormíamos nos caminhos.
Esperavam-nos grupos
de operários com camisas
recém-lavadas e bandeiras rubras.
E tu, Poesia,
antes tão desventuradamente tímida,
foste
na frente
e todos
acostumaram-se ao teu traje
de estrela quotidiana,
porque mesmo se algum relâmpago delactou tua família,
cumpriste tua tarefa,
teu passo entre os passos dos homens.
Eu te pedi que fosses
utilitária e útil,
como metal ou farinha,
disposta a ser arada,
ferramenta,
pão e vinho,
disposta, Poesia,
a lutar corpo-a-corpo
e cair ensangüentada.
E agora,
Poesia,
obrigado, esposa,
irmã ou mãe
ou noiva,
obrigado, onda marinha,
jasmim e bandeira,
motor de música,
longa pétala de ouro,
campana submarina,
celeiro
inextinguível,
obrigado
terra de cada um
de meus dias,
vapor celeste e sangue
de meus anos,
porque me acompanhaste
desde a mais diáfana altura
até a simples mesa
dos pobres,
porque puseste em minha alma
sabor ferruginoso
e fogo frio,
porque me levantaste
até a altura insigne
dos homens comuns,
Poesia,
porque contigo,
enquanto me fui gastando,
tu continuaste
desabrochando tua frescura firme,
teu ímpeto cristalino,
como se o tempo
que pouco a pouco me converte em terra
fosse deixar correndo eternamente
as águas de meu canto.

Pablo Neruda





Crepúsculo



Crepúsculo

Ela varre com vassouras multicores
E sai espalhando fiapos,
Ó Dona arrumadeira do crepúsculo,
Volta atrás e espana os lagos:

Deixaste cair novelo de púrpura,
E acolá um fio de âmbar,
Agora, vejam, alastras todo o leste
Com estes trapos de esmeralda!

Inda a brandir vassouras coloridas,
Inda a esvoaçar aventais,
Até que as piaçabas viram estrelas —
E eu me vou, não olho mais.

Emily Dickinson

06/10/10

Lorca Poeisia e Vida



Federico García Lorca 

Oh! que penas tão fundas
E nunca aliviadas,
As vozes dolorosas
Que os poetas cantam!

(Federico García Lorca)





    Às cinco horas da tarde

Federico García Lorca





    A CAPTURA E A MORTE

                                   Tradução: Oscar Mendes

    Às cinco horas da tarde.

    Eram cinco da tarde em ponto.

    Um menino trouxe o lençol branco

    às cinco horas da tarde.

    Um cesto de cal já prevenida

    às cinco horas da tarde.

    O mais era morte e apenas morte

    às cinco horas da tarde.

    O vento arrebatou os algodões

    às cinco horas da tarde.

    E o óxido semeou cristal e níquel

    às cinco horas da tarde.

    Já pelejam a pomba e o leopardo

    às cinco horas da tarde.

    E uma coxa por um chifre destruída

    às cinco horas da tarde.

    Os sons já começaram do bordão

    às cinco horas da tarde.

    As campanas de arsênico e a fumaça

    às cinco horas da tarde.

    Pelas esquinas grupos de silêncio

    às cinco horas da tarde.

    E o touro todo coração ao alto

    às cinco horas da tarde.

    Quando o suor de neve foi chegando

    às cinco horas da tarde,

    quando de iodo se cobriu a praça

    às cinco horas da tarde,

    a morte botou ovos na ferida

    às cinco horas da tarde.

    Às cinco horas da tarde.

    Às cinco em ponto da tarde.

    

    Um ataúde com rodas é a cama

    às cinco horas da tarde.

    Ossos e flautas soam-lhe ao ouvido

    às cinco horas da tarde.

    Por sua frente o touro já mugia

    às cinco horas da tarde.

    O quarto se irisava de agonia

    às cinco horas da tarde.

    A gangrena de longe já se acerca

    às cinco horas da tarde.

    Trompa de lis pelas virilhas verdes

    às cinco horas da tarde.

    As feridas queimavam como sóis

    às cinco horas da tarde,

    e as pessoas quebravam as janelas

    às cinco horas da tarde.

    Ai que terríveis cinco horas da tarde!

    Eram as cinco em todos os relógios!

    Eram cinco horas da tarde em sombra!

    

    LA COGIDA Y LA MUERTE


    A las cinco de la tarde.
    Eran las cinco en punto de la tarde.
    Un niño trajo la blanca sábana
    a las cinco de la tarde.
    Una espuerta de cal ya prevenida
    a las cinco de la tarde.
    Lo demás era muerte y sólo muerte
    a las cinco de la tarde.

    El viento se llevó los algodones
    a las cinco de la tarde.
    Y el óxido sembró cristal y níquel
    a las cinco de la tarde.
    Ya luchan la paloma y el leopardo
    a las cinco de la tarde.
    Y un muslo con un asta desolada
    a las cinco de la tarde.
    Comenzaron los sones del bordón
    a las cinco de la tarde.
    Las campanas de arsénico y el humo
    a las cinco de la tarde.
    En las esquinas grupos de silencio
    a las cinco de la tarde.
    ¡Y el toro, solo corazón arriba!
    a las cinco de la tarde.
    Cuando el sudor de nieve fue llegando
    a las cinco de la tarde,
    cuando la plaza se cubrió de yodo
    a las cinco de la tarde,
    la muerte puso huevos en la herida
    a las cinco de la tarde.
    A las cinco de la tarde.
    A las cinco en punto de la tarde.

    Un ataúd con ruedas es la cama
    a las cinco de la tarde.
    Huesos y flautas suenan en su oído
    a las cinco de la tarde.
    El toro ya mugía por su frente
    a las cinco de la tarde.
    El cuarto se irisaba de agonía
    a las cinco de la tarde.
    A lo lejos ya viene la gangrena
    a las cinco de la tarde.
    Trompa de lirio por las verdes ingles
    a las cinco de la tarde.
    Las heridas quemaban como soles
    a las cinco de la tarde,
    y el gentío rompía las ventanas
    a las cinco de la tarde.
    A las cinco de la tarde.
    ¡Ay qué terribles cinco de la tarde!
    ¡Eran las cinco en todos los relojes!
    ¡Eran las cinco en sombra de la tarde!
    

   Federico García Lorca
         "A Captura e a Morte"
            ("La Cogida y la Muerte")
            In Romanceiro Gitano e Outros Poemas  
            Tradução de Oscar Mendes
            Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1985
 

A Cidade e as Serras Eça de Queirós

O Livro da Semana


Seara Livre

     

        Seara Livre

Celeiro de abundância
vazio, à fome de alguém
bate-te à porta a infância
famélica ao pé da mãe.

Inútil pão doutro dia
nos olhos de ver morrer!
Quem pode ter alegria
por a semente prender?

Vendavais! Levem o muro
que prende o pão de amanhã.
Sementeira do futuro
a negar a vida vã.

Só quando livre a seara
crescer em pão mundial
a manhã será mais clara
nas margens do ideal.

Quando fluente o olhar
vier poisar de mansinho
na forma do verbo amar
pelas curvas do caminho

Nos então seremos povo
seremos gente a valer
semente do homem novo
que de nós há-de nascer!

Marília Gonçalves

Acolhimento-Co-produção Artistas Unidos/ LAMA/ Molloy




Dia 24 e 25 de Fevereiro 21h30 |Espaço Fontenova
Rua Dr. Sousa Gomes nº11 Setúbal


O quotidiano tragicamente cómico de dois miseráveis pícaros: a taberna e o estábulo, a mendicidade e o roubo, o ódio, o rancor entre pobres que se vira, como em Stabat Mater.
O “inexprimível” a que Tarantino quer dar presença e voz é tudo aquilo que, dentro de nós, se agita na sombra: o universo obscuro e miserável da marginalidade e da doença, que a sociedade oculta nos mais escuros recantos da cidade e da consciência.




Tradução Tereza Bento Com João de Brito e Tiago Nogueira Cenário e Figurinos Rita Lopes Alves Luz Pedro Domingos Assistência Joana Barros Apoio à produção João Meireles Um espectáculo de João de Brito e Tiago Nogueira com a colaboração de Jorge Silva Melo Co-produção Artistas Unidos/ LAMA/ Molloy Associação Cultural

Reservas: 265 233 299: 96 733 01 88/ Lotação limitada








Teatro Estúdio Fontenova
Rua Doutor Sousa Gomes, 11 2900-188 SETÚBAL
tel/fax 265 233 299
tlm 96 733 01 88 / 96 686 14 76
mail tef@sapo.pt




segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Elvis Presley - Love Me Tender

Elvis Presley - Love Me Tender


Love me tender,love me sweet,
never let
me go.
You have made my life complete,
and I
love you so.Love me tender,love me true,
all my dreams fulfilled.
For my darlin' I
love you,
and I always will.
Love me tender,love me long,
take
me to your heart.
For it's there that I belong,
and we'll never part.
Love me tender,love me dear,
tell
me you are mine.
I'll be yours through all the years,
till the end of time.



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Elvis Presley Jailhouse Rock 1957 colour

Elvys Presley - A última apresentação + tradução.

Elvys Presley - A última apresentação + tradução.














Durante a segunda guerra mundial, Picasso que vivia na Rua des Grands-Augustins em Paris, recebeu a visita de Otto Abetz, embaixador nazi. Este último, ter-lhe-ia perguntado, diante de uma foto da tela de Guernica ( conservada então em New York no MoMA):" foi você quem fez isto?", Picasso teria respondido: Não...vocês"

Durant la Seconde Guerre mondiale, Picasso vivant rue des Grands-Augustins à Paris, reçut la visite d'Otto Abetz, l'ambassadeur nazi. Ce dernier lui aurait demandé devant une photo de la toile de Guernica (alors conservée à New York au MoMA) : « C'est vous qui avez fait cela ? », Picasso aurait répondu : :« Non...vous »[


(enviado por amigo)

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Meu corpo, que mais receias? de Jorge de Sena

Meu corpo, que mais receias?

-Meu corpo, que mais receias?
-Receio quem não escolhi.

-Na treva que as mãos repelem
os corpos crescem trementes.
Ao toque leve e ligeiro
O corpo torna-se inteiro,
Todos os outros ausentes.

Os olhos no vago
Das luzes brandas e alheias;
Joelhos, dentes e dedos
Se cravam por sobre os medos...
Meu corpo, que mais receias?

-Receio quem não escolhi,
quem pela escolha afastei.
De longe, os corpos que vi
Me lembram quantos perdi
Por este outro que terei.

                Jorge de Sena

A POESIA COMO NECESSIDADE INTERIOR

l'univers et la bêtise humaine Einstein

Deux choses sont infinies: l'univers et la bêtise humaine, en ce qui concerne l'univers, je n'en ai pas acquis la certitude absolue.
Albert Einstein

A Pensar Colectivo "sobre o roubo da Alegria"









Caro Companheiro de Abril, meu Capitão
Dirijo-me a si, em continuidade da resposta  ao post Ser Humano, mas se é a si que me dirijo, não é a si que me refiro, porque você meu caro, é um homem bom e sensível com quem sempre se poderá falar (mesmo se por vezes arma em torto).
Vamos ao assunto:
Não defendo uma posição, que se defende muito bem por si própria, caro amigo, clarifico a minha postura perante o seu termo de feminismo, já que há vários tipos de feminismo, no meu, opto por condenar o machismo de hoje, numa época em que homem e mulher deveriam ser companheiros em luta por um mundo melhor e fraterno, porque enquanto o pesadelo, for o pão de cada dia de uns, quer sejam mulheres ou não, ninguém pense o mundo de beleza e Paz, possível, o chefe índio Seattle, frisou-o ao bem  na carta que escreveu ao presidente dos USA, tudo está ligado! e hoje como ontem: tudo! Homens e Natureza! e, diga-me parece-lhe possível o riso enquanto outros de desespero (evitável) choram, morrem, sofrem, são mortos e assassinados, têm fome, e , horror, morrem sem água? morrem-nos e matam-nos a nós mesmos em cada irmão ultrajado, humilhado, assassinado, preso, torturado, esquecido! o que nada de humano justifica, mas, a reforçar o horror, quantas vezes a violência sobre a Mulher é cometida perto de nós, à nossa frente, violência que confortavelmente nos negamos a ver? mulheres violentadas, violadas, mulher-presa, desde a infância, vítima da evidente diferença muscular, que confere ao homem maior força física ( e quem a nega? acho que essa ninguém)! por isso me bato ao lado dos que choram e das que choram, ou dos que o denunciam, convicta e com afinco, é que veja bem, não me contento em bater-me por conquistar um Mundo de Direitos e Deveres (claro os deveres fazem parte do civismo) , mas vejo para além dessa cortina de sofrimento, uma alegria de viver a conquistar e creia porque nela não há excluídos, merece-me todos os esforços, é pois pelo colorido dessa vida em que creio que me bato, porque por isso nos trouxeram ao Mundo, onde fraternos e justos para com todos e entre todos, possamos evoluir, confiantes, entusiastas, responsáveis e amigos.
Mas hoje enquanto sofrem outros povos, enquanto sofre quem trabalha, enquanto sofrem crianças, jovens, idosos (nos quais começo a incluir-me), enquanto sofrem Mulheres, porque homens, continuam a agir e a falar, servindo-se da força física como argumento, ou menos falado, mas tão nefasto como a primeira, da força económica (que pesa tanto negativamente dentro duma casa de família, como num país, ou no mundo).
Toda a forma de dominação, seja qual for o pretexto e sobre seja qual for o ser humano, ou sobre a colectividade é injusta e porque contrária à humanidade deve ser combatida, e penso-o sinceramente, é nefasta mesmo ao dominador, porque o distancia de si mesmo, afastando-o do profundo humano que deveria ser o seu. Por isso, todos aqueles que duma forma ou de outra têm nas mãos, instrumentos de comunicação, deveriam pesar as consequências de cada palavra, antes de as proferir ou escrever, nada do que se diz é sem consequências,e se alguma inteligência nos habita,
( meu caro Companheiro, este pedacinho não é para si,a sua sensibilidade sem limite, responde antes de mais, pela sua actuação), devíamos ter em linha de conta que temos obrigação de utilidade na Terra e que essa obrigação é para connosco, de deixar um dia ao partir, a marca indelével, mesmo se invisível, da nossa passagem pela vida, até porque essa é a única maneira de não morrermos completamente, deixar a vida (não o podemos evitar) mas tendo a nosso nível contribuído, para um sopro mais no avanço da VIDA  e da HUMANIDADE e então no momento da partida, levar connosco uma infinita saudade, da beleza, da luz, do amor de todo o tipo, do respeito, mas partir serenamente, na certeza de pelo menos, nunca ter sido nocivo nem à vida, nem à conquista do direito à alegria de viver de todos e de cada um! Mas para que tal seja, hoje diante da aflição em que se vive, a palavra é combate e Luta, ou a nossa lucidez estaria seriamente comprometida
Quem me dera, que o Mundo fosse o que ainda não é: também na minha poesia essa realidade estaria reflectida e poderia escrever alegria e beleza sem cansaço! assim, sendo as coisas o que são, e como essa preocupação existe concreta no meu mundo interior, claro, condiciona quanto sou e faço e por conseguinte o que escrevo, mesmo se por momentos fujo para recuperar forças para o que a natureza ou o ser humano fizeram de belo e de grande! é mesmo uma necessidade, se nunca recuperamos dos dissabores, falta o indispensável para que qualquer Luta possa ser eficaz, a força e a convicção.
Semear desespero sem saída, não me parece a forma mais eficaz de incentivar os ânimos para a Luta pela Dignidade e por um um Mundo melhor, mas para semear Esperança é preciso acreditar nela e para acreditar é preciso estar forte, por isso defendo quem sofre, porque o fim de cada sofrimento é uma porta que se abre para a alegria e para a Esperança, logo para uma continuidade de conquistas e de aperfeiçoamento, tanto próprio como colectivo, simplesmente porque somos seres humanos e que nascemos com essa "coisa extraordinária" que se chama Consciência!
o meu abraço

Marília Gonçalves