Vindas de tempo distante
quando sol amanhecia
Gargalhavam as manhãs…
como uma fotografia
ficou esse testemunho
Daquela estrada exilada
onde chiaram carroças
as casas à beira tempo
na história estavam paradas.
Mas a vida prosseguia
nos seus afãs campesinos
na diferença entre estações
nos perfumes desiguais
de cada falta que havia
em cada rosto expressões
da fome que os invadia.
Como eram longos os dias
de trabalho repetido
com arcas de pão vazias
dias de vento e ruído
ou velhas arcas de sal
que guardavam desde o verão
magras petingas que ao pão
num ténue gosto de verão
eram quinhão repartido
por entre sopas fervidas.
Uma vida tão esforçada
na espera da estação quente
por mais uns quilos de vida.
Meu País e minha Gente
Marilia Gonçalves