O PRIMEIRO QUARTEL DO 25 ABRIL 74, É
ESQUECIDO, PORQUÊ?
Sim, de facto a Escola
Prática de Artilharia, sedeada em Vendas Novas, foi a 1ª a entrar em acção, às
22h 55', EXACTAMENTE, de 24 de Abril 74.
À 1ª senha:" E depois do Adeus, canta
Paulo de Carvalho, são 22h e 55'...”, como impulsionados por um poderosa mola
da vontade e da motivação transcendente, a equipa de que era o chefe - depois
de ter feito uma mudança dramática, para substituir um camarada faltoso na hora
da chamada - avançou pela noite dentro e assaltou o gabinete do Comandante,
para o deter. Preparava-se a cerimónia de recepção, para o dia seguinte, 25 de
Abril 74, ao então ministro do Exército, general Andrade e Silva, que ia
visitar a Escola Prática de Artilharia, para nos prometer melhores vencimentos,
o que, prova que não era por questões corporativas que lutávamos. Era, já, por
Portugal, os portugueses e a liberdade que íamos fazer o 25 de Abril.
Sim, foram
os tenentes Henrique Pedro, Sales Grade e eu, os 1º a tomarem uma unidade por e para Abril, mas
os príncipes, os cardeais gordos e os
vaidosos de sempre, nunca disseram nada sobre isto, nunca honraram estes
jovens, e, pelo contrário, sempre os calaram. Porquê?
Só que, se a Escola Prática de Artilharia
tivesse falhado, porque foi a 1º a agir, seria muito difícil à senha da
Grândola Vila Morena ter tido o sucesso que teve. Coisas… que as várias
desonestidades, gostam de calar, percebe-se…
Ou lá diz a Bíblia, os
primeiros, serão os últimos, e contra maldições bíblicas as almas humildes
podem nada. MALDIÇÃO!
Quantas verdades,
foram e são escondidas, escamoteadas por
todos os cardeais e príncipes, para que eles pudessem e possam brilhar aos olhos do povo, plebeu, tantas
vezes enganado pela propaganda e a
publicidade politicas, que de facto mistificam e transformam desde ratos mikey,
adversários e carrascos em heróis
genuínos?
Mas como a história revela nada disto é
diferente do que já acontecia nas masmorras da inquisição, ou da PIDE, como
muitos sabem e também calam.
Em todas as situações
é preciso compreender as fragilidades humanas, compreendo-as, mas todos devem
ser humildes.
Estive preso com um meu camarada que na prisão
teve um comportamento INDECOROSO, IMORAL de TOTAL FALTA DE CAMARADAGEM, mas
logo que saiu da prisão, foi para o meio do povo falar de REVOLUÇÃO, e parece
que tem feito carreira, quando devia cobrir a cara da lama da vergonha e no
mínimo pedir desculpa pelo mal que fez na prisão aos seus companheiros. Deveria reduzir-se à sua condição de homem
fraco e com comportamentos imorais. Mas não, criou um blogue e há gente que
sabendo isto ainda o lê.
Compreendo e desculpo a fragilidade humana,
que é a substância de quase todos, em cujo grupo me incluo. Todavia há quem das
fraquezas, faça forças, são seres morais, e têm algo a dizer aos outros,
enquanto, os demais devem calar-se para todo o sempre, afim de que o reino da
podridão não seja mais tenebroso e Universal do que já é.
Andrade da Silva
PS:
É tão dramática a
verdade deste tenebroso esquecimento que não encontrei no Google nenhuma imagem
sobre a intervenção da Escola Prática de
Artilharia no 25 de Abril 74.