A
história, Portugal e os portugueses só por má fé, ou cegueira é que
poderão negar as grandes páginas heróicas escritas com sangue, dor,
lágrimas, tortura e prisão de centenas, milhares de comunistas anónimos
que lutaram contra as injustiças sociais, a crueldade e a promoção da
indignidade humana durante décadas, por verdadeiros FASCISTAS e outros
poderosos donos de empresas e latifúndios, de um modo especial estes,
que eram ao lado do regime colonia da Madeira( descrito por Horácio
Bento de Gouveia no livro a Canga, que o sr. Brigadeiro Azeredo em 75
queria que eu fosse extinguir, o que, por causa da paz social no
Alentejo o general Fabião não deixou, tendo-me subtraído a essa grande
alegria que coube a João Jardim) e continuam a ser, mais por questões de
uma ideologia ultramontana, expressa no sentimento de posse da terra,
associado a um comportamento inqualificável do seu completo abandono e
improdutividade - era assim ante do 25 de Abril 74 e continua a ser em
extensas áreas do Alentejo- um anacronismo social, humano e económico
inumano, antipatriótico, inqualificável.
Em
qualquer contexto de uma democracia todos os partidos que lutem pela
justiça social e aprofundamento da democracia participativa económica,
social e cultural têm lugar no Portugal de Abril que, como militar do 25
de Abril, ajudei a construir, e como alguns nessas alturas e em 77/78
identificavam-me em pleno Tribunal Militar de Santa Clara de Lisboa,
seria um heróico capitão do Alentejo Latifundiário e um dos principais
obreiros da liberdade, eles o disseram, todos ouviram, e está editado,
no livro de Manuel Geraldo : A Legitima Defesa de um Capitão de Abril, o
que, também Álvaro Cunhal referiu num dos comícios do PCP em Évora, o
que o povo Alentejano de então, ainda vivo, não esquece, bem como, os
agrários que, entre outras, coisas foram obrigados a respeitarem a
dignidade dos trabalhadores alentejanos. Foi mesmo assim, quando queriam
despejar metralha sobre eles, como na herdade da Sé em Évora e também
em Montemor-o Novo, aqui, com armas de guerra, tiveram sim, de pagarem
milhares de contos de salários em atraso, restituírem as terras aos
trabalhadores, não para serem ROUBADAS; MAS SIM, SEMEADAS, o que, não
eram. Por tudo isto me apelidaram de alma negra da reforma agrária -
Vacas de Carvalho, in O Fracasso de Um Processo: A Reforma Agrária no
Alentejo.
Depois
desta grande vitória muito tem acontecido de diferente no Alentejo,
enquanto, na Madeira a colonia acabou, no Alentejo o latifúndio
regressou e as terras incultas, todavia a dignidade mantém-se de pé.
Sem
nenhuma reserva num contexto democrático os partidos comunistas têm
lugar, e numa situçao em que de novo se desrespeita a dignidade das
pessoas, sobretudo dos mais desfavorecidos, um partido que lute
efectivamente pela defesa do adequado de dignidade, não há o mínimo de
dignidade, esta tem de ser a adequada, e como se esta a perder esta
perspectiva, um organizador do
protesto é vital, como é, nesta circunstância, quem, como a Igreja
Católica, vai dando os pensos rápidos a quem sofre.
Por
tudo isto o Partido Comunista Português e outros partidos , pessoas e
instituições de defesa dos direitos do POVO em Portugal, na Europa e no
Mundo terão bem mais para além de outros longos 90 anos de lutarem pelos
valores imortais da dignidade. Que nunca lhes faleça a força e a
esperança, porque se não esta crónica ganância e horrorosa esquizofrenia
de reduzir as pessoas a coisas e a escravos seria bem mais grave do que
já hoje é.
Um
abraço às mulheres e homens que lutam por mais Sol e liberdade para
todos.Parabéns ao PCP e votos para que com todos os democratas, amantes
da paz, da liberdade e da dignidade humana ajude a reconstruir a justiça
e a dignidade perdidas e um Portugal mais justo, mais fraterno e
tolerante, como é apanágio de tantos e tantos comunistas.