![]() |
O Inaceitável |
Não esqueçam os culpados da fome e da miséria, apontem o dedo acusador, contra os que exigem sacrifícios ao povo que trabalha, enquanto eles vivem na fartura, no excesso, no luxo! Lembrem que na alvar risada que soltam, estão inscritas as lágrimas de milhões de famílias, lembrem que essas lágrimas, vão correndo dolorosas e vermelhas e se transformam no sangue inocente derramado, porque o desemprego, a falta de habitações condignas, de agasalho e de alimento indispensável, trazem inevitavelmente, aos pobres, a doença e a morte. Ergam-se acusadores. Sejam dignos da vossa inteligência de Seres Humanos, e ergam acima do rebanho silencioso, a vossa humana Consciência!
Não aceitem, a fome de quem passa, pode um dia e muito em breve ser a vossa, as lágrimas, o pranto dos filhos dos outros, pode vir amanhã, num instante a ser o pranto desesperado e doentio de vossos próprios filhos!
De Pé, todos contra o Capitalismo selvagem, contra as fortunas de umas centenas de famílias, que a levantam do esforço e do sofrimento de milhões!
Ergam-se, levantem potente a vossa voz, na coragem que vos torna dignos de vós próprios, e assegurem o Futuro dos vossos filhos, combatendo pela justiça ao lado dos vossos semelhantes. Lembrem: todos somos iguais, e o sofrimento e o horror que se abatem sobre as casas dos mais, nada impede que se abata sobre vós!
A Unidade no combate contra a força do dinheiro, é mais poderosa, porque nós somos o numero maioritário que habita a Terra, eles são centenas, nós, milhares e milhares, cada vez mais conscientes de que dentro em pouco, apenas nas lixeiras encontraremos o magro e doentio sustento a que a fome obriga!
De Pé Povo que trabalha e sofre! De Pé contra a Mundialização do dinheiro, que nos condena, ao desespero, e a não vermos saída, para este caminho para onde nos arrastam que de nada se privam e nos exigem privações!
De Pé Minha Gente, que somos irmãos de igual destino: Ou a Luta e a Coragem ou a nossa irremediável queda no abismo!
De Pé Companheiros!
Marília Gonçalves
Trigo ao Vento
Trigo ao Vento
Do pão da minha fome
Ondula o pensamento
No olhar da criança que não come
O mundo anda esquecido da razão
Que grita bocas de repartir
De que nos serve o coração
Se o não queremos ouvir
A criança meu irmão é um tesoiro
De luz universal
De que nos serve o oiro
Se olhar da infância
Não brilha natural
Que mundo preparamos ao futuro
Se a criança é semente
Que a vida fará florescer
Diferente ou indiferente.
Segundo o que aprender,
se nosso exemplo d’ egoísmo
lhe mostra sombra, escuridão
donde esperar que surja a branca pomba
com olivais na mão?
Marília Gonçalves