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O BLOGUE UNIVERSAL E INTERNACIONALISTA


A praça é do povo. Como o céu é do condor. É o antro onde a liberdade. Cria águias em seu calor! ...

A palavra! Vós roubais-la
Aos lábios da multidão
Dizeis, senhores, à lava
Que não rompa do vulcão.

Castro Alves
Jornal de Poesia

Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes? / Em que mundo, em que estrelas tu te escondes / Embuçado nos céus? /Há dois mil anos te mandei meu grito / Que, embalde, desde então corre o infinito... / Onde estás, Senhor Deus?

Castro Alves


MINHA LEI E MINHA REGRA HUMANA: AS PRIORIDADES.

Marília Gonçalves

Grandes almas sempre encontraram forte oposição de mentes medíocres.
Albert Einstein

Perguntas Com Resposta à Espera

Portugal ChamaS e Não Ouvem a Urgência de Teu Grito? Portugal em que http://www.blogger.com/img/gl.bold.gifinevitavelmente se incluem os que votando certo, viram resvalar de suas mãos a luz em que acreditavam; A LUTA CONTINUA )
Quem Acode à Tragédia de Portugal Vendido ao Poder dos Financeiros?! Quem Senão TU, POVO DE PORTUGAL?! Do Mundo inteiro a irmã de Portugal a filha. Marília Gonçalves a todos os falsos saudosistas lamurientos, que dizem (porque nem sabem do que falam) apreciar salazar como grande vulto,quero apenas a esses,dizer-lhes que não prestam! porque erguem seus sonhos sobre alicerces de sofrimento, do Povo a que pertencem e que tanto sofreu às mãos desse ditador!sobre o sofrimento duma geração de jovens ( a que vocês graças ao 25 de Abril escaparam)enviada para a guerra, tropeçar no horror e esbarrar na morte, sua e de outros a cada passo! sobre o sofrimento enfim de Portugal, que é vossa história, espoliado de bens e de gentes, tendo de fugir para terras de outros para poder sobreviver, enquanto Portugal ao abandono,via secar-se-lhe o pobre chão, sem braços que o dignificassem! Tudo isso foi salazar, servido por seus esbirros e por uma corte de bufos e de vendidos, que não olhavam a meios,para atingir seus malévolos fins!Construam se dentro de vós há sangue de gente, vossos sonhos, com base na realidade e não apoiando-os sobre mitos apodrecidos, no sangue de inocentes!!! Marília Gonçalves (pois é! feras não têm maiúscula!!!)

segunda-feira, 2 de setembro de 2024

PORQUÊ





PORQUÊ


De criança muito cedo, versos despertaram em mim a sensibilidade, talvez hereditária. Voz poesia perto dos seis anos, a emoção foi modelando o meu pensar, meu sentir.

Hostil ao programa escolar imposto pelo fascismo, deleitei-me com poesias, que não eram senão encontro com minha realidade interior.

Muito cedo comecei a dizer poemas em festas familiares, de amigos, mesmo no trabalho de meu pai. A Balada da Neve, o Fiozinho da Fonte, ambos de Augusto Gil foram dos primeiros poemas que disse em público.

Seguiram-se outros, A Cabra o Carneiro e o Cevado, ou a Noite Perdida, de António Feijó.

Aos dez anos, meu pai, foi preso pela PIDE aquando dos movimentos políticos, que surgiram com a campanha eleitoral de Humberto Delgado.

Ao ser posto em liberdade, os maus tratos a tortura durante encarceramento, a que se seguiu o despedimento do escritório onde trabalhava, acabaram com a sua saúde frágil.

Na Amadora, após a prisão, meu pai apresentou-me poetas que costumavam reunir-se num dos cafés centrais. Por essa altura, conhecera também o poeta Ulisses Duarte, apreciador da minha força infantil de dizer a poesia, deu-me poemas seus para meu repertório, como Se Caiu na Papironga- e Deixa-me Sonhar

Pouco mais tarde escreveu um poema para mim- A Menina e a Boneca, em que havia uma referência ao Milagre das Rosas.

De poemas de quase incitação à Resistência, poemas ternos, fiz sempre a escolha do que pretendia dizer em púbico, sem esforço, menos ainda forçada, ou para fazer jeito.

Há anos que o nome de Maria Dulce era citado em casa. Meu pai tinha-lhe grande admiração desde que a vira declamar, menina ainda.

Interrompi meus estudos, para vir com minha mãe, preparar a vinda de meu pai cada vez mais doente.

No dia em que o vi chegar, Paris, pareceu-me um sonho. Não pensei que conseguisse passar a fronteira.

Chegou em Abril, mal sabíamos nós que outro ABRIL lhe abriria as portas do regresso.

As peripécias da estadia de minha mãe e minha durante os meses de espera, são como as de tanta gente,

não merecem que me atarde nelas, visto terem-me tirado tempo suficiente na altura em que ocorriam.

Meu irmão pequenino então, veio também para Paris donde partimos em Maio, ele com quatro anos minha mãe e eu.

De regresso à Amadora, fui chamada a Coimbra ao pé duma tia doente. Meu tio, durante os quinze dias que passei em casa deles, mostrou-me Coimbra. Saber dizer as sensações que a velha cidade me despertou...tantas foram. Tão próxima me andava a fronteira ainda na contrariedade do pensamento. Coimbra fascinou os meus quinze anos, não mais esqueci vida fora, magia, encantamento que de lá trouxe e não mais perdi.

No mês de Agosto seguinte fomos de férias para as Ferreiras, no Algarve. A praia próxima era a de Albufeira.

Aos dezasseis anos voltamos todos para França. O estado de saúde de meu pai agravara-se. Não sabiam os médicos se o poderiam salvar.

Mais uma vez longe do país corria todas as manhãs a comprar o Monde ao quiosque mais próximo

a cerca de dois quilómetros de casa. Esperança de notícias de Portugal. notícias que claro não apareciam nunca. Pelo menos a notícia esperada. A do fim do fascismo. Todas as manhãs a mesma sofreguidão, seguida do mesmo desalento.

O meu pai melhorara, embora fosse sempre um grande doente. Começamos a militar com amigos portugueses em Saint Denis. Ao Domingo vendíamos jornais, dávamos outros. Tempo de grande solidariedade esse em que jornais nos chegavam sem que soubesse bem donde. Os portugueses não estavam autorizados a fazer política em França. Houve dias em que vi os jornais serem-me arrancados das mãos por compatriotas nossos para desaparecerem escondidos numa barraca, porque tínhamos sido denunciados por alguém e a polícia procurava-nos.

Nós, embora a nossa família estivesse em casa de meus avós paternos, casa muito modesta, olhávamos o "bidonville" com olhos do exterior. Na nossa desdita acrescentada pela impossibilidade de voltar a Portugal e pela doença do meu pai, sofríamos de ver nossos irmãos, muito jovens ainda, desertores, que o Luís Cília tão bem soube cantar, a viver naquelas condições que o fascismo, ao longe continuava a ditar.

As festas da Associação dos Originários de Portugal eram na época meio de expressão cultural, de exilados, desertores e emigrantes. Aí cantava então o Luís Cília de guitarra na mão a brandir a sua justiça. Por aí também eu disse poemas como -Maldição- do Jaime Cortesão, conheci o poeta Campinas amigo que muito impressionava minha juventude, com seus cabelos brancos, a falarem-me de mais lutas, próprias e de amigos Aí conheci e aprendi a dizer o nome de Catarina, ceifeira do Alentejo, assassinada a exigir pão para os filhos. Assim quando o António Vicente Campinas me pediu que dissesse o seu poema Catarina, disse ser para festa daí a quinze dias, senti medo, medo verdadeiro do palco pela primeira vez. Veio o futuro a provar que havia de quê. O poema era grande, veio a formar um livro, e quinze dias era apertado. Falhou-me a memória no palco. O Campinas à minha frente assistia tranquilamente à desfaçatez com que fui compondo os versos à medida que me iam surgindo. Atrás de mim o filho dele, que devia servia-me de ponto, de mãos na cabeça, aflito, nem sabia onde procurar os pedaços desordenados que o público aceitava por desconhecimento. Que me perdoe a memória do poeta que pela minha anda sempre com a mesma ternura.

Voltando, meus poemas infantis, escritos no tempo da instrução primária, tinham ficado abandonados por aqui e por ali, como tudo o que tínhamos em casa. Não se salvou nada da casa de meus pais, nem meus livros de estudo. Talvez por isso, o alfarrabista de Faro me conhece tão bem. Que continuo a procurar não os meus livros evidente, mas de livros de escola que me tragam os versos que li, menina.

O fascismo onde passava era pior que um incêndio!

Não poupava nada, arrasava tudo ao passar. Tudo por lá ficou, livros, bonecos, brinquedos. Móveis e recordações. Como com outros, com muitos outros e quantos, quantos em mais trágica situação.

Da nossa infância todos sentimos saudades, pla ternura que nela recebemos, mesmo se há terríveis recordações que a acompanham.

Quando aos dezoito anos parti para me casar, meus pais, os amigos recearam as consequências do meu regresso a Portugal. O fogo da juventude levava-me a caminho do amor. E das desilusões. Depois de arriscar por amor pensava encontrar o que procurava. A juventude? Assim. Se aludo ao meu casamento é que nos meus versos desde o início do meu casamento, há o desabafo que mostra a minha decepção. Depois fui mãe.criei os filhos. Não tinha tempo para escrever com vários filhos pequenos.

Não havia à minha volta quem me pedisse versos. Arte não era o que se esperava de mim. Deixei a poesia; guardada no meu íntimo, para ocasião mais propícia.




Marilia Gonçalves


Ao ver o olhar da Menina da Síria,

 

 morta de frio, grandes olhos abertos, como que espantada, a recordar todas as crianças que pelo Mundo, tal coo ela, morrem das guerras, de fome, de frio, de calor e de sede.
O meu urro soltou-se forte, violentamente revolucionário a ataca , quanto governo é responsável, pelas mortes de milhões de crianças, cada ano!!!
Merecem castigo, Mundial, Pelo sofrimento de cada criança!
pela morte horrível de sofrimento de cada criança, e por transformarem cada País que atacam num covil de extremistas,
eles também responsáveis de quanto de mau e doloroso,para os Povos se vai repetindo em consequência.
Acima APONTEI SOFRIMENTO FÍSICO E MORTE de CRIANÇAS,
mas há mais, muito mais, o que sentem crianças ao verem matar seus pais, de tocá-los de vê-los mortos, agora de voz perdida, sem mais poderem ouvir o desespero de crianças, que trouxeram ao Mundo para viver e evoluir livres, com os direitos de crianças.
Odeio-os, sim! e desejo ardentemente, que todos sejam julgados, pelos crimes cometidos.
Ódio Justiceiro, este me ferve por dentro, para ir aos poucos, cada hora dos dias,, sofrendo, sofrendo, por não poder vale-lhes, a não ser assim, escrevendo, escrevendo e denunciando,os crimes que aos milhões,que nossa sociedade cala!ora como diz a voz popular:-quem cala consente!!!
Marilia Gonçalves Pimrnta Gonçalves-Poeta del Mundo,
faço notar que o Presidente do Movimento Poetas del Mundo, é Embaixador da PAZ pela UNESCO, ASSIM COMO MAIS COLEGAS POETAS.

                        Marilia Gonçalves

Salvador Allende ERA SOCIALISMO DE VERDADE

 

O Soclialismo no Chile? com Salvador Allende ERA SOCIALISMO DE VERDADE, nada tinha da Social Democracia corrupta, que por aqui nos tem trazido, arrastados pela vida,
VIVA às Memrias de Allende, de Victor Jara e de de quantos Artistas, Poetas, Escritores e mais Trabalhadores, caíram, às mãos da maléfica crueldade fascista.
Marilia Gonçalves
 

LE DERNIER DISCOURS DE SALVADOR ALLENDE (moment d'histoire #1)

Testamento

 

E já passaram 41 anos, já a Primeira neta, está na Escola Superior de Arquitetura...o Kiko sempre distante, na cidade fantasma de nossos sonhos:-Faro! A Karla em seconde, e a bebé, inventiva e criativa já tem sete anos.
A ida definitiva à espera! sempre a mesma dolorosa espera!
talvez 1 ano, talvez dois, talvez nunca...
Longe de Portugal, dir-se-ia por castigo...no entanto algo tranquiliza a minha Consciência. A certeza de embora na distância, me bater como leoa por Portugal, mais que grande parte, dos filhos da Pátria que nela vivem! meu País e minha Pátria de encantamento, voltaremos um dia, a ti?
9 de Outubro de 2018
domingo, 9 de Junho de 2002
Meus Queridos
Como gostaria de saber responder à vossa premente pergunta sobre nosso regresso, como não sei ainda como responder, seguem umas linhas, que o coração ditou, enquanto vos não dou resposta satisfatória. É uma sucinta explicação sobre o que afinal, ia condicionar nossas vidas ao sair de Portugal.
Na manhã em que partimos para França, fiquei contemplando as paredes do meu quarto, cobertas de tanta, tanta lembrança... estranho pressentimento assaltava-me o espírito. Que aventura começava ali, no abandono do lar familiar, rumo a que desconhecido? O passo que íamos dar seria definitivo? Tentei serenar, partíamos por escolha, só podíamos ir a caminho de melhor futuro em busca de solução para o que nos afligia. No entanto, no momento de fechar a porta de casa, a garganta apertou-se-me, e afirmei, talvez tentando convencer-me do que dizia:
Daqui a cinco anos estamos de volta. Repeti a mesma frase a meu marido, entre pergunta e afirmação, meu marido aquiesceu, sem saber bem que responder-me, como se ele também se sentisse no peso da questão posta, angustiante, no instante da partida.
Partimos. Fechava-se a porta sobre a única casa familiar, aquela por onde novos e velhos haviam passado, o ninho para quem demoravam seus habitantes, fiel, à espera sempre. Ou quem sabe, se com o tempo ela também farta de espera, se diluiria na paisagem?
Chegámos a França, era fim de Janeiro, apesar do frio o sol brilhava, sorriso de boas-vindas, ou como tal acolhido. Precisamente no dia dos 4 anos da Claudia.
Depressa começou vida nova. Nova casa, filhos na escola, dia-a-dia de trabalhos para cada membro da família consoante a idade. As primeiras alegrias, as primeiras vitórias, e rapidamente as primeiras saudades.
Quando vieram as primeiras férias e seguimos de avião rumo ao país, o mesmo entusiasmo quase febril nos habitava todos. Parecia mentira, voltávamos, por pouco tempo, mas pouco ou muito, esse tempo era nosso e nada nos podia arrancar dessa magnífica realidade. Foram as mais belas e extraordinárias férias que vivemos até hoje. Melhor e mais intenso só o regresso definitivo.
Ah, o regresso! Quando teria, quando terá lugar?
Como em pouco tempo tudo parecia mais complicado, quando se abordava a ideia de regressar. Por um lado era a escolaridade dos filhos, por outro tínhamos comprado a casa de Faro, de que partíramos, mensalidade certa, que nos obrigava a mais distância, nestas humanas contradições que vamos sendo, já que de nada serve, casa que longe está. Mas logo uma frase, sempre a mesma todos os anos, surgia em nós tranquilizadora:
Daqui a três anos voltaremos. São só mais três anos. Mas no ano seguinte quando as saudades apertavam, e contingências da vida não nos abriam a porta da Pátria, a mesma frase vinha em socorro da nossa saudade, da nossa fome de regresso:
São mais três anos, só mais três anos de sacrifício. Três anos, nem tão longe, nem tão perto, que nos não permitisse tentar solucionar problemas.
Os anos foram passando...
Só o Pedro mereceu o regresso. Só ele teve coragem de voltar. Com a guitarra nas mãos, por único tesouro, declarou-nos solene, que antes queria voltar e só comer pão se fosse caso disso, mas queria, precisava ouvir rir, que não suportava mais viver na cinza da paisagem geográfica e humana. Mas o Pedro tinha dezoito anos, era livre, sem família a cargo, nada o obrigava, senão a força da sua juventude.
Nós porém continuámos vivendo nossas armadilhas, que nos distanciam do regresso, vamos suportando o peso de nossos logros de nossas ilusões. Humanos sonhos de que sempre se paga o preço. Nossas gaiolas de ouro, ou como tal avaliadas, e nos sujeitam às vezes além vida.
Mas também a dupla cultura impõe seu tributo. Hábitos adquiridos, conhecimento, direitos, deveres.
E os filhos, os que estiveram sempre de corpo e alma em todos os combates, “casados” agora, com filhos também... como conciliar tudo. Como buscar ainda colectiva felicidade? Ou renunciar?
E ainda hoje, vinte e quatro anos depois não sabemos ao certo quando chegará a hora do regresso.
Alguns de nós, dos nossos, voltaram, sem olhar para contemplar paisagem, sem calor no rosto, sem coração ardente para apreciar o regresso. Voltar, havemos de voltar, bons filhos procurando o caminho da infância e a Casa, abrigo de todos os sonhos, voltaremos talvez sem consciência de voltar, a voar-nos dos olhos a promessa que a vida tarda em cumprir.
Mas mortos ou vivos havemos de voltar. Que a Pátria chama! Portugal espera seus filhos.
O que de cada um de nós ficou pelo caminho? O que se perdeu de essencial? Que cinzas voltam de nossos sonhos? Ou de nós?
 
 Marilia Gonçalves.
 
Testamento
Lança as cinzas ao mar
Ao Oceano
Não nos fechem em mar
que tem fronteiras
nós queremos viajar
livres as cinzas
por nossas vidas
dantes prisioneiras;
Lança ao mar sonho a percorrer
Nós iremos espraiar em Portugal
Nossas cinzas no mar ‘inda a arder
Hão-de voltar à praia d’outro sal.
Sabem a lágrimas, cinzas em viagem
Mas sonho é sempre verdadeiro
Se no exílio, voz foi de coragem
Será heróico voltar ao chão primeiro.
Lança no Atlântico o que resta
Da força que nós fomos, mas vencida
Verás reflorir como giesta
Em festões d’oiro a água conseguida.
Iremos semear o mar imenso
Da esperança de não ter partido ainda
Importante afinal é o começo
Da sementeira agora pressentida.
Deixa ir sobre as águas azuis, verdes
A nossa fundura vertical
Porque na água estão nossas sedes
De nunca ter deixado Portugal.
Se história se escreveu no que passou
Nas cinzas nosso corpo está presente
O mar da Liberdade nos levou
No caminhar sem fim da lusa gente.
Que as cinzas vão ardendo sobre o mar
Em derradeiro grito à Liberdade
Pois nós seremos livres de voltar
Pela força do tempo e da vontade.
Se nossa viagem se prolonga
A abraçar países infinitos
há-de chegar o dia em que se alonga
A saudade da terra dos proscritos..
Voltaremos então a Viriato
à Pátria Lusa em bandeiras de sol
o vento gravará nosso retrato
na leve luz da tarde, ao arrebol,
seremos outra vez, voz portuguesa
a vir poisar numa canção sem fim
na noite ardente de cada rouxinol
nossas cinzas serão mais um jardim.
 
 
 Marilia Gonçalves.
 
E depois desta deambulação poética, com o meu terno abraço para todos, deixo, pequeno poeta na distância, a minha própria pergunta:
Se o rei dos poetas portugueses, Camões, nunca tivesse saído de Portugal, será que os imortais Lusíadas, teriam sido dados à Pátria, teriam brotado alguma vez?
Será que é esta mágoa-saudade que leva os lusos na distância, que vai gerar ao longo dos séculos, mais poetas, pequenos e grandes, talentos ou génios?
Um xi, mais um muito apertado, com minha infinita saudade
 
Marilia Gonçalves.

Febre

 Febre

Febre, sede ou intempérie
alucinação de ser
musica poema tempo
página branca a arder.

Sinuoso sentimento
mítico tom amanhã
desdobrar do movimento
no folhear da manhã.

Marília Gonçalves

 


 

a grande Marcha de Poesia,começou!

 

Poetas:-A todos os Poetas,para quem a Luta é por uma nova Sociedade num Mundo fraterno e são, onde a PAZ seja uma constante, junta-te a nós e faz a nível mundial, da Palavra Poética, a tua Bandeira, seja qual for o teu Partido, desde que se enquadre no Manifesto dos Poetas del Mundo. A Terra a defender e enfim um Mundo Humano a criar e desenvolver.
Porque o Mundo Capitalista está agonizante, a grande Marcha de Poesia,começou!

Poema feito a ti minha Querida Karla,

 

Poema feito a ti minha Querida Karla, minha neta, meu tesouro de bondade e ternura.
Que o Mundo te mereça assim como a todas as crianças existentes e por existir.
 
Para ti
reinventava o Mundo...
pela tua bondade cristalina
profundo coração
que um dia há-de
da história do Amor
reerguer-te menina.
Pra ti quero vinhedos, avezinhas
quero jardins frondosos
borboletas
porque tua bondade
te encaminha
para esse sol
só feito de Poetas.
É por ti minha Karla
que meus versos
ensinam a trinar aos passarinhos
e no teu olhar doce
andam dispersos
perfumes de todos os caminhos.
 
tua avozinha
 
Marília Gonçalves


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Da carne sensual de cada pétala

 

Deitei um malmequer no meu lençol
Mas o lençol era lençol diferente
Cantava nele a voz dum rouxinol
Trazia em si a voz de toda a gente
Espalhou as pétalas, pontos cardeais
Criou um Mundo presente
Semeado de pão e luz do sol
Pétalas sangue não verter futuramente
Da carne sensual de cada pétala
Espalhou as vibrações pelo ar sem fundo
Cada gota de chuva foi cristal
Arco-íris de toda a cor do Mundo.
As aves aprenderam novos trilos
O ar tornou-se mais azul
e mais fecundo.
Ergueram-se poetas de outras vidas
Retomaram a pena
Ao novo dia.
Ouviram-se pelas lezírias novos cantos
No tempo musical de Poesia
Pintores saíram as paletas
Cada tom de novo renascia
O ser humano era sublime e bom
Brotava então das fontes
Luz do dia.
O malmequer de meu lençol risonho
Em cada nova pétala nascia
Um não findar de flores
E de sementes
 Espelhando o ser humano e o novo Dia.
 
Marilia  Gonçalves
 

 
 
 

 Peut être une image de texte qui dit ’est que 6، Je ne ne sais pas comment sera la troisième guerre mondiale, mais ce ce dont je suis sûr, c la quatrième guerre mondiale se résoudra à coups de bâtons et de silex. Albert AlbertEinstein Einstein’

Aos Poetas

 

Aos Poetas
 
Vem poeta meu irmão
Do mundo inteiro
Está a sombra a doer
Tu, o companheiro
De múltiplo segredo por colher.
Poeta meu irmão
Põe-te a caminho
Há uma encruzilhada
É preciso vir devagarinho
Surpreender a estrada.
Poeta meu irmão
Irmão de todos
os irmãos por nascer
à nossa volta
hirsutos lobos
querem comer.
Poeta meu irmão
E companheiro
de horas amargas
vamos rasgar no nevoeiro
estradas mais largas.
Poeta meu irmão
O ser humano
Pede passagem
Vamos num verso
A todo o pano
Dar-lhe coragem.
Vem poeta meu irmão
Do mundo inteiro
Está a sombra a doer
Caminha companheiro
É chegada a hora de vencer.
 

Poema no Tempo Ido

 

Poema no Tempo Ido
 
Podia ser um poema
ou uma história de encantar
era apenas um dilema
com frases por decifrar.
Trazia fundos marinhos
e cores apenas sonhadas
trilava na voz dos ninhos
de primaveras passadas.
Talvez fosse devaneio
ou algo a concretizar
com olhar de corpo inteiro
intempéries no olhar.
Mas sonhos são poço fundo
onde se espraia o luar
Circes e deusas do mundo
esgarçavam o seu cantar.
Ai de mim de longe venho
perdi o velho caminho
com águas da cor de estanho
e perfume a rosmaninho.
surgiram numes, poetas
paisagens de apetecer
mas tinham falas secretas
do que nunca chega a ser
um remoinho de treva
afundou-se no meu pão
misto de trigo e de esteva
mordendo o meu coração.
 
Marília Gonçalves 
 

 

Deram-me cavalo alado

 

Deram-me cavalo alado
Mas de mito nada tinha
Era cavalo anafado
Ora voava ou corria.
Vivia sob uma árvore
Que dos mil frutos que havia
Escolhia sempre o mais belo
No brilho que o coloria.
Quando alta noite se ouvia
Murmurar o tredo mar
A espuma que então se via
Espelhava tons de luar
E o cavalo corria
Entrava em voo no mar.
Quando saía das vagas
Olhar a esplender de fogo
Trazia sobre as ilhargas
Versos sacados ao lodo.
Voltava ao sopé da árvore
E olhando os belos frutos
Nos versos a revoar
Despindo os versos do luto
Lançava a espuma do mar
.
Mas o cavalo sabia
A tarefa por cumprir
Ir espalhar em todo o Mundo
Os frutos a colorir.
E suas asas de noite
Agora cor do luar
Estrondeavam como açoite
Cada tom a matizar.
Ergueu voo sobre o Mundo
Das brancas asas abertas
Deixou cair ao mais fundo
Palavras sobre os Poetas.
 

Poema dito por mim "Encontro de Poetas" no Hotel Eva em Faro, em que defendi o RCP-VILLEJUIF, Apelando á Solidariedade dos Poetas presentes, para a indispensável Defesa da Língua Portuguesa, em França. Entre os Poetas, estavam dois grandes Amigos de António Aleixo: Tóssan que desenhou o Poeta Aleixo r Paris. Marilia Gonçalves.

Á RIA FORMOSA
Desfaz-se o luar a Ria
em fios de prata a boiar
mil estrelas a naufragar
quando chega o fim do dia.
Nessa pálida harmonia
bailados da luz poente
cintilam suavemente...
murmúrios d’água, segredos
falas antigas e medos
vogam também na corrente
 
1984
 Poema dito por mim "Encontro de Poetas" no Hotel Eva em Faro, em que defendi o RCP-VILLEJUIF, Apelando á Solidariedade dos Poetas presentes, para a indispensável Defesa da Língua Portuguesa, em França. Entre os Poetas, estavam dois grandes Amigos de António Aleixo: Tóssan que desenhou o Poeta Aleixo e de quem fui grande Amiga, assim como da Esposa "Manela" e a mais família em Bela Salema. Estava presente também o Dr Joaquim Magalhães, grande apreciador da minha Poesia, o "Secretario de Aleixo, como este se referiu ao Professor de Liceu, que me disse, quando o convide a minha casa perto de Paris, ter ensinado francês toda a sua vida, sem nunca ter a oportunidade de ver Paris. 
 
Marilia Gonçalves.
 

 
 
 
 

Chamar por ti, Poesia!

 

Chamar por ti, Poesia!
 
 
Chamar por ti, Poesia! Poetas estro, musa, em defesa da cidade, pedir-te verve e força duradoura, que a batalha é de brio, de amor logrado, um grito na cidade obscura, aberta a desaires e esquecimento. Lisboa te chamaram, cidade que atravessou os tempos, épocas, a história, resistiu a cercos e à fome, viu investir suas muralhas, viu séculos de gesta, Restelos de advertência, poetas de faces veras, a soluçar à porta de tuas verdades; heróica foste resistindo. A voz de teus bardos te guiava, rumo a ti, à tua construção, quando nos ares se desfiava em luz, cidade rosa, cidade flor, amor cidade. Resististe, que afinal a força é resistir, e nas longas noites, as tertúlias eram ainda voz tua, a percorrer os bairros e os becos, nossa cidade de sede
Que o Tejo apazigua ou acomete, cidade de portos e de canoas que te levam no longe, à tua procura, cidade, de partidas e chegadas, quando chegas a ti?
Muito haveria a dizer, pelos teus prédios, as tuas velhas casas (não estarei a recordar a Velha
Casa desse grande génio da música em Portugal, que é António Vitorino de Almeida) e quem não tem uma velha casa a lembrar a infância, aqueles que a povoaram e não voltam mais?
As tuas velhas casas, teus belos edifícios, que o tempo afronta, como larva a desfazer-te na nossa lembrança, a paisagem humana vai-se perdendo, modifica-se até nela não nos reconhecermos, preservemos pois a voz das pedras que abrigaram nossos avós; guardemos
A memória de seu esforçado viver, preservando a beleza das construções que nos deixaram, que nos dignificam e nos distinguem, de outras vivências, de mérito, sem dúvida, mas nestas paredes que desabam estão inscritos os sonhos dos que nos precederam, está o nosso próprio reconhecimento cultural e regional, em suma o eco de tudo o que nos fez, e tantos poetas cantaram, Lisboa, reconhece-se pela paisagem, pelas colinas, pelo Tejo, mas também pela luz que doira as suas casas, porque as pessoas, de cidade em cidade, cada vez se parecem mais umas com as outras. Preservemos pois aquilo que nos diferencia e enriquece, o que não deve perder-se, o nosso Património arquitectónico.
E que a voz dos poetas nos guie e dê alento, para defender a história de uma magnífica cidade:
LISBOA
 

Tomai poetas a fala

 

Tomai poetas a fala
de forte resolução
não tem razão quem se cala
ao ver o mundo que exala
por falta de opinião.
Morre à sede uma criança
entre os milhares que se vão
poetas gritem a esperança
fazei dos versos canção.
A justiça é uma balança
que não nos pesa a razão.
Outra além morre de fome
e nós deixamos morrer
poetas gritai seu nome
que nenhuma força dome
a razão que tem de ser.
Poetas, erguei a voz!
Morre o mundo em todos nós.
 
Marília Gonçalves
 

 

Eu peço à voz clara dos poetas

 

Eu peço à voz
clara dos poetas
timbre de fonte
quando vou escrever
e as palavras não são mais
fonemas, mas são setas
que seguem Mundo fora
em flores papoila e cravo
,na febre de viver.
 
Marilia Pimenta Gonçalves
 

 
Lili Larouge

Poema a Maria À mãe de meu pai, minha lembrada avó

 

 Poema a Maria

                  

À mãe de meu pai, minha lembrada avó



Quanto muro quanta casa que paredes

lavaste com teus olhos fontes rios

quanto chão regaste com as sedes

que te levam mundo fora além navios


Quantas urnas de sal perdido sol

caiaste com teu leite

quanto silêncio se fez no rouxinol

do flamenco aceso no teu peito?


Que trilhos, que caminhos percorreste

no obscuro tempo verdes anos

que em alva cabeleira converteste


e não lhe chamem erros, desenganos

porque hora a hora mulher em ti crescente

livre do sono dos ancestrais decanos.



                          Marília Gonçalves

 

 


 

 

 

à Nádia, Sandra, Cláudia, Pedro (minhas filhas e meu filho)

 

à Nádia, Sandra, Cláudia, Pedro
(minhas filhas e meu filho)

Meu sabor a Primavera
Em perfume de Verão
minha nascente ternura
a desaguar-me na mão.
Minha febre e minha água
minha sede de sorrisos
minha lua onde a mágoa
se converte em paraísos.
Minha manhã sol nascente
meu olhar maravilhado
minha ânsia meu caminho
minha fome e meu arado
meu poema minha carne
meu sangue que se renova
minha esperança que em ti há-de
ser a voz da minha trova.
.
Marilia Gonçalves 
 

 

Mythologie | Homosexualité dans la mythologie grecque : Dieux grecs gays...

becaud les baladins

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