
MENINA
O BLOGUE UNIVERSAL E INTERNACIONALISTA
A praça é do povo. Como o céu é do condor. É o antro onde a liberdade. Cria águias em seu calor! ...
A palavra! Vós roubais-la
Aos lábios da multidão
Dizeis, senhores, à lava
Que não rompa do vulcão.
Castro Alves
Jornal de Poesia
Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes? / Em que mundo, em que estrelas tu te escondes / Embuçado nos céus? /Há dois mil anos te mandei meu grito / Que, embalde, desde então corre o infinito... / Onde estás, Senhor Deus?
Castro Alves
Albert Einstein
Perguntas Com Resposta à Espera
Quem Acode à Tragédia de Portugal Vendido ao Poder dos Financeiros?! Quem Senão TU, POVO DE PORTUGAL?! Do Mundo inteiro a irmã de Portugal a filha. Marília Gonçalves a todos os falsos saudosistas lamurientos, que dizem (porque nem sabem do que falam) apreciar salazar como grande vulto,quero apenas a esses,dizer-lhes que não prestam! porque erguem seus sonhos sobre alicerces de sofrimento, do Povo a que pertencem e que tanto sofreu às mãos desse ditador!sobre o sofrimento duma geração de jovens ( a que vocês graças ao 25 de Abril escaparam)enviada para a guerra, tropeçar no horror e esbarrar na morte, sua e de outros a cada passo! sobre o sofrimento enfim de Portugal, que é vossa história, espoliado de bens e de gentes, tendo de fugir para terras de outros para poder sobreviver, enquanto Portugal ao abandono,via secar-se-lhe o pobre chão, sem braços que o dignificassem! Tudo isso foi salazar, servido por seus esbirros e por uma corte de bufos e de vendidos, que não olhavam a meios,para atingir seus malévolos fins!Construam se dentro de vós há sangue de gente, vossos sonhos, com base na realidade e não apoiando-os sobre mitos apodrecidos, no sangue de inocentes!!! Marília Gonçalves (pois é! feras não têm maiúscula!!!)
domingo, 14 de julho de 2024
NATAL os dias continuam como dantes!
O Natal aproxima-se do frio.
Na rua iluminada de amarelo
há verdes candeeiros no caminho.
Dezembro tem perfume regelado
a subir das mãos para as narinas.
Nas montras do consumo,
inanimados e nos tornam sem ânimo
despertos
avolumam-se sonhos embrulhados
na aterradora história dos castelos.
O invento do sonho estranha força
a nascer talvez rentinho à pele.
É Natal por colectiva decisão
de excepção, de exclusão, de abandono.
Natal pelo campo pela cidade.
Dezembro vestido de ilusão
dia que se esquece noutro dia.
Uma pomba caída rente ao chão
como o poeta morre em poesia.
Dezembro nos membros regelados
dos que não vestem bem
nem estão há moda
o Natal não é pra quem não tem
trabalho nem família
(a ordem da carência não importa).
É Natal no sonho imaginado
impossibilidade dos instantes.
O calendário dorme abandonado
os dias continuam como dantes!
Marília Gonçalves
Minha Vida Foram Versos na Ribeira
Como sopro de sol
ou o harpejo
ao longe o rouxinol
canta seu beijo
em hino enamorado.
Eu, ai de mim,
que te não vejo
adivinho-te ao longe
abrindo o mar.
No incêndio do corpo da maré
o sorriso do sol vem despertar
a jovial paisagem que te vê.
Meu amor em versos a sonhar
talvez a rir
sem saber porquê.
Marília Gonçalves
PAI
Ó Ó pai
nunca mais o Natal
sabe a Natal
tudo mudou pai
desde esse dia
em que partiste
pra não voltar
tudo é tão triste
que mesmo o riso
sabe a chorar.
Como é diferente
a mesma rua
onde passavas
a praça antiga
é inda a mesma
mas se lá estavas
não mais te vi
se te procuro
meu coração
ainda menino
chama por ti,
chama em silêncio
teu doce nome
Mas não respondes
tua partida
não tem regresso
meu querido pai
chamo e não ouves
e nunca atendes
ao que te peço...
Triste viver
Marília Gonçalves
oh estrela marinha
à minha mãe, para lhe embalar a noite
Sentada à janela
dos dias vazios
olhava uma estrela
presa a quatro fios.
Às pontas que tinha
e sete contei
ninguém adivinha
quantas voltas dei.
Foram cinco ou sete
ou duas ou três
ninguém mais repete
o que ali se fez .
A estrela girava
em volta de mim
enquanto eu olhava
as voltas sem fim.
Oh minha estrelinha
no céu pendurada
oh estrela marinha
de pele encarnada
sentada à janela
olho para ti
e se és amarela
vermelha te vi.
Marília Gonçalves
Chega a tardinha
A nossa vida
quente
dolente
vai na corrente.
A Primavera
que nos sorria
foge no dia.
O verão azul
de ondas repleto
a rir d luz
esvai-se secreto.
Chega o outono
vindima sonhos
cor de avelã
há no perfume
cor do sol posto
sem amanhã.
A nossa vida
breve andorinha
voa de leve
Chega a tardinha
leva em seu oiro
o dia breve.
Marilia Goncalvesa
Luzes na noite
Luzes na noite
voam as sombras
a rua canta sons de luar.
Riem-se as pedras
e nos passeios
ouvem-se passos
dos meus anseios
também cantar.
Marília Gonçalves
Amor? talvez paixão
Poentes
Havia poentes nos meus olhos
eu, levantava o mundo para ti.
Libertos murmuravam na cidade
versos que em mil versos aprendi.
Poente em meu olhar. Ainda lembro
o meu vestido de pintinhas brancas
de laço a esvoaçar entre teus dedos.
Árvore era então semente sumo
frutificar de dias que eu ergui !
Se ainda há poentes nos meus olhos
perderam rumo valor
da maior crença do que foste em mim.
Marília Gonçalves
Migra a Fome
Vindas de tempo distante
quando sol amanhecia
Gargalhavam as manhãs…
como uma fotografia
ficou esse testemunho
Daquela estrada exilada
onde chiaram carroças
as casas à beira tempo
na história estavam paradas.
Mas a vida prosseguia
nos seus afãs campesinos
na diferença entre estações
nos perfumes desiguais
de cada falta que havia
em cada rosto expressões
da fome que os invadia.
Como eram longos os dias
de trabalho repetido
com arcas de pão vazias
dias de vento e ruído
ou velhas arcas de sal
que guardavam desde o verão
magras petingas que ao pão
num ténue gosto de verão
eram quinhão repartido
por entre sopas fervidas.
Uma vida tão esforçada
na espera da estação quente
por mais uns quilos de vida.
Meu País e minha Gente.
Marília Gonçalves
metamorfose
- Os olhos enclaasurados
- venciam todos os muros
- hábitos silenciados
- sangravam livros de estudo.
- Imagem metamorfose
- lago ornamento de ter
- o arabesco que foge
- à revolução de ser.
-
Marília Gonçalves