Lágrimas que choro não são minhas
consciência de povo universal
fustigam águas marinhas
foram voz de Portugal.
Levanto aos abridores do mar sem fundo
meu canto de respeito triunfal!
Mas esta dor que no amor afundo
renega a prepotência nacional.
Aos povos de cada continente
humilhados vencidos tanta vez
minha voz de poeta firmemente
pede perdão pró povo português.
Eu que posso medir a dor que é vossa
pelo sofrimento que foi sempre meu
venho pedir-vos tão alto quanto possa
que olheis rumo ao futuro, amanheceu.
Mostrai vossa cultura milenar
a nobreza do vosso coração
há o mundo da Paz a levantar
fazei-vos pois justiça em vossa mão.
Somos todos irmãos. Que um amor puro
venha abrir as portas do presente
e as abra tão largas que o futuro
se estenda de oriente a ocidente.
Fazei ouvir a voz de vossa história
do saber um dia dado ao mundo
seja a Paz a voz da vossa glória
a germinar nos séculos sem fundo!
O brio que é vosso , a vossa dignidade
vão construir o novo continente
o do amor da paz da amizade
no universo aberto à vossa frente.
Que uma aurora de luz inunde o céu
à Natureza mãe em devoção
que cada povo tenha o Deus que é seu
na forma rubra de cada coração.
Marília Gonçalves