Lágrimas
Há um grito sem fim
que me sufoca
preso ao mais fundo
que existe em mim
com largas folhas de nenúfar
no lago onde o olhar é o jardim
volitam asas brancas desse sal
esculpido pelo tempo
presas a cada movimento
das agruras do vento.
Plumas de gelo e neve
Azuis tão brancas
Tão de leve
Que lembram faluas
Que voejam
Num voo breve.
Julho de 2012
(onde se inscreve e sobrepõe a morte do meu filho recém-nascido, em que por vinte minutos, abriu e fechou a boca, num esforço de sofrimento, para respirar sem que o conseguisse. Eu, a mãe, assisti aterrorizada e impotente a essa terrível morte nos meus 20 anos e catorze dias,tão sofridos!
Marília Gonçalves