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O BLOGUE UNIVERSAL E INTERNACIONALISTA
A praça é do povo. Como o céu é do condor. É o antro onde a liberdade. Cria águias em seu calor! ...
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Castro Alves
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Perguntas Com Resposta à Espera
Quem Acode à Tragédia de Portugal Vendido ao Poder dos Financeiros?! Quem Senão TU, POVO DE PORTUGAL?! Do Mundo inteiro a irmã de Portugal a filha. Marília Gonçalves a todos os falsos saudosistas lamurientos, que dizem (porque nem sabem do que falam) apreciar salazar como grande vulto,quero apenas a esses,dizer-lhes que não prestam! porque erguem seus sonhos sobre alicerces de sofrimento, do Povo a que pertencem e que tanto sofreu às mãos desse ditador!sobre o sofrimento duma geração de jovens ( a que vocês graças ao 25 de Abril escaparam)enviada para a guerra, tropeçar no horror e esbarrar na morte, sua e de outros a cada passo! sobre o sofrimento enfim de Portugal, que é vossa história, espoliado de bens e de gentes, tendo de fugir para terras de outros para poder sobreviver, enquanto Portugal ao abandono,via secar-se-lhe o pobre chão, sem braços que o dignificassem! Tudo isso foi salazar, servido por seus esbirros e por uma corte de bufos e de vendidos, que não olhavam a meios,para atingir seus malévolos fins!Construam se dentro de vós há sangue de gente, vossos sonhos, com base na realidade e não apoiando-os sobre mitos apodrecidos, no sangue de inocentes!!! Marília Gonçalves (pois é! feras não têm maiúscula!!!)
sexta-feira, 23 de agosto de 2024
Poesia | Antonio Machado(1875-1939) - O crime foi em Granada a FEDERICO GARCIA LORCA
Poesia | Antonio Machado(1875-
1939) - O crime foi em Granada
I. O crime
Viram -no, caminhando entre fuzis
por uma longa estrada,
sair ao campo frio,
ainda com estrelas, madrugada.
Mataram a Federico
quando a luz já se elevava.
O pelotão de verdugos
não ousou olhar sua cara.
Todos fecharam os olhos;
rezaram: nem Deus te salva!
Morto caiu Federico
– sangue na fronte e chumbo nas entranhas –
...Foi lá em Granada o crime,
sabei – pobre Granada – , em sua Granada.
II. O poeta e a morte
Viram-no caminhar a sós com Ela,
sem temer sua gadanha.
– Já o sol de torre em torre; e já os martelos
na bigorna – metal, metal das fráguas.
Falava Federico,
galanteando a morte. Ela o escutava.
“Porque ontem no meu verso, companheira,
soava o golpe de tuas secas palmas,
e deste o gelo ao meu cantar, e o gume
de tua foice de prata à minha desgraça,
te cantarei a carne que não tens,
os olhos que te faltam,
teus cabelos que o vento sacudia,
os rubros lábios em que te beijavam...
Hoje como ontem, morte, minha cigana,
que bom estar só contigo ,
por estes campos de Granada, minha Granada!”
III.
Viram-no caminhar...
Talhai, amigos,
de pedra e sonho, lá no Alhambra
um túmulo ao poeta,
sobre uma fonte na qual chore a água,
e eternamente diga:
foi em Granada o crime, em sua Granada!
veleiro de água e luar
Teu corpo pede corpo de mulher
que nada peça, mas tudo saiba dar
corpo incendido no teu
veleiro de água e luar
que te leve pelas esteiras
das profunduras de amar
que saiba ser sangue e beijo
a saber de longe olhar
para em teu desejo ser
o incêndio a marulhar
ver teu olhar que desperta
entre sereias vogando
o teu desejo crescer
desnudos seios em bando
trilhando a espuma e saliva
desse vime que perdido
face ao corpo de mulher
sente febre de vencido
desse abismo sem igual
falésia sempre mais fome
sem que tua força dome
em teu desejo animal.
chegam de longe em seis véus
numa névoa oriental
mil sentidos que nos teus
vêm na fúria final
vencer febril o batel
que de velas enfunadas
vê assaltar em tropel
o mastro de horas salgadas
Marília Gonçalves