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O BLOGUE UNIVERSAL E INTERNACIONALISTA


A praça é do povo. Como o céu é do condor. É o antro onde a liberdade. Cria águias em seu calor! ...

A palavra! Vós roubais-la
Aos lábios da multidão
Dizeis, senhores, à lava
Que não rompa do vulcão.

Castro Alves
Jornal de Poesia

Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes? / Em que mundo, em que estrelas tu te escondes / Embuçado nos céus? /Há dois mil anos te mandei meu grito / Que, embalde, desde então corre o infinito... / Onde estás, Senhor Deus?

Castro Alves


MINHA LEI E MINHA REGRA HUMANA: AS PRIORIDADES.

Marília Gonçalves

Grandes almas sempre encontraram forte oposição de mentes medíocres.
Albert Einstein

Perguntas Com Resposta à Espera

Portugal ChamaS e Não Ouvem a Urgência de Teu Grito? Portugal em que http://www.blogger.com/img/gl.bold.gifinevitavelmente se incluem os que votando certo, viram resvalar de suas mãos a luz em que acreditavam; A LUTA CONTINUA )
Quem Acode à Tragédia de Portugal Vendido ao Poder dos Financeiros?! Quem Senão TU, POVO DE PORTUGAL?! Do Mundo inteiro a irmã de Portugal a filha. Marília Gonçalves a todos os falsos saudosistas lamurientos, que dizem (porque nem sabem do que falam) apreciar salazar como grande vulto,quero apenas a esses,dizer-lhes que não prestam! porque erguem seus sonhos sobre alicerces de sofrimento, do Povo a que pertencem e que tanto sofreu às mãos desse ditador!sobre o sofrimento duma geração de jovens ( a que vocês graças ao 25 de Abril escaparam)enviada para a guerra, tropeçar no horror e esbarrar na morte, sua e de outros a cada passo! sobre o sofrimento enfim de Portugal, que é vossa história, espoliado de bens e de gentes, tendo de fugir para terras de outros para poder sobreviver, enquanto Portugal ao abandono,via secar-se-lhe o pobre chão, sem braços que o dignificassem! Tudo isso foi salazar, servido por seus esbirros e por uma corte de bufos e de vendidos, que não olhavam a meios,para atingir seus malévolos fins!Construam se dentro de vós há sangue de gente, vossos sonhos, com base na realidade e não apoiando-os sobre mitos apodrecidos, no sangue de inocentes!!! Marília Gonçalves (pois é! feras não têm maiúscula!!!)

quarta-feira, 24 de julho de 2024

O Nosso Hino Nacional Cantado na Índia

 

O Nosso Hino Nacional  Cantado na Índia

Em 1950 o Primeiro-Ministro indiano Jawaharlal Nehru propõe negociar com Salazar a retirada de Portugal dos territórios portugueses de Goa, Damão e Diu. O Primeiro-Ministro português recusou ao abrigo da “Aliança Britânica” e estes alegaram que a “Aliança” tinha limites e que a Índia era membro da Commonwealth. A 17 de dezembro de 1961 a União Indiana invadiu Goa, Damão e Diu.

Salazar ordenou ao Governador Vassalo e Silva “que combatesse até à morte do último homem”, e que os militares tinham de obedecer, inclusive seriam julgados e condenados por “traição”

o néctar dos dias

 A poesia fazia circular no meu profundo o néctar dos dias

O meu olhar interior divagava delineando penumbra e sombra

Num estranho contraste liquefeito

De que só as pestanas testemunhavam

 Mãos habituadas ao voo colhiam palavras

A rodopiar no meu sentir

Estranha voz vegetal, saída das árvores

Ecoava estranhamente na minha aquática voz

Estranha sinfonia levantava do solo

Centelhas de luz

Que em semente

Se propagava em cânticos do silêncio.

Amarga e doce

Erguia-se o fruto colhido nas alturas

Da idealidade permitida.

Transfiguração da vaga

Que ondulante procurava na areia

Resposta a cada pergunta entorpecida

 A força fragilizada do presente

Transfigurava as pétalas voadoras

Que alguns teimavam em chamar

Mariposas do instante

Abriam avenidas nas nuvens que de cinza tinham cor

Até ao momento de brio e brilho

Cor de luz

As perguntas encontravam sua resposta

Desfaziam-se em mais perguntas ainda.

Ervas de imaginários prados

Frutificavam em lábios transparentes

Onde a palavra surgia.

Devaneio claro da hora

Emudecia o fruto do labor

Brotavam asas em cada flor perdida.

Silêncio de cardos

Dor esmaecida

Cristal tremeluzente

Boca amarga duma história que nunca foi

Estranho bailado

Falava de partículas de som

E silenciavam após.

A água fecundava o ar

De cor por definir.

Vozes soavam caladas e cansadas

De não ser

Os dedos voz do gesto

Traçavam espaços brancos

Chovia luz

Obscurecida

De ter perdido a raiz da sombra

O movimento circular seguia por invisível estrada

Poesia na hora

Por chegar

 Da inventada pena

Burilava cânticos por nascer.

Melopeia da noite

Soturna voz

Que ao dealbar

Sorria.

Fonte da ênfase  

Rodopiava sons

Por desnudar

Prodígio da fala

Que procura mãos

Onde ter voz

A pertinácia insaciável

Invento de poema nunca escrito

Poisava a fulgurar

Na mão que não sabia.

 

Marilia Gonçalves

 

 

 

 

 

 

 

 


Reflexo

 

Reflexo

A areia arde
o sol é fogo
na água verde
areia de oiro
sol em fusão
a minha sede
na tua mão.

.A praia é som
trinam cigarras
na mão dos jovens
nascem guitarras.

Perfume intenso
na voz do verão
e sinto penso
medo do não
saias rodadas
daquele tempo
giram as saias



Os lábios soltam
velhas canções
semeiam febre
,os corações.
quando na pista
um par dançando
grava o vestígio
de amores em bando.

Marilia Gonçalves


KATIA

 

On me propose de poursuivre le long de ce « devoir », un chemin réflexif, un
voyage ou peut-être une synthèse de ce qu’inspirent chez moi ces notions
d’architecture, de pensée, de projet. J’ai bien envie de cheminer, besoin d’écrire sans
savoir où je vais. Je ressens cette sensation de manquer de temps, ou manquer de
méthode. Le fait de manquer de méthode n’est-il déjà pas un processus, où le « non
déterminisme» et le laisser-aller priment sur les présuppositions ? Des normes, des
préjugés qui souvent nous répriment dans cette promenade inventée. Je manque
sûrement de toucher mais je me lance.
L’architecture est-elle une discipline autonome, peut-être suivant ses propres
règles ? Aujourd’hui, on doit être capable de penser, agir, errer dans l’urgence des
contextes du monde actuel. L’architecture devient le reflet d’une situation dont elle ne
peut se détacher. Elle ne peut être indépendante et ignorer ses liens évidents avec les
nombreuses sphères de cette société néolibérale où le rayonnement international est
devenu par erreur une préoccupation majeure.
Le projet n’existe pas dans la « réalité ». Mais, parlons nous ici d’une réalité
physique ? Un projet n’est pas la finalité. Il est le processus, un passage d’une pensée
d’architecture ou non, la cristallisation d’une succession d’expérimentations. Une
trajectoire imprévisible, aléatoire que l’on tente parfois de contrôler de manière
irrationnelle. Je connais le départ et l’arrivée : la demande, le programme, le lieu,
l’architecture, un fragment urbain. Mais je ne sais rien de l’entre-deux. Le processus ?
Peut-être une fréquence alternée de questions, de reprises, d’expressions, entraînées
par une image mentale, fictive, même abstraite qui me pousse à venir façonner le
projet. Un processus où je comprends, me nourrissant sans cesse de savoirs, d’histoires
et de pensées sur lesquelles il faut parfois développer une pensée critique.
Une architecture ne se résume pas à un « objet » unique, posé là. En évitant ce «
raccourcis formel » on réalise alors que c’est le site, l’humain et les perceptions qui
permettent à l’architecture d’exister, elle ne se suffit pas à elle seule. Faut-il même
qu’elle soit construite pour exister ? Peut-elle être simplement présente dans l’image
mentale de certains. La ville du futur existe pourtant dans notre imagination. Je pense à
l’utopie, un outil d’anticipation qui permet de venir assouvir notre soif d’idéal, de
perfection et dont la fonction première est la critique de l’actuelle réalité. La nécessité
d’une mise en mouvement de l’architecture par le biais d’expérimentations venant
forger l’idée d’un futur plus ou moins proche. Un «non-lieu» qui offre une
échappatoire, une invention irréelle pourtant source d’inspiration et d’influence donnant
vie à des élans de changement. La volonté de sortir de la prison d’un monde, où
l’invention est perçue comme un danger.
Il existe cette dimension de contact, la question des relations, entre être-
humains, matières, monde, architectures. Un équilibre perdu (a-t-il déjà existé ?) mais
pourtant recherché entre les sens, les savoirs ; entre ce qui est « déjà là » et ce que
l’on vient ajouter. Nous sommes en train de perdre le lieu, on parle d’un phénomène de
déterritorialisation définit par Magnaghi pour qui le territoire est la continuité d’une
symbiose entre l’homme et la nature. Une utopie concrète qui s’oppose au « non-lieu »
et questionnant le rôle de l’architecture, de l’urbanisme dans la recherche d’une
reconnexion, d’un ancrage dans une matérialité proche. Aujourd’hui, le lieu devient
support des transformations, privé d’interactions, privé d’histoire et sans échelle d’une
intervention adaptée.
Pour l’architecte, la norme, la technique sont des outils pour parvenir à l’émotion,
ou une projection imaginaire. Dans une volonté de démarche large et ouverte à
l’inattendu, naît l’importance de fibrer : une technique de décomposition du complexe
en plusieurs éléments simples (une phrase possède 8 temps, décomposer la musique, un
poème puis venir y associer des mouvements, des émotions, des mots, des traits, des
récits).
La sphère politique, en faveur d’une société de consommation et industrielle
(atteignant des limites certaines que nous préférons ignorer), vient établir cette hyper-
rationalisation de la vie, on automatise l’homme, réduit à un mode de vie standardisé et
donc à des programmes semblables : l’homme dort, l’homme mange, l’homme se lave.
Nous ne vivons pas tous de la même manière. Pouvons nous redéfinir ces fonctions
autrement, les libérer ? L’espace auquel on vient attribuer certaines caractéristiques est
le résultat de cette standardisation. La volonté d’un contrôle et d’une maîtrise globale
du projet. Pouvons nous générer un lieu sans venir le cloisonner dans une utilisation,
dans une façon de vivre spécifique ? Donner une chance à l’appropriation, à
l’improvisation, peut-être même au hasard ? L’architecte accepte-il le hasard ? Ne
naît-il pas en nous cette obsession du détail, d’aller jusqu’au bout. L’indétermination
programmatique effraie, le jeu est alors de parvenir à offrir des usages infinis,
permettant à l’architecture de devenir un support inépuisable pour un apport
imprévisible et aléatoire.
Est-ce le processus qui fait vivre l’architecture, elle résonne un moment, puis
une fois accomplie, le mouvement cesse laissant place à la prestation. L’architecture,
offerte à la contemplation, se fige et ne vit plus. Est-ce cela, la limite d’une réalisation
architecturale ? Et puis, le processus n’est-il pas finalement inarrêtable. La pensée du
support-apport fait naître ces intentions de projets qui misent sur la participation de
celui qui habite au sein l’œuvre créée. Les transformations, interprétations et les
perceptions de l’habitant font partie intégrante de la conception. Les architectures de
rebords, poreuses acceptent de recevoir des objets de l’ordre de l’intime, du personnel.
L’occupation de l’habitant assure une continuité, une vie du bâtit à qui s’offre une
multitude de possibilités.
Le « Mettre en image » n’intervient pas uniquement lors de la présentation, pour
se faire comprendre (la planche, la maquette finale). Elle peut devenir un véritable outil
de recherche. La composition, le collage, les déformations de multiples traits qui
peuvent au départ ne posséder entre eux aucun lien logique. La main, elle aussi
chemine, tenant un crayon, effectuant un tracé, pensé, instinctif, changeant. Le dessin
abstrait est la parole et tente de retranscrire nos perceptions imaginaires. Mais cette
parole n’est-elle pas également celle qui les nourrit. Cette traduction authentique se
fond, et semble s’animer dans une sorte de concret lorsque l’on vient l’absorber de
significations : une couleur, une matière, un sens, un espace, une architecture. La
pensée diagrammatique détachée d’un environnement physique vient éclaircir le
processus, le synthétiser ou le décomposer dans un soucis de simplicité.
Où est ce que je m’arrête ? On me pousse depuis le début à tout penser, à faire
semblant de tout savoir. Je n’ai pas encore pu bricoler et j’ai la sensation que pendant
encore ces trois prochaines années de pédagogie pragmatique, on ne m’en donnera pas
l’occasion. Avoir cette illusion d’une réserve de temps et de moyens inépuisables, un
stock infini. La dérive s’est donc présenté à moi comme un frein à la conception, voir
même comme une perte de temps. Elle me semble pourtant être maintenant tout le
contraire : une aventure, une distraction environnante, un abandon à l’envie de se
perdre. J’entends, Il faut « rester dans le cadre », de la main au papier, de la coupe, du
plan de la maquette, essentiel peut-être, mais mon corps ne s’y engage pas vraiment
pour autant. « C’est le contact avec la matière qui fait naître l’idée », cette proximité
avec les ressources devient donc indispensable. Il manque cette dimension
d’improvisation, de la débrouille que le bricoleur doit gérer, cette équivalence
pensée/pratique, la prise de conscience du poids de certains de mes choix «
architecturaux ». Aurais-je peur de ne pas être complète ? Une part de manque n’est-
elle pas finalement essentielle pour se libérer des prémisses ? La non-finalité du soi est
essentielle à la curiosité infinie et à la découverte du monde.
« Mademoiselle, pourquoi l’architecture ? »,
On m’a de nombreuses fois posé cette question. J’ai longtemps pratiqué la danse,
puis un jour dû lui faire part de mes choix futurs, pourtant, je n’avais pas la sensation
de la quitter. J’aimerai proposer, dans cette « dernière » partie de chemin réflexif, une
analogie (selon moi) dans « un niveau de principe fondamental de la pensée
architecturale ». Une pensée qui a pu évoluer, se préciser vis à vis de ces études
d’architecture que je suis depuis presque deux ans maintenant, celle d’une porosité à
travers ces deux champs artistiques et techniques.
2018. Pour moi l’architecture sera une manière de continuer la danse. De
conserver évidemment cette dimension créatrice où l’on vient chorégraphier la matière
avec une certaine importance de l’esthétique. C’était globalement l’argument fait à
moi-même. Je ferai alors danser les éléments d’un projet dans l’objectif de créer de la
beauté, qui touche. Oui, je pense qu’il est facile de tomber dans ce raccourci,
l’architecture c’est beau, harmonieux et matériel. Je ne savais pas qu’il s’agirait d’une
danse beaucoup plus englobante.
2019. La découverte, la précision de cette discipline m’oblige a redéfinir la raison
de mes choix. L’utilisation d’un lexique similaire : la structure, les articulations, l’espace,
les fluides, le corps, la respiration, la peau, le rythme, les forces. Pour autant, peut-on
définir l’architecture à un instant donné de façon authentique ? Un art incertain,
constamment en évolution, c’est ça. Le mouvement dans l’espace est généré par une
architecture tout comme par un corps dansant. Comme on a pu le voir déjà, la gestuelle
n’est-elle pas celle qui impulse la pensée ? Un architecte, à la main qui parle, à l’esprit
qui chemine, adopte une conception à l’image d’un processus chorégraphique physique
et mental. Le temps, le projet d’architecture s’inscrit dans une dynamique temporelle,
où il faut rythmer la conception pour la comprendre. Ainsi, chaque trait, chaque image,
s’apparente à une mesure, et viennent façonner la mélodie de création. Une genèse
s’opérant à partir de mouvements, déterminés par l’espace dans lequel le corps se meut.
L’architecture révèle le corps, le corps révèle l’architecture. Finalement, cet assemblage
esthétique : l’objet, vient alors s’habiller de ce travail dans et sur l’espace, d’une
expérience corporelle, spatio-temporelle.
2020. Un approfondissement lors de cette deuxième année, où je prends
réellement conscience du poids de l’architecture : politique, écologique, social,
économique. Un corps humain, une composition architecturale est un vecteur
d’informations : l’appartenance à un statut social, à une culture, des références. Porter
un message, un symbole, raconter une histoire leurs sont alors intrinsèques. Il y aura
toujours cet impact du corps, de la réalisation sur le contexte et sur nos perceptions.
La danse s’est ancrée en nous depuis notre état le plus primitif. C’est le
mouvement du corps qui fut, dans une obsession d’entretenir des liens sociaux, le
premier vecteur de communication. La danse, autour d’une culture, d’une croyance,
rassemble les hommes tout comme l’architecture. Naît alors l’interrelation du
danseur/spectateur, danseur/danseur, chacun apportant une part de processus. Alors,
où et quand peut-on définir la notion de projet dans la danse ? Il en va de même, est-ce
la recherche, le spectacle ? Encore une fois, la question est-elle de définir ? Pour moi il
est question ici d’une prise de position.
Un moyen alternatif à la contestation. Aujourd’hui, une création chorégraphique
détient souvent la volonté d’offrir une réflexion sur les rouages de notre système
actuel qui se caractérise d’une manière de plus en plus explicite par une saturation
sociale, morale et climatique au profit d’une économie linéaire. Les architectures des
individus et des villes sont un miroir de société. Pourraient-elles finalement devenir des
appuis de changement ?
14/05/2020, au terme de cette année, l’architecture se présenqate désormais à moi
comme l’espoir d’un futur apaisé. Je n’aurai pourtant jamais finit de danser.
https://www.youtube.com/watch?v=MfNhoI6sfL8
danseuse : Katia Mendes Musique : Gardien Volcan, Digital Kabar


Jean Moulin em Lisboa durante a 2ª Guerra

 

Conversa aberta. 3 mensagens. Todas as mensagens lidas.

Jean Moulin em Lisboa durante a 2ª Guerra

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para mim
Olá Mana,

Hoje, o jornal Público fala do préfet Jean Moulin que passou por Lisboa durante a guerra.

Reproduzo parte do artigo:
https://www.publico.pt/2021/09/26/politica/noticia/jean-moulin-heroi-resistencia-francesa-dormiu-pensao-algarve-1978658?ref=hp&cx=stories_featured_a-destaques-496643

"A passagem por Lisboa de Moulin é relatada num livro do escritor Jorge Reis (autor de Matai-vos uns aos Outros, de 1962) chamado Memória Resguardada. Como conta João Soares, Jorge Reis, na época um jovem de 16, 17 anos, comunista, de Vila Franca de Xira, relata nesse livro como conheceu Jean Moulin num alfarrabista da Rua da Trindade, a Barateira — esse encontro dá o nome a um capítulo, intitulado “O francês da Barateira”. Jorge Reis está a folhear um livro de Romain Rolland quando um homem de cerca de 40 anos se aproxima dele e fica quase comovido por ver que um jovem português se interessa por literatura francesa. Oferece-lhe o livro. Reis pergunta ao alfarrabista se sabia quem era o homem que lhe ofereceu o livro. Resposta: “Um senhor Mercier, um professor que vem aqui.” A pensão onde Moulin-Mercier estava instalado era ao lado da loja do alfarrabista. Outra recordação que Jorge Reis tem de Jean Moulin é de, uma semana depois do encontro na Barateira, ver o misterioso francês no Jardim de S. Pedro de Alcântara — também muito perto da pensão onde se instalou — a desenhar. Moulin oferece também o desenho a Reis, mas o desenho perdeu-se."

Um coletivo de que faz parte João Soares organiza uma semana Jean Moulin em Lisboa.

Beijinhos do mano

Luís Gonçalves

segunda, 27/09/2021, 22:55


para mim
Está muito bem!

Beijinhos do mano
A mostrar Marilia Gonçalves Cacela Velha com poema.jpg.
-1º

Batem azuis à janela

 

Batem azuis à janela

onde a manhã se demora

azul eléctrico lembra

duas amoras de sombra.

 

Exteriorizar da memória

Círculo d'água esvaída

ramificação da história

ritual verde da vida.


M.G. 

AGUARELA

Ó minha manhã clara

meu sol nascente de Agosto

do Oriente essência rara

minha pérola de mosto.

 

Minha clara cotovia

de canto sem ter igual

meu trigal azul do dia

meu mar e meu areal.

 

Minha gaivota tormenta

meu búzio minha alegria.

Ó minha tarde cinzenta

prata em luz ao fim do dia.

 

 

Curiosidades do Mundo Animal - Texugo do Mel: o baixinho marrento

TRAGEDIA EN UCRANIA: RUSIA TENDIÓ UNA TRAMPA MORTAL A LA OTAN | ATAQUE E...

ondular a paisagem

  ondular a paisagem

O sonho de quem está vivo

ver a aragem nos olhos 

a ondular a paisagem

a criar vozes diurnas

ou febris noites de amor.

Elevar ao cimo a vida

à transparência da cor.

 

 

Hoje sou égua d’água marinheira

 

Hoje sou égua d’água marinheira
vento a contar o longe do presente
em simultâneo, negra flor nascente.
Navegam-me mares doutra coragem
marés de fumo enlaçam a imagem
do rumo a esbater-se junto à praia.
Mas quando piso
Hoje sou égua d’água marinheira
vento a contar o longe do presente
em simultâneo, negra flor nascente.
Navegam-me mares doutra coragem
marés de fumo enlaçam a imagem
do rumo a esbater-se junto à praia.
Mas quando piso terra firme
tem início o espanto da viagem!li
tem início o espanto da viagem!li

DESCONHECIMENTO

 

DESCONHECIMENTO


Tu que lês a poesia

que sabes tu do poeta

que sabes das suas dores

que sabes dos seus temores

transportados ao sorriso?


Que sabes do seu Inverno

dos seus incêndios d’inferno

com sonhos de paraíso?


Que sabes dessa loucura

que faz amor com a ternura

no leito da madrugada?


Que sabes tu do poeta?

Pouci muito pouco, ou nada!


Que sabes dos seus tormentos

gritos esparsos aos ventos

que dão a voz à mudez?


Que sabes dos seus espinhos

ou dos ásperos caminhos

percorridos em si próprio?


Olha os olhos do poeta

olha su’alma liberta

dos grilhões da hipocrisia!


E verás lá bem no fundo

lamas nojentas do mundo

transformar-se em poesia!




mais vale tarde que nunca

  

 

Mais vale tarde que nunca, só que Portugal anda a sofrer de rouquidão crónica, o que explica o meio século onde se calhar só os mais afortunados em saúde escaparam à moléstia, que molestados andavam quase todos, desta ou daquela maneira, desse modo ficamos a gramar a pastilha, que sempre havia de ser elástica, para durar tanto, como

no tempo do tal Filipe e dos outros vindos da mesma banda, o que prova que paciência portuguesa, dura à volta de meio século, mas sempre era bom não ensinar o truque aos vindouros, que é para não chegarem como o carro dos japoneses, como se dizia em tempos na televisão, agora já não fala disso, só se ouve a história do outro, na américa, que até parece que nunca ninguém tal fez, ora eu acho que era o momento de cada um por a barba de molho, pois se aplicam castigo a um, tirando-lhe o posto, os que só têm outra coisa para tirar, sempre me está a parecer que arriscam mais, tudo depende do valor atribuído, como se de hipoteca se tratasse, que aí sim, sabe a gente, que onde cheira a cacau, a conversa é outra, senão veja-se o estado a que chegou a nossa riquíssima civilização, onde se olha primeiro para a conta bancária do indivíduo, passando a meter o nariz no que sempre andou tão escondido, que é para ser como o rabo do dito, só que nesta história, não se sabe bem quem é o caçado nem o caçador, o que talvez faça pensar duas vezes pelo menos, pois é possível que o primeiro se transforme no segundo e vice-versa ou verso, que se de poesia se tratasse, as coisas sempre haviam de ser possíveis, habituada que está, a deitar abaixo o que a impede de avançar, quando o poeta lhe segue o passo até à luz que nela procura, se procurar fosse bastante, porque afinal se calhar o indispensável seria sermos mais activos na nossa espera, que lá dizem os franceses, ajuda-te e o céu te ajudará, mas isto de costumes brandos nunca leva a parte nenhuma, principalmente quando nos impede de falar, que sempre faz bem o desabafo e se calha a encontrar eco, então aí nem se fala, que pode germinar em solução, sabe-se lá...

Marilia Gonçalves

Lisboa. Heróis de Quionga...

 

Lisboa. Heróis de Quionga...

Havia frio do Natal.

Pela mão de minha mãe

Imaginava Natais

Natais de quem não os tem.

 

Lisboa não tinha ali

no vento fresco da rua

a luz a decoração

do Rossio da Baixa toda;

Mas na imaginação

cada montra já perdida

dava o enlevo que então

só nos dá a própria vida.

 

Havia quase um calor

no frio, que sabia bem.

Porque falava de amor

mesmo àqueles que o não têm.

 

As prendas pobres pequenas

tinham a força do riso

a forma do coração...

Nada mais era preciso

Havendo risos e pão.