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O BLOGUE UNIVERSAL E INTERNACIONALISTA


A praça é do povo. Como o céu é do condor. É o antro onde a liberdade. Cria águias em seu calor! ...

A palavra! Vós roubais-la
Aos lábios da multidão
Dizeis, senhores, à lava
Que não rompa do vulcão.

Castro Alves
Jornal de Poesia

Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes? / Em que mundo, em que estrelas tu te escondes / Embuçado nos céus? /Há dois mil anos te mandei meu grito / Que, embalde, desde então corre o infinito... / Onde estás, Senhor Deus?

Castro Alves


MINHA LEI E MINHA REGRA HUMANA: AS PRIORIDADES.

Marília Gonçalves

Grandes almas sempre encontraram forte oposição de mentes medíocres.
Albert Einstein

Perguntas Com Resposta à Espera

Portugal ChamaS e Não Ouvem a Urgência de Teu Grito? Portugal em que http://www.blogger.com/img/gl.bold.gifinevitavelmente se incluem os que votando certo, viram resvalar de suas mãos a luz em que acreditavam; A LUTA CONTINUA )
Quem Acode à Tragédia de Portugal Vendido ao Poder dos Financeiros?! Quem Senão TU, POVO DE PORTUGAL?! Do Mundo inteiro a irmã de Portugal a filha. Marília Gonçalves a todos os falsos saudosistas lamurientos, que dizem (porque nem sabem do que falam) apreciar salazar como grande vulto,quero apenas a esses,dizer-lhes que não prestam! porque erguem seus sonhos sobre alicerces de sofrimento, do Povo a que pertencem e que tanto sofreu às mãos desse ditador!sobre o sofrimento duma geração de jovens ( a que vocês graças ao 25 de Abril escaparam)enviada para a guerra, tropeçar no horror e esbarrar na morte, sua e de outros a cada passo! sobre o sofrimento enfim de Portugal, que é vossa história, espoliado de bens e de gentes, tendo de fugir para terras de outros para poder sobreviver, enquanto Portugal ao abandono,via secar-se-lhe o pobre chão, sem braços que o dignificassem! Tudo isso foi salazar, servido por seus esbirros e por uma corte de bufos e de vendidos, que não olhavam a meios,para atingir seus malévolos fins!Construam se dentro de vós há sangue de gente, vossos sonhos, com base na realidade e não apoiando-os sobre mitos apodrecidos, no sangue de inocentes!!! Marília Gonçalves (pois é! feras não têm maiúscula!!!)

sábado, 30 de maio de 2009







MAS HOUVE FASCISMO EM PORTUGAL? CALEM-SE AS MALDITAS E MENTIROSAS VOZES
.


o Coronel Andrade Silva, Homem de Abril; um dos Homens sem Sono, num desafio, apela ao bom senso e à memória de todos os portugueses para que testemunhem do que foi o salazarismo e o ditador imundo que o originou

em debate no blogue
LIBERDADE e CIDADANIA

venham todos testemunhar do que foi a repressão, prisões politicas , tortura, tribunais plenários, medidas de segurança, Tarrafal, Caxias, Peniche, Penamacor, o que foi a censura, a mocidade portuguesa, o horror da guerra colonial, a tortura do sono, a estátua e outras formas de tortura
Venham todos contar aos jovens e ao futuro quem foi esse governante que dava pelo nome de Salazar e que ensombrou e assombrou Portugal durante décadas e quem foi o seu sucessor Marcelo Caetano, quem foi a PIDE e os bufos e que papel desempenhavam, aterrorizando Portugal de Norte a Sul reduzindo pelo terror o povo ao silêncio e à passividade.

Marilia Gonçalves







NO 13º DIA DA TORTURA DO SONO



Esta manhã o Sol,


vermelho de vergonha,

veio espreitar se ainda vivo.




Sinto-me num barco que se afunda.

Só eu flutuo

à deriva num mar encapelado,

as tábuas unidas por um fio inquebrável,

jangada varrida por chicotadas de tormenta

com agressões de rochedos a doer nos ossos.



Desço ao fundo de mim. Ao menos

aqui encontro segurança.

À minha volta os monstros investem

mas só por fora a carne sangra.



Recosto-me

num monte de recordações

que as vertigens não deixam ordenar.

Ah! Bem desejam os monstros apreendê-las

e por isso espreitam desesperadamente

através dos meus olhos.

Mas, entretanto, eu desliguei a lâmpada

que dava luz cá dentro.



Estou suspenso de mim. Acho que vou cair.

Mas não. As paredes é que rodopiam

e abrem-se agora à passagem de figuras brancas,

monstros de cal, corpos recortados.

Quem são, quem são? Ah, não apertem

pois quero respirar.

Que ouvidos são aqueles pendurados no tecto?

Como conseguiram entrar na minha cabeça

e escavar, escavar... ?

Rio-me, pois nada encontrarão

a não ser uma ampulheta marcando o tempo,

cada vez mais difuso.

Rio-me, sim, com um riso de sangue em brasa.




Eles tentam isolar-me cortando as amarras,

quebrando as antenas,

destruindo a bússola.

Mas eu continuo a orientar-me

rompendo o nevoeiro do seu ódio.



O meu pensamento é uma escada em caracol

a que faltam degraus.


Ontem à noite escorreguei

e quase mergulhei no sono universal.

Mas hoje, com o render da noite,

senti-me vivo e gostei.



Amo a vida, o amor, a liberdade.

E é por isso que morro pela vida,

odeio pelo amor

e pela liberdade estou cativo.



Soltam à minha volta palavras-mastins

que ladram e abocanham:

"Diz!", "Declara!", "Fala e vais dormir!"

(sons para mim sem nexo).

Ó monstros pobres diabos!

Nem sequer se apercebem que não podem

vergar esta barra

dura como a vontade.



Deixei-me cair em indiferença de algodão.

Desisti de fazer o puzzle que trago nos olhos.

Sons e imagens, podeis vogar, sois livres,

podeis confundir-vos, bailar.

Gargalhadas na parede, ameaças,

olhos a passear pelo chão,

bichos repelentes, répteis,

hálito podre de polícias suados,

mãos na garganta, lápis

a rolar sobre a mesa como um bulldozer ,

tudo isto está prensado

nesta muralha de ódio à minha volta.




Dentro de mim está a vida.

Dentro de mim trago os companheiros que se agitam,

dentro de mim trago os povos que fervilham,

povos que recusam a vala comum

e reconstroem o Sol.

Dentro de mim está o amor

que se transmite em ondas de confiança.

Dentro de mim

há um carregamento de certezas

implacáveis.



É por isso que o meu sorriso

é uma arma de agressão

que transforma o ódio em desespero.

Dentro de mim, bem no fundo de mim,

é que está a passagem para a liberdade.



Mas só eu tenho a chave do alçapão.



Carlos Domingos

( Prisão de Caxias, Outubro de 1972)







segunda-feira, 25 de maio de 2009

INVERSÃO DE VALORES

INVERSÃO DE VALORES - CARTA DE UMA MÃE PARA OUTRA MÃE (ASSUNTO VERÍDICO).


*Carta enviada de uma mãe para outra mãe em São Paulo, após um noticiário na TV: De mãe para mãe... 'Vi o seu enérgico protesto diante das câmaras de televisão contra a transferência do seu filho, menor, infractor, das dependências da prisão em São Paulo para outra dependência prisional no interior do Estado de São Paulo. Vi você se queixando da distância que agora a separa do seu filho, das dificuldades e das despesas que passou a ter, para visitá-lo, bem como de outros inconvenientes decorrentes daquela mesma transferência. Vi também toda a cobertura que os média deram a este facto, assim como vi que não só você, mas igualmente outras mães na mesma situação que você, contam com o apoio de Comissões Pastorais, Órgãos e Entidades de Defesa de Direitos Humanos, ONG's, etc... Eu também sou mãe e, assim, bem posso compreender o seu protesto. Quero, com ele, fazer coro. No entanto, como verá, também é enorme a distância que me separa do meu filho. Trabalhando e ganhando pouco, idênticas são as dificuldades e as despesas que tenho para visitá-lo. Com muito sacrifício, só posso fazê-lo aos domingos porque labuto, inclusive aos sábados, para auxiliar no sustento e educação do resto da família. Felizmente conto com o meu inseparável companheiro, que desempenha, para mim, importante papel de amigo e conselheiro espiritual. Se você ainda não sabe, sou a mãe daquele jovem que o seu filho matou cruelmente num assalto a um vídeo-clube, onde ele, meu filho, trabalhava durante o dia para pagar os estudos à noite. No próximo domingo, quando você estiver abraçando, beijando e fazendo carícias ao seu filho, eu estarei visitando o meu e depositando flores na sua humilde campa rasa, num cemitério da periferia... Ah! Já me ia esquecendo: e também ganhando pouco e sustentando a casa, pode ficar tranquila, pois eu estarei pagando de novo, o colchão que seu querido filho queimou lá, na última rebelião de presidiários, onde ele se encontrava cumprindo pena por ser um criminoso. No cemitério, ou na minha casa, NUNCA apareceu nenhum representante dessas 'Entidades' que tanto a confortam, para me dar uma só palavra de conforto, e talvez indicar quais "Os meus direitos". Para terminar, ainda como mãe, peço "por favor": Faça circular este manifesto! Talvez se consiga acabar com esta (falta de vergonha) inversão de valores que assola o Brasil e não só... Direitos humanos só deveriam ser para "humanos direitos" !!!

domingo, 24 de maio de 2009

sábado, 23 de maio de 2009

Sociedade Filarmónica Humanitária - Palmela

Grupo cénico da SFH apresenta:

"ACTORES DE BOA FÉ"

de Pierre Marivaux

Domingo 24 de Maio 2009 - 21:30h

na Sociedade Filarmónica Humanitária - Palmela

+ Informações: Tel.: 21 235 0235


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sexta-feira, 22 de maio de 2009

Joaquim Benite recebe a Comenda «de la Orden del Mérito Civil

Joaquim Benite receberá na próxima segunda-feira, dia 25 de Maio, a Comenda «de la Orden del Mérito Civil», que lhe foi outorgada pelo Estado espanhol. Numa cerimónia que terá lugar às 18.00, no Palácio da Palhavã – residência do embaixador de Espanha, em Lisboa –, D. Alberto Navarro González, actual detentor do cargo, entregará a Joaquim Benite a cruz dourada, pendente de uma cinta azul e branca.
Esta distinção vem juntar-se às condecorações nacionais e internacionais já atribuídas ao director da Companhia de Teatro de Almada (CTA) e do Festival de Almada (Medalha de Mérito Cultural, do Ministério da Cultura; Medalha de Ouro, do Município de Almada; Medalha de Honra, da Cidade da Amadora; e o grau de Cavaleiro da «Ordre des Arts et Lettres», da República Francesa).
A atenção dada ao reportório hispânico na programação da CTA – onde Joaquim Benite apresentou, entre outros, autores como Calderón de la Barca, García Lorca, Sanchis Sinisterra, Juan Benet, Francisco Suarez, Javier Villanueva, Pablo de Neruda ou Augustín Cuzzani; o seguimento atento – no Festival de Almada – das mais importantes e representativas produções de criadores espanhóis e da América Latina (de que é bom exemplo a repetida vinda ao Festival de espectáculos encenados por Ana Zamora); e os trabalhos que Joaquim Benite encenou em território espanhol (entre os quais, se destaca Timão de Atenas, de William Shakespeare, estreado na edição de 2008 do Festival de Teatro Clássico, de Mérida) encontraram significativo reconhecimento entre o público e a crítica do país vizinho, facto que, não passando despercebido às autoridades de Espanha, conduziu à atribuição de uma condecoração, cujo regulamento prevê, justamente, premiar cidadãos estrangeiros que tenham contribuído para uma divulgação de qualidade da Cultura em Língua Espanhola.

quinta-feira, 21 de maio de 2009




Caros amigos,
Desde há 13 anos presa, a Prémio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi foi novamente encarcerada, com acusações ilegítimas impostas pela junta militar brutal da Birmânia. Diga para o Secretário Geral da ONU garantir a libertação dela e de todos os presos políticos do país:




Aung San Suu Kyi, líder pró-democracia e vencedora do Prémio Nobel da Paz, acabou de receber novas acusações dias antes do fim do cumprimento da sua pena de 13 anos de prisão. Ela e outros milhares de monges e estudantes foram presos por desafiarem pacificamente a ditadura brutal de seu país, a Birmânia (Mianmar).

Mesmo correndo o risco de sofrer uma retaliação dos militares, os activistas da Birmânia estão organizando um movimento global pela libertação de Aung San Suu Kyi e de todos os prisioneiros políticos do país. Nós temos apenas 6 dias para ajudá-los a conseguir uma quantidade gigantesca de assinaturas, que serão apresentadas para o Secretário Geral da ONU – Ban Ki Moon semana que vem. A petição pede que ele dê prioridade máxima à libertação dos presos, impondo a libertação como condição para qualquer engajamento com a junta militar. Clique no link para assinar e encaminhe este email para seus amigos, só com um grande número de assinaturas poderemos garantir a libertação de Aung San Suu Kyi e de todos os presos políticos da Birmânia:

http://www.avaaz.org/po/free_aung_san_suu_kyi


No dia 14 de maio, Aung San Suu Kyi foi enviada para o presídio acusada de permitir a entrada de um homem norte-americano em sua casa, violando assim sua prisão domiciliar. A acusação é absurda pois a casa é cercada por guardas militares que são justamente os responsáveis pela guarda do local. Está claro que as acusações recentes são um pretexto para mantê-la presa durante as eleições de 2010.

O regime militar da Birmânia é conhecido pela repressão violenta a qualquer ameaça ao controle militar total. Milhares de pessoas estão presas em condições desumanas, onde não há atendimento médico e onde a prática de tortura e outros abusos são frequentes. Há uma repressão violenta a grupos étnicos e mais de 1 milhão de pessoas já fugiram do país.

Aung San Suu Kyi é a maior ameaça ao poder da junta militar. Ela é a maior líder do movimento pró-democracia e teve uma vitória esmagadora sobre a junta nas eleições de 1990, sendo portanto a candidata mais forte às eleições programadas para o ano que vem. Ela tem sido presa continuamente desde 1988 – e apesar de estar sob prisão domiciliar, ela não tem contacto nenhum com o mundo exterior. No presídio Insein onde ela foi levada semana passada não existe atendimento médico o que significa um enorme risco para as suas graves condições de saúde.

Fontes dizem que o movimento global que está emergindo para pressionar a ONU já está intimidando a junta militar. Mais de 160 exilados da Birmânia e grupos de solidariedade em 24 países estão participando desta campanha. O Secretário Geral da ONU e líderes regionais chaves que estão em contacto com o regime militar da Birmânia podem influenciar o destino destes presos políticos. Semana passada o Secretário Geral Ban Ki Moon disse: “Aung San Suu Kyi e todos aqueles que podem contribuir para o futuro do país devem ser libertados”. Vamos surpreender o Ban Ki Moon com um chamado global massivo, pedindo que ele aja de acordo com as suas palavras e faça algo para acabar com a brutalidade militar, assine agora a petição:

http://www.avaaz.org/po/free_aung_san_suu_kyi

Assim como a libertação do Nelson Mandela, a liberdade de Aung San Suu Kyi depois de anos de uma detenção injusta, poderá representar um novo começo para a Birmânia, trazendo a esperança da democracia. Esta semana poderá se tornar um momento histórico – vamos mostrar nosso apoio à Suu Kyi e aos corajosos homens e mulheres que lutam pela democracia – demande sua libertação já!

http://www.avaaz.org/po/free_aung_san_suu_kyi


Com esperança,

Alice, Brett, Ricken, Pascal, Graziela, Paula e toda a equipe Avaaz

Para saber mais sobre Aung San Suu Kyi leia:

Prisão onde Suu Kyi é julgada tem apelido de "fossa do inferno":
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1159335-5602,00-PRISAO+ONDE+SUU+KYI+E+JULGADA+TEM+APELIDO+DE+FOSSA+DO+INFERNO.html

Perfil: Aung San Suu Kyi é símbolo de resistência pacífica:
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/05/14/perfil-aung-san-suu-kyi-simbolo-de-resistencia-pacifica-755859903.asp

Ban está alarmado com a acusações contra Suu Kyi em Mianmar:
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5jr0GHlT32KuhsqxWbck6Dk4Ug5-w

Líder da Oposição democrática da Birmânia enfrenta julgamento:
http://tv1.rtp.pt/noticias/?t=Lider-da-Oposicao-democratica-da-Birmania-enfrenta-julgamento.rtp&article=220465&visual=3&layout=10&tm=7

Começa julgamento de líder pró-democracia de Mianmar:
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/05/18/comeca-julgamento-de-lider-pro-democracia-de-mianmar-755911485.asp

Suu Kyi já não se fazem heroínas assim:
http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1235851&seccao=Leon%EDdio%20Paulo%20Ferreira&tag=Opini%E3o%20-%20Em%20Foco

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SOBRE A AVAAZ

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terça-feira, 12 de maio de 2009

Esta noite milhões de crianças dormirão na rua, mas nenhuma delas é cubana”

Esta noite milhões de crianças dormirão na rua, mas nenhuma delas é cubana!" (Infelizmente muitas serão portuguesas!)








“Esta noite milhões de crianças dormirão na rua, mas nenhuma delas é cubana”
Fidel Castro

O vídeo que vai ver foi filmado em Cuba pelo controverso Michael Moore.




É sobre o sistema nacional de saúde cubano.
Cuba, onde as crianças não têm acesso a Play Stations (pelo menos com facilidade).
Nem se sentem inferiorizadas por não vestirem roupas de marca.
Onde os supermercados não apresentam 60 marcas de manteiga diferentes.
E a TV não mente a publicitar que os Danoninhos ajudam as crianças a crescer.
Os carros de luxo não abundam.
Nem as malinhas Louis Vuitton.
Mas têm talvez o mais avançado sistema de saúde de todo o planeta.
E um sistema de ensino ímpar, em que os professores ensinam e os alunos aprendem, com rigor e disciplina, onde não há lugar para Escolas Novas, estatísticas aldrabadas, pseudo-universidades e Novas Oportunidades da treta.
E pleno emprego.
E as ruas seguras, livres de criminalidade e de drogados
Mas os Cubanos têm falta de liberdade.
Falta de liberdade... para assaltarem idosos e crianças.
Falta de liberdade... para agredirem professores dentro das escolas.
Falta de liberdade... para dispararem contra polícias.
Falta de liberdade... para desrespeitarem o seu semelhante.
Falta de liberdade... para políticos corruptos que enriquecem à sombra do erário público.
Cuba, onde tantas coisas faltam, principalmente as supérfluas, as inventadas pelo capital na sua necessidade de se reproduzir.
Mas onde abundam a solidariedade, a fraternidade e, principalmente, a humanidade.

VIDEO

http://video.google.com/videoplay?docid=-8478265773449174245&hl=pt-BR

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Mais um desassombrado texto de Mário Crespo!
















Mais um desassombrado texto de Mário Crespo!






Os bons e os maus
10h29m

Já há mais jornalistas a contas com a justiça por causa do Freeport do que houve acusados por causa da queda da ponte de Entre-os-Rios. Isto diz muito sobre a escala de valores de quem nos governa.


Chegar aos 35 anos do 25 de Abril com nove jornalistas processados por notícias ou comentários com que o Chefe do Governo não concorda é um péssimo sinal. O Primeiro-ministro chegou ao absurdo de tentar processar um operador de câmara mostrando que, mais do que tudo, o objectivo deste frenesim litigante é intimidar todos os que trabalham na comunicação social independentemente das suas funções, para que não toquem na matéria proibida. Mas pode haver indícios ainda piores. Se os processos contra jornalistas avançarem mais depressa do que as investigações do Freeport, a mensagem será muito clara. O Estado dá o sinal de que a suspeita de haver membros de um governo passíveis de serem corrompidos tem menos importância do que questões de forma referentes a notícias sobre graves indícios de corrupção. Se isso acontecer é a prova de que o Estado, através do governo, foi capturado por uma filosofia ditatorial com métodos de condicionamento da opinião pública mais eficazes do que a censura no Estado Novo porque actua sob um disfarce de respeito pelas liberdades essenciais. Não havendo legislação censória está a tentar estabelecer-se uma clara distinção entre "bons" e "maus" órgãos de informação com advertências de que os "maus" serão punidos com inclemência. O Primeiro-ministro, nas declarações que transmitiu na TV do Estado, fez isso clara e repetidamente. Pródigo em elogios ad hominem a quem não o critica, crucifica quem transmite notícias que lhe são adversas. Estabeleceu, por exemplo, a diferença entre "bons jornalistas", os que ignoram o Freeport, e os "maus jornalistas" ou mesmo apenas só "os maus", os que o têm noticiado. Porque esses "maus" não são sequer jornalistas disse, quando num exercício de absurdo negou ter processado jornalistas e estar a litigar apenas contra os obreiros dos produtos informativos "travestidos" que o estavam a difamar. E foi num crescendo ameaçador que, na TV do Estado, o Chefe do Governo admoestou urbi et orbi que, por mais gritantes que sejam as dúvidas que persistem, colocar-lhe questões sobre o Freeport é "insultuoso", rematando com um ameaçador "Não é assim que me vencem". Portanto, não estamos face a um processo de apuramento de verdade. Estamos face a um combate entre noticiadores e noticiado, com o noticiado arvorando as armas e o poder que julga ter, a vaticinar uma derrota humilhante e sofrida aos noticiadores. Há um elemento que equivale a uma admissão de culpa do Primeiro-Ministro nas tentativas manipulatórias e de condicionamento brutal da opinião pública: a saída extemporânea de Fernanda Câncio de um painel fixo de debate na TVI sobre a actualidade nacional onde o Freeport tem sido discutido com saudável desassombro, apregoa a intolerância ao contraditório.


Assim, com uma intensa e pouco frequente combinação de arrogância, inabilidade e impreparação, com uma chuva de processos, o Primeiro Ministro do décimo sétimo governo constitucional fica indelevelmente colado à imagem da censura em Portugal, 35 anos depois de ela ter sido abolida no 25 de Abril.



Mário Crespo
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Palmela Cidade Abril
Sociedade Filarmónica Humanitária
apresenta
I CICLO DE MÚSICA DE CÂMARA DE PALMELA 23 de Maio 2009 - 22 horas Conservatório Regional de Palmela Ensemble CamerArte 30 de Maio 2009 - 22 horas Escola Superior de Música de Lisboa *** ENTRADA LIVRE *** Agradecemos a atenção dispensada na leitura desta mensagem de correio-electrónico. A presente e-newsletter destina-se à promoção dos bens e serviços publicitados. De acordo com a legislação em vigor inclui meios automatizados para o receptor impedir o envio de mensagens. ---

Poetas del Mundo em notícia


Luis Arias Manzo Presidente de Poetas del Mundo


Poetas del Mundo em notícia


a SALVADOR ALLENDE. Par Athanase Vantchev de Thracy*
FRANCE: Salvador Allende [26 juin 1908 - 11 septembre 1973] a été président du Chili du 3 novembre 1970 au 11 septembre 1973. Il n'a pas pu terminer son mandat présidentiel, qui devait durer jusqu'en 1976. Le coup d'État du 11 septembre 1973 renversa son gouvernement et mit en place une dictature militaire. Le défenseur des opprimés et des abandonnés, le Fils glorieux du Chili, se vit obligé de se suicider durant les bombardements aériens sur le palais de la Moneda.

SALVADOR ALLENDE

« Stabant justi in magna constantia adversus eos
qui se angustiaverunt, et qui abstulerunt labores eorum »

[« Les justes s’élèveront avec une grande force contre ceux
qui les auront accablés d’afflictions,
et qui leur auront ravi les fruits de leurs travaux »]


Messe pour un martyr

I.

Oui, Salvador,

Les peuples ont soif flamboyante de justice
Pareils en cela aux herbes du désert
Qui réclament le poème divin de la pluie.


(continua)

video O Ultimo Discurso de Allende

video 1 As Últimas Horas de Savador Allende

video 2 As Últimas Horas de Salvador Allende


domingo, 10 de maio de 2009

Nunca Podemos Saber o que nos Espera

Se um dia vier contar-vos aqui a minha vida, tudo o que presenciei e vivi, poderão constatar quão fácil é resvalar duma vida segura e confortável, para a inquietação, o susto e a aflição: se essa história fosse apenas minha, não teria o mínimo interesse contá-la, mas nela poderão ver o retrato de muitos dos que passam por nós, enquanto alheios ao que nos rodeia, seguimos embebidos em nossos pensamentos, sem ver que o presente de quem passa pode um dia inesperadamente vir a ser o nosso presente, o vazio de cada dia que longo decorre.
Basta um sopro na economia, basta um capricho dum patrão, o abuso dum chefe, um despedimento, ou uma doença mais prolongada ou mais grave e eis-nos projectados num mundo que graças ao trabalho desconhecíamos, mundo que nos parecia tão distante, que estaríamos prontos a jurar que connosco nunca tal sucederia.
E se vos disser que numa manhã em poucas horas vi resvalar minha vida do sonho para o pesadelo e tinha então apenas dez anos?
Apenas por isso aprendo prematuramente que num instante nos podemos tornar invisíveis, e que é preciso um esforço infinito para nos impormos no mundo dos vivos.
Mas esta não foi a única reviravolta de minha vida.
E bem vejo que se tiver vida para o poder fazer terei que vos contar em detalhe a história que de outros se fez minha e que continua a influenciar o decorrer dos meus dias.
Mas porque nunca sabemos antecipadamente peço-vos que leiam atentamente o apelo que se segue, pois os direitos que ajudarmos a conquistar para os outros que atravessam momentos de aflição, podem um dia ser os direitos que nos salvem numa situação idêntica ou parecida
até breve
Marília


ATT SOS ATT SOS

NOTA À COMUNICAÇÃO SOCIAL

AIL não abdica
do seu papel de parceiro social

NOVA LEI DOS DESPEJOS IMEDIATOS
EM PREPARAÇÃO PELO GOVERNO

Ao que a Associação dos Inquilinos Lisbonenses conseguiu saber, o
Governo tem em preparação um Projecto de Decreto-lei que visa no
essencial o despejo dos inquilinos, habitacionais e não habitacionais.

Destina-se tal projecto a apresentar na AR uma autorização
legislativa que, no pressuposto de alterar o Decreto-Lei nº 157/2006,
não passa de uma alteração com o objectivo de facultar aos
proprietários os despejos imediatos, bastando para tanto que
pretenda executar obras de conservação para as quais seja
necessário que o inquilino não possa permanecer no locado.

Nestas circunstâncias, os inquilinos habitacionais poderão ser
indemnizados com o valor correspondente a dois anos de renda, num
mínimo de 24 vezes o salário mínimo nacional (10.800,00 euros) e
para os não habitacionais 60 vezes o mesmo valor (27.000,00 euros).

Estamos a falar em valores insignificantes para eventuais alternativas
tendo em conta o que a habitação representa para as pessoas, e para
os serviços e emprego, valores esses que serão por certo uma
pequena parcela do que representará o valor que os proprietários irão
receber futuramente em novos arrendamentos.

A ser assim, importa responder desde já e condenar energicamente
tal propósito do Governo, completamente desajustado da realidade
social e económica do país, ainda por cima agravadas com a crise
existente.
2
Era um hábito salutar haver uma apresentação de intenções e uma
discussão prévia entre o Governo e os parceiros sociais. O Secretário
de Estado Dr. Eduardo Cabrita assim procedeu ao consultar as
associações no decorrer do processo de alterações à lei do
Arrendamento.

Agora, e ao contrário, o Secretário de Estado João Ferrão, não
comunicou nem discutiu previamente, e quando confrontado pela AIL,
por escrito, sobre quais as razões de estar em preparação nova
legislação sobre habitação e arrendamento sem que a AIL tenha sido
contactada, ficou muito indignado.

AIL é parceiro social
e exige ser ouvida

A AIL não abdica do seu papel de parceiro social e, como tal, exige
ser ouvida. Ontem, hoje, amanhã e sempre! Está em causa um
direito fundamental dos cidadãos, o seu direito à habitação!

Mas, importa ter presente que a comunicação social fez recente eco
desta intenção do Governo em legislar sobre a matéria, mas apenas
divulgou aspectos relacionados com a propriedade privada omitindo
os aspectos quanto às intenções da lei quanto ao arrendamento e,
sabe-se agora, quanto aos despejos dos inquilinos.

Terá sido por acaso que apenas passou aquela informação sendo bem
guardada esta que estamos a falar?

Trata-se, mais uma vez, da mesma política: vão ser não só as classes
e camadas da população mais desfavorecidas, os Pequenos e Médios
comerciantes e industriais a pagar a crise por falta de apoios
financeiros, mas também os inquilinos e PMES a sofrer a gula de
alguns proprietários com todo o apoio do Governo.

Estará o Secretário de Estado João Ferrão a prever o que sucederá
com estes despejos? Vai-se ter de voltar às barracas?

Se o Governo tiver a ousadia de ir para a frente com esta proposta,
vamos de ter de encontrar as formas de combate adequadas às
circunstâncias.

A AIL, desde o início, afirmou que a proposta do NRAU apresentada
pelo actual Governo em 2005, após ser nomeado, apenas acarretava
a actualização de rendas ditas antigas e aumentava a receita fiscal
por via da actualização do valor patrimonial, mas que em nada
contribuía para a urgente reabilitação do património e para a
melhoria da qualidade de vida dos arrendatários, o que se confirmou. 3

De facto, o NRAU aplicou-se quase exclusivamente às casas e prédios
que genericamente estavam em boas condições de habitabilidade, na
maioria das vezes com obras realizadas a expensas dos inquilinos,
deixando de fora e à sua sorte a esmagadora maioria, comprovado
pelo facto de dos quase meio milhão de arrendamentos anteriores a
1990, apenas cerca de 3% a 5%, foram alvo de pedidos de vistoria
para efeitos de actualização de renda, o que demonstra o elevado
estado de degradação do património arrendado, a indiferença dos
proprietários e a ineficácia da Lei.

Como se tal não bastasse, perspectiva-se agora um novo ataque ao
arrendamento.



A Direcção da AIL

Lisboa, 23 de Abril de 2009

quarta-feira, 6 de maio de 2009

25 de Abril 25 de Abril 25 de Abril

































O 25 de Abril de 1974
à minha volta



Quando em 1974 o amanhecer de Abril trouxe no âmago a mais bela aurora de todos os tempos

o 25 de ABRIL, tinha decorrido um mês repleto de acontecimentos para quem atentamente observasse.


Em Março, havia pois pouco mais de um mês, os militares tinham tentado num golpe de estado mudar o país, tentativa frustrada.

Nos dias que seguiram, eu e meu marido tivemos que ir a Lisboa.

E fomos encontrar uma cidade inquieta, havia um sussurrar, até às lojas, o que nunca tínhamos presenciado anteriormente. Era um murmúrio

de descontentamento geral, numa mercearia perto do Forno do Tijolo em voz baixa mas descontente, mulheres comentavam o aumento do custo de vida e as dificuldades que isso acarretava . Mães preocupadas, que viam levar seus filhos para longe, para a guerra colonial, donde voltavam ou não e quando voltavam, voltavam mudados, doentes ou deficientes.

Mães eternas, que trouxeram filhos nas entranhas olhos fitando o futuro onde o riso dos filhos brilhava juvenil e bom. Que trazer um filho no ventre e pô-lo no mundo é já um grito de confiança na humanidade, nos companheiros de caminho desse menino ainda no presente ao abrigo do seu seio, de seu desvelo e de sua vida. Um Futuro digno para essa vida novinha que crescia em si. O grandioso sonho de qualquer mãe, para seu filho é um Mundo que o mereça.

Mas esse sonho ruia então, para as Mães de Portugal! as mães perdiam seus filhos pela defesa de interesses que nada tinham a ver com os interesses do Povo de Portugal. Perdiam seus filhos, sacrificados tão jovens, meninos quase, para defesa dos interesses duns quantos. Essa certeza do roubo que lhes faziam, era luz definitivamente acesa no
coração das Mães! da mãe de cada soldado, de cada oficial.

E com os jovens militares enviados para uma guerra inútil e injusta assassinava-se com eles o futuro de Portugal.

E Portugal nessa década de sessenta, esvaziava-se de suas gentes, aldeias inteiras partiram, os filhos fugindo à guerra, os pais ao infinito cansaço de viver sem esperança, de em troca de trabalho de manhã à noite, verem e viverem em privações e condenados ao silêncio sem sequer o poder dizer.

Nada poderem dizer, nem sobre o sofrimento, nem sobre as suas causas.

O Povo de Portugal condenado, enclausurado dentro de si mesmo, sem poder nunca gritar a sua dor!

Em Março no dia do aniversário de meu marido,juntaram-se em casa amigos que pertenciam como nós ao mesmo grupo da vida Cultural de Faro nessa época.

Nesse dia tinha por conseguinte meu marido recebido um postal de parabéns vindo de meu pai, exilado político em França e que pertencia às forças da Oposição ao regime de Salazar/Caetano, postal em que manifestava seu desejo de que fosse este o último aniversário separados. Estranhei a frase que me soou como um aviso velado. E andou o postal de mão em mão, cada um tentando ler nas poucas palavras e concretização de
sua esperança. E acreditámos!

continuou a noite ao som da guitarra que o Zé Maria tocava, enquanto baixinho íamos cantando canções do Zeca!

Assim cada noite ali estávamos os dois meu marido e eu,cabeça quase encostada ao rádio a escutar a BBC, na esperança de que o Presente despertasse em Portugal.

Aguardávamos desde a tentativa de golpe de estado, quer viesse dos militares de novo, ou do povo em geral o sinal de partida para um Portugal novo, onde enfim nos sentíssemos viver.

Esperávamos, como durante cinco décadas esperaram os Resistentes ao fascismo. Muitos caíram pela longa e corajosa estrada da Luta pela Liberdade

e pelo direito à dignidade do Povo português, sem chegar a ver o dia por que tanto haviam lutado e sofrido; como tantos outros que escapando embora à morte nas prisões fascistas, soreram às mãos da PIDE, as mais cruéis e elaboradas formas de tortura.

Prender matar e torturar por uma ideia! Fascistas!

Mas quando nessa manhã se levantava o dia 25, o meu marido saiu de casa e dirigiu-se ao seu trabalho.

Cerca de dez minutos depois em casa tocou o telefone. N
ão tive tempo para me surpreender ao ouvir a voz de meu marido, com a prontidão de tão matinal chamada. Do outro lado a voz dele perguntou-me: - Sabes o que se passa?

(nessa época no seu emprego, tinham havido grandes lutas sindicais ( era um dos mais fortes sindicatos nesses tempos) e em Lisboa tempo antes, tinham mesmo voado máquinas de escrever pelas janelas lançadas por empregados sobre a polícia fascista de então. Como nas reivindicações constava o aumento de salário; perguntei prosaica e simplesmente: foste aumentado? do outro lado meu marido sorriu. Não! a voz soou mais clara, diferente: está a haver um Golpe de Estado!

Hein? o quê?

(tantos anos depois o meu coração só de o relembrar e escrever salta desenfreado). Tudo o que me passou pelos olhos, os pensamentos que se cruzaram no meu cérebro, são indescritíveis. Tão variados eram! Apenas consegui dizer: vou já para aí!

Vesti meus três filhos e dez minutos depois estávamos na rua.

Olhava a cidade luminosa, como Faro o sabe ser, à minha volta uma manhã de sol, e eu com aquele sol por dentro que me dava asas. Passavam bandos de estudantes, que iam para o liceu, algumas raparigas com as tradicionais batas brancas, iam todos avenida acima a caminho do liceu.

Á Pontinha vinha o Sebastião, colega do mesmo mundo cultural, com uns restos de sono agarrados ainda às pálpebras. Lancei-lhe: Sabes o que se passa? Não, o que é? - Está a haver um Golpe de Estado! - É mesmo?

Confirmei, e vi-o ir na peugada dos alunos, trepando agora a Avenida alegre e bem disposto. Jovem professor, a caminho de um diferente dia de aulas. Completamente diferente!

Quando cheguei ao trabalho de meu marido com as três crianças, todas as empregadas tinham sido dispensadas e voltavam para suas casas. Desciam a escada em tropel com um largo sorriso no rosto.

Ali a única mulher era eu, com três crianças pequenas, uma das quais com um ano.

E foi o dia mais desperto, mais vívido, mais colorido de nossas vidas.

As informações vindas de Lisboa, chegavam das formas mais variadas,

íamos seguindo de longe as grandes passadas da LIBERDADE pelas mãos de jovens oficiais que passaram à Historia com o nome de Capitães de Abril!

Os Homens sem Sono!


Conseguimos, era um bando de gente excitada, captar com um pequeno transístor, mensagens por vezes bastante roufenhas que em Faro ali mesmo ao pé, os militares trocavam entre si. Embora as suas conversas fossem para todos od presentes, impenetráveis, quer porque falassem em código quer porque o transístor não nos deixasse ouvir nitidamente o que diziam, para nós aquelas ordens eram duma clareza infinita. Luminosas palavras, que nos falavam de Liberdade!

Era o momento tão esperado por sucessivas gerações de Lutadores da Resistência em Portugal, e nós ali estávamos, com mais sorte, colhendo enfim esse torvelinho de Luz que tantos resistentes, em tantos anos de persistente combate, tinham merecido ver. Ali estávamos para Honrar suas Gloriosas Memórias! Para nunca os esquecer, reconhecidos!

Depois deixei meus filhos com o pai e fui ver Faro, com olhar novo. Olhar novo e voz solta, fosse qual fosse o preço era preciso pelo menos, falar!

Alguns protestavam, mas poucos, o que mais se via era alegria, e pessoas romperem a barreira do silêncio. O Povo descobria que tinha Voz!

E quando à noite acocorados esperávamos que na TV nos dissessem algo mais, assim ficámos, naquela postura longo tempo e ora nos olhávamos ansiosos por sabe
r mais,ora prendíamos os olhos ao televisor como se um íman ali os retivesse agarrados.

Depois foi o Comunicado do MFA, nome que nos iria acompanhar nos mais veementes e intensos meses de nossas vidas.

E o seu Hino, tempo depois feito canção que andava de boca em boca!

Ali estava o Presente com as portas rasgadas de par em par para o Futuro

e como disse esse grande poeta reconhecido internacionalmente como um dos maiores poetas do Mundo, Ary dos Santos: As Portas que Abril Abriu!

Portas por onde passaram a Liberdade e os Direitos do Povo de Portugal, por onde passou o fim da Guerra Colonial e o reconhecimento do Direito de outros Povos a gerir enfim as Terras, os Países que enfim passavam a ser por lei e direito os seus, por elas entrou a Esperança, o fim do medo, o fim da desconfiança colectiva e por elas entrou a Consciência, a nova Consciência de Ser!

Hoje é essa Consciência que deve manter-se inalterável, para sabermos para sempre defender-nos do terror silenciado pela força, que foi a longa noite fascista!

Para que nunca mais ninguém tenha a tentação de nos mergulhar num tempo que saberemos não deixar voltar.

para que nunca mais se cerrem para nós, para nossos filhos e todos os que estimamos, as Portas do Futuro! As Portas que Abril Abriu!


Marília Gonçalves



sexta-feira, 1 de maio de 2009

1° de MAIO

VIVA O 1° de MAIO

VIVA O DIA DOS TRABALHADORES





































Meu Maio

A todos

que saíram às ruas,

de corpo-m
áquina cansado,

a todos

que imploram feriado

às costas que a terra

extenua

Primeiro de Maio!

O primeiro dos maios:

saudai-o enquanto

harmonizamos voz em

canto.

Sou operário

este é meu maio!

Sou camponês

este é meu mês.

Sou ferro

eis o maio que eu quero!

Sou terra

O maio é minha era!


Vladimir Maiakovski


1º de Maio – dia de luta
do trabalhador

Em 1º de Maio de 1886, em Chicago (EUA), são marcadas manifestações com a palavra de ordem: “8 horas de trabalho, 8 horas de descanso, 8 horas de educação”.

O choque com a repressão violenta é inevitável: 38 mortos, centenas de feridos e vários líderes presos. Depois de um julgamento absurdo (uma farsa), sob a acusação de terem assassinado um policial, cinco operários foram condenados à morte (Lingg suicida-se e Spies,
Parsons, Fischer e Engel são enforcados), Neebe, Schwab e Fielden são condenados à prisão perpétua.


Antes de sua morte, August Spies disse: “Com o nosso enforcamento, vocês pensam em destruir o movimento operário. Aqui vocês apagam uma faísca, mas lá e acolá, atrás e na frente de vocês, em todas as partes, as chamas crescem e vocês não podem apagá-las.”

Enquanto isso a burguesia vociferava: “A prisão e os trabalhos forçados são a única solução adequada para a questão social.” (Chicago Times); “Esses brutos (os operários) só compreendem a força, uma força que possam recordar durante várias gerações...” (New York Tribune).

Em 14 de Julho de 1889 o Congresso Internacional dos Partidos Socialistas, realizado em Paris, proclama o 1º de Maio como a data internacional de luta dos trabalhadores.

No Brasil os primeiros movimentos relacionados ao 1º de Maio aconteceram em 1890. Mas a primeira grande manifestação do 1º de Maio ocorreu no Rio de Janeiro, em 1906, organizada pela Confederação Operária Brasileira (COB – primeira experiência de central sindical do país). Contrariando as tendências da época, a COB combatia veementemente aqueles que encaravam a data como feriado, como festa. As palavras de ordem eram: jornada de 8 horas; melhores condições de trabalho; autonomia sindical.

De lá pra cá, os trabalhadores obtiveram muitas conquistas com sua luta: direitos como férias, 13º salário, jornada de 8 horas diárias, etc. Entretanto alguns direitos foram retirados, outros estão hoje ameaçados e outros estão ainda por serem conquistados.
Em 2008, em pleno Governo Lula eleito pelos trabalhadores, o 1º de Maio está marcado pela luta pela redução de jornada de 44 horas semanais para 40 horas semanais. A CUT está realizando as plenárias estaduais e realizará a plenária nacional em Agosto. Nas assembléias dos sindicatos que elegerão os delegados o que deve estar no centro é a independência da Central Única dos Trabalhadores, o que passa pela exigência da CUT para que Lula rompa com o governo de coalizão nacional com a burguesia e atenda as reivindicações dos trabalhadores!