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O BLOGUE UNIVERSAL E INTERNACIONALISTA


A praça é do povo. Como o céu é do condor. É o antro onde a liberdade. Cria águias em seu calor! ...

A palavra! Vós roubais-la
Aos lábios da multidão
Dizeis, senhores, à lava
Que não rompa do vulcão.

Castro Alves
Jornal de Poesia

Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes? / Em que mundo, em que estrelas tu te escondes / Embuçado nos céus? /Há dois mil anos te mandei meu grito / Que, embalde, desde então corre o infinito... / Onde estás, Senhor Deus?

Castro Alves


MINHA LEI E MINHA REGRA HUMANA: AS PRIORIDADES.

Marília Gonçalves

Grandes almas sempre encontraram forte oposição de mentes medíocres.
Albert Einstein

Perguntas Com Resposta à Espera

Portugal ChamaS e Não Ouvem a Urgência de Teu Grito? Portugal em que http://www.blogger.com/img/gl.bold.gifinevitavelmente se incluem os que votando certo, viram resvalar de suas mãos a luz em que acreditavam; A LUTA CONTINUA )
Quem Acode à Tragédia de Portugal Vendido ao Poder dos Financeiros?! Quem Senão TU, POVO DE PORTUGAL?! Do Mundo inteiro a irmã de Portugal a filha. Marília Gonçalves a todos os falsos saudosistas lamurientos, que dizem (porque nem sabem do que falam) apreciar salazar como grande vulto,quero apenas a esses,dizer-lhes que não prestam! porque erguem seus sonhos sobre alicerces de sofrimento, do Povo a que pertencem e que tanto sofreu às mãos desse ditador!sobre o sofrimento duma geração de jovens ( a que vocês graças ao 25 de Abril escaparam)enviada para a guerra, tropeçar no horror e esbarrar na morte, sua e de outros a cada passo! sobre o sofrimento enfim de Portugal, que é vossa história, espoliado de bens e de gentes, tendo de fugir para terras de outros para poder sobreviver, enquanto Portugal ao abandono,via secar-se-lhe o pobre chão, sem braços que o dignificassem! Tudo isso foi salazar, servido por seus esbirros e por uma corte de bufos e de vendidos, que não olhavam a meios,para atingir seus malévolos fins!Construam se dentro de vós há sangue de gente, vossos sonhos, com base na realidade e não apoiando-os sobre mitos apodrecidos, no sangue de inocentes!!! Marília Gonçalves (pois é! feras não têm maiúscula!!!)

quinta-feira, 31 de março de 2011

s22:50 do 24 de Abril- a 1°acção, de Abril: Andrade Silva, Capitão de Abril e a prisão do Comandante em Venda Novas

22:50 do 24 de Abril- a 1°acção, de Abril:  Andrade Silva, Capitão de Abril e a prisão do Comandante em Vendas Novas


Dr Marinho Pinto HOMENS ASSIM HÁ POUCOS ! LEVANTEM-SE E ANDEM-

O quanto nao lhes vai custar esta denuncia? E este o estado do ESTADO em que vivemos. Os VAMPIROS continuam à solta a sugar o sangue de quem trabalha.Levantem-se ! ! ! E tempo de acordar! E tempo de reagir e dizer não a esta politica monopolista,imperial e corrupta.(



( enviado por amigo, por email)




HOMENS ASSIM HÁ POUCOS ! LEVANTEM-SE E ANDEM


Nem sempre tenho estado de acordo com tudo o que Marinho Pinto tem dito e comentado 
em público, mas, amigos tiro o Chapéu ao que ouço dizer neste discurso... é verdadeiramente
aquilo que penso só que não tenho as provas e os nomes que ele deve ter para fazer tais afirmações...
Isto é digno de ser visto e ouvido até ao fim. 
  
Foi, desde o 25 de Abril de 1974 até hoje, a primeira vez que vi alguém chamar todos os bois pelos nomes e  a quem:

- Cavaco Silva, ex-primeiro ministro e actual presidente da República

- Jaime Gama, ex-ministro e actual presidente da assembleia

- Alberto Martins, actual ministro da justiça

Deviam estar lá a ouvir isto muitos outros,  etc, etc....foi uma pena desperdiçar este discurso para apenas estas 3 cabecinhas...

Não há dúvida de que este MP tem o que é preciso e tem a fibra de alguns heróis deste país, infelizmente, todos já desaparecidos.
E agora?


 


 (enviado por outro amigo, por email)


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a voz honesta de Marinho Pinto, reacende a Esperança activa no coração de Portugal
espalhem por vossos amigos e conhecidos, que se faça sementeira de Luz e que Portugal desperte, ridente, para uma nova realidade.

Marília Gonçalves

Réseau Voltaire-La France préparait depuis novembre le renversement de Kadhafi

La France préparait depuis novembre le renversement de Kadhafi

 Par Franco Bechis | Rome (Italie) | 24 mars 2011 | Réseau Voltaire | Selon le journaliste de la droite libérale italienne Franco Bechis, la révolte de Benghazi aurait été préparée depuis novembre 2010 par les services secrets français. Comme le remarque Miguel Martinez du site internet progressiste ComeDonChisciotte, ces révélations, encouragées par les services secrets italiens, doivent se comprendre comme une rivalité au sein du capitalisme européen. Le Réseau Voltaire précise que Paris a rapidement associé Londres à son projet de renversement du colonel Kadhafi (force expéditionnaire franco-britannique). Ce plan a été modifié dans le contexte des révolutions arabes et pris en main par Washington qui a imposé ses propres objectifs (contre-révolution dans le monde arabe et débarquement de l’Africom sur le continent noir). La coalition actuelle est donc la résultante de ces ambitions distinctes, ce qui explique ses contradictions (...)

Réseau Voltaire - A Líbia


Libye : impact des missiles de croisière à l’uranium appauvri
par Massimo Zucchetti
*

ABRIL na Associaçao 25 de Abril



faça Ctrl+ para aumentar a imagem

iniciativa da Livraria-Galeria Verney



Maxime Gorki e o pensamento sobre o Sagrado



Et s'il faut parler de choses «sacrées», seuls le mécontentement que l'homme éprouve de lui-même et son inspiration à s'améliorer me sont sacrés.

Maxime Gorki

Trecho da Intervenção do Dr. Marinho e Pinto - A verdade honesta e nua



 Valerá a pena dedicar uns breves minutos a

 ver e ouvir esta corajosa comunicação do bastonário da Ordem dos Advogados, na sessão solene da Abertura do Ano Judicial 2011.

Quisera que, o que aqui se disse, perante as mais altas individualidades deste país, não passasse de um mero rol de suspeições ...

Infelizmente - para nosso mal - é muito mais que isso ... é o país real que temos!



 http://www.youtube.com/watch?v=pb8sZR-bI6o 

quarta-feira, 30 de março de 2011

Para mim é extremamente doloroso...e para vocês?




Durmo mal, como mal, respiro mal, quando sei que um povo sofre,quando sei que bombas caem sobre um povo: quando sei um povo oprimido, privado de Liberdade, de Direitos essenciais ao Ser Humano, quando humilham um povo! E isto seja que povo for!!! horripilou-me sempre o que foi feito aos Peles Vermelhas, o que foi feito aos negros filhos de África: escravatura e colonialismo, aflige-me e revolta-me a ocupação de terras de outros, sejam quais forem e onde quer que sejam,pela força, quer seja militar, quer económica! por isso me insurgi, desde garota contra o colonialismo português, e era meu País e meu amor, Portugal, minha alegria de viver, minha espontânea gargalhada de luz! mas nunca lhe reconheci por isso o direito de oprimir e subjugar outros povos! Horripilou-me o nazismo, que matou e torturou Diferenças, Ciganos, Judeus, massacrados num horror indescritível, apenas por serem quem eram!
Ao longo de décadas, solucei por tanta vítima assassinada e todos esses mortos pesaram na minha consciência, modelando-a. Tornando-me quem sou! Contra tudo o que faz sofrer, contra todos os que em vão ou por cupidez fazem sofrer! Porque me desfaço em amor, por todos os Povos da Terra, porque cada um de nós partilha com os mais o mesmo trágico destino, duma tão bela aventura: A Vida! Porque cada um de nós, sabe e tem consciência da brevidade da existência! Por isso me sinto e sou solidária de todos os que sofrem e se erguem do seu sofrimento, para construir, com esforço  a sua Dignidade. Porque o silêncio diante do horror é um crime sem perdão, combato como sempre o fiz, tudo o que vai contra os princípios de Humanidade e Fraternidade!
Porque invadir e ocupar é um crime que atenta contra a essência primeira do Humano, privando-o do chão de seu berço, odiei o nazismo-fascismo, odiei todas as formas de colonialismo e ocupação e ponho minha voz ao serviço de quem sofre injustamente. Sempre o fiz! Por isso quando fui convidada par integrar o Movimento de Poetas del Mundo, aceitei e aceitei igualmente seus estatutos, em que me obrigava a por onde quer que ande ou passe, por onde quer que escreva ou fale, a defender quem sofre e a bater-me pela Paz! É o que vou fazendo ou vou tentando fazer, apesar de doente, mantendo-me assim fiel  a mim mesma e pelo menos, sabendo, que no momento da partida, não terei remorsos, por ter sido indiferente à dor de outrem! Acredito, como sempre acreditei, que a Fraternidade será possível, entre todos os Povos do Mundo, quando a cobiça e a ganância cessarem de reger os Seres pensantes que somos! Mas sei igualmente que vai ser um caminho longo...mas que vale a pena seguir por ele, porque muito embora, eu nunca lhe veja os frutos, o saber que um dia a Humanidade encontrará a linguagem limpa do Amor Fraterno, é-me recompensa de qualquer esforço e de quanta mágoa, possa ter colhido pela minha vida fora, pelas mais diversas razões (como qualquer outra pessoa).
Por cada Ser Humano, por cada Povo da Terra! porque de todos sou irmã... lutarei pela Paz e pela Fraternidade. 
Para isso, nasci, com sentimentos, pensar, consciência e voz.

Marília Gonçalves

Associaçao 25 de Abril-Assembleia-Geral ordinária da A25A


 Assembleia-Geral ordinária da A25A, no próximo dia 2 de Abril, às 14h00, a qual terá a seguinte

ORDEM DE TRABALHOS


1.      Leitura e aprovação da acta n.º 44, referente à Assembleia-geral realizada no dia 27 de Março de 2010.

2.      Ratificação de admissão de sócios e apoiantes.

3.      Discussão e votação do Relatório de Actividades e Contas da Direcção, respeitantes ao ano de 2010, e respectivo parecer do Conselho Fiscal.

4.      Discussão e votação de proposta da Direcção para que seja conferida a categoria de Sócio de Honra a Vítor Manuel Rodrigues Alves.

5.      Discussão de propostas das Delegações.

6.      Apreciação da actualidade da A25A. Contributos para a sua acção futura.

7.      Informações diversas.
 

começar cedo...




O pikeno Rabit nem sabe se chega a Primeiro Ministro
e já está na berlinda….
Deve ser para não perderem a oportunidade !!
De qualquer forma, o bigode fica-lhe a matar….



 

jazz duo 2009





Jan V. VANEK and Laurent DUJIN, amazing acoustic progressive jazz duo 2009

Anne Kaasa (uma amiga da família)

ResPublica,
tem lugar na próxima SEXTA-FEIRA, 01 de AB
CONCERTO
Piano
no
ResPublica
No âmbito da parceria entre a Associação 25 de Abril, a Escola de Música do Conservatório Nacional e o Restaurante RIL, pelas 19H30,  no Forum da A25A, mais um concerto.
Convidamo-lo a assistir a este concerto, com interpretações da conceituada pianista norueguesa
Anne Kaasa
caracterizada pela revista musical francesa "Le Monde de la Musique"
como “uma pianista que se destaca no abundante mundo de solistas pela profundidade das suas interpretações,
pela fluidez do seu discurso musical e pela delicadeza do seu toucher”.
Poster-Anne-Kaase-(1ABR2011.jpg
ENTRADA LIVRE

E a seguir, porque não aproveitar para jantar
no
Logo  ResPublica (com Restaurante e com Bairro Alto) WEB.jpg
FICHEIROS ANEXOS: - Curriculum Vitae completo
                                  - Programa do Concerto



                                      Restaurante ResPublica
   
Rua da Misericórdia, nº 95, 1º andar                 
HORÁRIO do RESTAURANTE e BAR
                 1200-271 Lisboa                       
Almoço: 2.ª feira a 6.ª feira   das 12H30 às 15H00
      Telef. 965 809 048 , 213 420 030
               Jantar :  3.ª feira a sábado   das 19H30 às 23H00
     E-mail: respublica.ba@gmail.com                   
Encerrado aos domingos e feriados
                                         www.restauranterespublica.com



terça-feira, 29 de março de 2011

Políticos na Suécia: sem luxos e sem mordomias!



 [Parte 1]



 [Parte 2]

Latitudes noticia Número (n°38-39 - oct. 2010)




Vient de paraître: « LATITUDES-Cahiers lusophones » sur :
La diaspora des juifs et des nouveaux-chrétiens portugais

Le dernier numéro de la revue « Latitudes-Cahiers lusophones » (n°38-39 - oct. 2010) propose un dossier sur La diaspora des juifs et des nouveaux chrétiens portugais. Au sommaire, parmi les articles (certains en portugais, d’autres en français), toujours abondamment illustrés, consacrés à ce thème, nous pouvons lire : A  diáspora judaica e a expansão portuguesa, de José Alberto R. da  S. Tavim; A diáspora portuguesa em Itália, d’ Elvira Cunha de Azevedo Mea; Jacob Rodrigues Pereira, um sábio judeu português do século XVIII, d’Emílio E. Guerra Salgueiro; Bento Rodrigues e o seu estranho amuleto, de Florbela Veiga Frade; A emancipação dos judeus portugueses, do Marquês de Pombal à Ia. República, de  Jorge Martins       ; De Vila Flor a Jerusalém, a jornada do General D. Shaltiel, de Paulo Valadares; O Primeiro Desterro dos Judeus Portugueses, de Inácio Steinhardt; La famille d’Henrique da Cunha face à l’Inquisition, de D. Lacerda; Pessoa et les itinérances de la raison créatrice, d’A. Frias; Aristides de Sousa Mendes, héros rebelle, de Manuel Dias Vaz; L’incessant conflit israélo-palestinien ou création infinie, d’Elisabeth Godfrid; Os últimos marranos de Belmonte, de Carlos Pereira. À la rubrique Chronique nous trouvons un article évoquant le parcours politique et littéraire, encore mal connu, de l’Angolais Mário de Andrade, intitulé Um olhar sobre Mário de Andrade ao longo de 50 anos de lutas comuns, signé d’Edmundo Rocha. Puis deux entretiens sont consacrés à la musique: le premier, de Bruno Belthoise, avec la violoncelliste Madalena Sá e Costa et le deuxième, d’Odette Branco, avec la fadiste Mónica Cunha. Dans la section Expression/Création, nous découvrons un texte faussement désenchanté de Manuel Madeira sur la “disparition” du roi Don Sébastien en 1578 et une courte nouvelle d’Antonio Ferra, intitulée Entre a montanha e o mar.
Dans les pages de l’Actualité Culturelle nous pouvons lire les articles suivants: Yutaka Toyota, 50 ans de sculpture et de peinture, de Sonia Prieto, par D. Stoenesco ; L’art et l’argent,  de  L. Verdelho da Costa; Artistas portugueses em França na galeria A. Bual da Amadora, de  D. Lacerda ; B. Belthoise na senda do piano português, de Maria da Luz Correia; une brève information revient sur l’hommage rendu à J. Afonso par l’Association Memória Viva. Monique Viallard nous présente un article sur la question des quilombos (révolte des esclaves noirs) au Brésil, tandis que D. Lacerda nous propose un aperçu du colloque « Écrire le passé et construire l’avenir » qui eut lieu à Paris en mai dernier dans le cadre du centenaire de la République portugaise et Aníbal Frias nous invite à suivre les pas de Fernando Pessoa pour une visite de Lisbonne. Pour clôturer cette rubrique, plusieurs comptes rendus de lecture nous sont proposées à propos des livres de Patrick Caseiro (E realidade, poésie), de Rogério do Carmo (Vagas, poésie), d’Altina Ribeiro (Alice au pays de Salazar, récit biographique). Júlio Conrado, quant à lui, nous présente trois ouvrages: d’une part, Uma nova biografia de Eça de Queirós et, d’autre part, A tragédia da rua do Arsenal et 5 de Outubro, uma reconstituição. M. dos Santos Jorge s’intéresse au recueil de quatorze études publié sous la direction de Jacqueline Penjon, Paysages de la lusophonie – Intimisme et idéologie”; Joaquim Saial nous parle de la Génese do Teatro em São Vicente de Cabo Verde ; Salvato Teles de Menezes nous propose un commentaire sur le dernier roman de Júlio Conrado, Barbershhop et D.Stoenesco une brève note de lecture sur Njinga, reine d’Angola, publié aux éditions Chandeigne. À la rubrique Actualité sociale et politique, la chronique Signes des Temps, de M. S. Jorge, sous le titre Tentations du pouvoir, évoque l’affaire Bettancourt. Enfin, une page In Memoriam rappelle le parcours d’Alfredo Margarido, disparu le 12 octobre dernier. Tous les numéros de la revue « Latitudes » sont présentés sur le site-portail www.revues-plurielles.org. Ils sont aussi trouvables dans les librairies portugaises et brésiliennes de la région parisienne. (« Latitudes-Cahiers lusophones », 75, rue de Bagnolet, 75020 Paris).


(acabei de receber email, com o Sumário do Número  (n°38-39 - oct. 2010) aqui fica, pois)

eu? mais que pronta!!! e vocês?

Portugal de Abril  1974

25 de Abril! 25 de Abril! 25 de Abril!

SE ABRIL FICAR DISTANTE, DESTA TERRA E DESTE POVO, A NOSSA FORÇA É BASTANTE PRA FAZER UM ABRIL NOVO !

Révolution islandaise : quand l’Islande réinvente la démocratie

Révolution islandaise : quand l’Islande réinvente la démocratie

 

L’Assemblée constituante a été élue en novembre

Depuis le samedi 27 novembre, l’Islande dispose d’une Assemblée constituante composée de 25 simples citoyens élus par leurs pairs. Son but : réécrire entièrement la constitution de 1944 en tirant notamment les leçons de la crise financière qui, en 2008, a frappé le pays de plein fouet.

Réseau Voltaire-Lybie



Propagande
Quelques mensonges sur la guerre de Libye

par Thierry Meyssan
*

Revolução pacífica na Islândia




Todas as pessoas devem ler e pensar no que está a suceder na Islândia. Ninguém sabia de nada. Não convém!?
  
É espantoso (ou talvez não) a que ponto os nossos media clássicos ignoraram isto!

Revolução pacífica na Islândia, silêncio dos media
Por incrível que possa parecer, uma verdadeira revolução democrática e anticapitalista ocorre na Islândia neste preciso momento e ninguém fala dela, nenhum meio de comunicação dá a informação, quase não se vislumbrará um vestígio no Google: numa palavra, completo escamoteamento. Contudo, a natureza dos acontecimentos em curso na Islândia é espantosa: um Povo que corre com a direita do poder sitiando pacificamente o palácio presidencial, uma "esquerda" liberal de substituição igualmente dispensada de "responsabilidades" porque se propunha pôr em prática a mesma política que a direita, um referendo imposto pelo Povo para determinar se se devia reembolsar ou não os bancos capitalistas que, pela sua irresponsabilidade, mergulharam o país na crise, uma vitória de 93% que impôs o não reembolso dos bancos, uma nacionalização dos bancos e, cereja em cima do bolo deste processo a vários títulos "revolucionário": a eleição de uma assembleia constituinte a 27 de Novembro de 2010, incumbida de redigir as novas leis fundamentais que traduzirão doravante a cólera popular contra o capitalismo e as aspirações do Povo por outra sociedade.
Quando retumba na Europa inteira a cólera dos Povos sufocados pelo garrote capitalista, a actualidade desvenda-nos outro possível, uma história em andamento susceptível de quebrar muitas certezas e sobretudo de dar às lutas que inflamam a Europa uma perspectiva: a reconquista democrática e popular do poder, ao serviço da população.
http://www.cadtm.org/Quand-l-Islande-reinvente-la

Desde Sábado 27 de Novembro, a Islândia dispõe de uma Assembleia constituinte composta por 25 simples cidadãos eleitos pelos seus pares. É seu objectivo reescrever inteiramente a constituição de 1944, tirando nomeadamente as lições da crise financeira que, em 2008, atingiu em cheio o país. Desde esta crise, de que está longe de se recompor, a Islândia conheceu um certo número de mudanças espectaculares, a começar pela nacionalização dos três principais bancos, seguida pela demissão do governo de direita sob a pressão popular. As eleições legislativas de 2009 levaram ao poder uma coligação de esquerda formada pela Aliança (agrupamento de partidos constituído por social-democratas, feministas e ex-comunistas) e pelo Movimento dos Verdes de esquerda. Foi uma estreia para a Islândia, bem como a nomeação de uma mulher, Johanna Sigurdardottir, para o lugar de Primeiro-ministro.
24 de Janeiro de 2011
Jean REX
http://www.parisseveille.info/quand-l-islande-reinvente-la,2643.html

 
 
 

segunda-feira, 28 de março de 2011

Fresques-Marilia Gonçalves

La Poésie François Jouffroy-Opéra Garnier, Paris


Fresques

Les as-tu vus ces vieux passants
Arborant leurs batailles, leur rêves
Les yeux emplis de songes
Les mains vêtues de gestes
Une histoire sur leurs lèvres
Les as-tu vus passer
Résistants à l’automne
Voletant irréels dans un monde concret
Les as-tu vu passer
(ce cortège sublime
Dont ils ont le secret)
Ce sont les vieux poètes
Qui passent en nos regards
L’éternelle jeunesse agite leur pensée
Les éternels amants du matin et du soir
Nous les dirions absents, notre vision nous trompe
De toutes les batailles ils sont bien présents
Ils portent un étendard de mots et de couleurs
Ils traversent le temps sillonnant la parole
Impromtu symphonie jaillissant dans leur cœur
Sonate de poèmes colombe qui s’envole
Ils sont à nos cotés et cheminent tout seuls
Nous ne saurons jamais
la racine carrée du poids de la parole

Marilia Gonçalves

Universal Urgência-Marília Gonçalves

Champs de blé aux coquelicots-Vincent Van Gogh


Universal Urgência

Inútil pão doutro dia
nos olhos de ver morrer!
Quem pode ter alegria
por a semente prender?

Vendavais! Levem o muro
que prende o pão de amanhã.
Sementeira do futuro
a negar a vida vã.

Só quando livre a seara
crescer em pão mundial
a manhã será mais clara
nas margens do ideal.

Quando fluente o olhar
vier poisar de mansinho
na forma do verbo amar
pelas curvas do caminho

Nós então seremos povo
seremos gente a valer
semente do homem novo
que de nós há-de nascer!

Marília Gonçalves

ZECA AFONSO Os Vampiros


Vampiros

José Afonso

No céu cinzento sob o astro mudo
Batendo as asas Pela noite calada
Vêm em bandos Com pés veludo
Chupar o sangue Fresco da manada
Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada [Bis]
A toda a parte Chegam os vampiros
Poisam nos prédios Poisam nas calçadas
Trazem no ventre Despojos antigos
Mas nada os prende Às vidas acabadas
São os mordomos Do universo todo
Senhores à força Mandadores sem lei
Enchem as tulhas Bebem vinho novo
Dançam a ronda No pinhal do rei
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
No chão do medo Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos Na noite abafada
Jazem nos fossos Vítimas dum credo
E não se esgota O sangue da manada
Se alguém se engana Com seu ar sisudo
E lhe franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada

Zeca Afonso Vejam bem



Vejam bem
que não há só gaivotas em terra
quando um homem se põe a pensar
quando um homem se põe a pensar
Quem lá vem
dorme à noite ao relento na areia
dorme à noite ao relento no mar
dorme à noite ao relento no mar
E se houver
uma praça de gente madura
e uma estátua
e uma estátua de de febre a arder
Anda alguém
pela noite de breu à procura
e não há quem lhe queira valer
e não há quem lhe queira valer
Vejam bem
daquele homem a fraca figura
desbravando os caminhos do pão
desbravando os caminhos do pão
E se houver
uma praça de gente madura
ninguém vai
ninguém vai levantá-lo do chão

Zeca Afonso   (1968)

"Le présent n'est pas un passé en puissance, il est le moment du choix et de l'action." Simone de Beauvoir

Geração à Rasca - A Nossa Culpa- Mia Couto e as verdades que devem ser ditas


Geração à Rasca - A Nossa Culpa

Um dia, isto tinha de acontecer.
Existe uma geração à rasca?
Existe mais do que uma! Certamente!
Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa
abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes
as agruras da vida.
Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar
com frustrações.
A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também
estão) à rasca são os que mais tiveram tudo.
Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância
e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus
jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.

Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a
minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos)
vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós
1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.
Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram
nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles
a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes
deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de
diversão, cartas de condução e 1º automóvel, depósitos de combustível
cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando as
expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou
presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.
Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o
melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas
vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não
havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado
com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.

Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, ... A
vaquinha emagreceu, feneceu, secou.

Foi então que os pais ficaram à rasca.
Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem
Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde
não se entra à borla nem se consome fiado.
Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar
a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de
aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a
pais.
São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e
da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que
os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade,
nem dos qualquercoisaphones ou pads, sempre de última geração.

São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter
de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e
que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm
direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas,
porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem,
querem o que já ninguém lhes pode dar!

A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo
menos duas décadas.

Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.
Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por
escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na
proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que
o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois
correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade
operacional.
Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em
sítio nenhum. Uma geração que tem acesso a informação sem que isso
signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas
competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.
Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por
não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração
que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que
queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a
diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que
este, num tempo em que nem um nem outro abundam.
Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo
como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as
foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.
Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não
lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.
Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.
Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de
montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o
desespero alheio.

Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e
inteligência nesta geração?
Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!
Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no
retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e
nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como
todos nós).
Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados
pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham
bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados
académicos, porque, que inveja!, que chatice!, são betinhos, cromos
que só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e,
oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a
subir na vida.

E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos
nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares
a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no
que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida
e indevidamente?!!!

Novos e velhos, todos estamos à rasca.
Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.
Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme
convicção de que a culpa não é deles.
A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem
fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e
a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la.
Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam.
Haverá mais triste prova do nosso falhanço?
Pode ser que tudo isto não passe de alarmismo, de um exagero meu, de
uma generalização injusta.
Pode ser que nada/ninguém seja assim.

Dossier : Les drones miniatures espions, mythe ou réalité ?

Dossier : Les drones miniatures espions, mythe ou réalité ?

não batamos o pé agora, que é tempo... e depois logo havemos de pagar a conta!!! 

desde que apareça um hitler qualquer, com meios destes, quem se safa?

GRITAR  é HOJE!!!! JÁ

VEJAM AQUI

Quino- A sorrir também se vive


Chopin Waltz in C# Minor Op 64 No 2, Charlie (7)

Chopin Waltz in

                                                             C# Minor Op 64 No 2, Charlie (7)

Xácara das Bruxas


Expo de Cartoon ATT PARIS E ARREDORES E TODOS OS QUE DE LONGE VÊM

                                    Expo de Cartoon

Expo de Cartoon Internacional que depois da feira de Nanterre
vai para o Centro Cultural de Vitry sur Seine
onde estara patente do dia  10 ao 17 de Abril.

Revolução na Islândia:um segredo bem guardado

Revolução na Islândia:um segredo bem guardado Todas as pessoas devem ler e pensar no que está a suceder na Islândia. Ninguém sabia de nada. Não convém!? É espantoso (ou talvez não) a que ponto os nossos media situacionistas ignoraram isto! Revolução pacífica na Islândia, silêncio dos media Por incrível que possa parecer, uma verdadeira revolução democrática e anticapitalista ocorre na Islândia neste preciso momento e ninguém fala dela, nenhum meio de comunicação dá a informação, quase não se vislumbrará um vestígio no Google: numa palavra, completo escamoteamento. Contudo, a natureza dos acontecimentos em curso na Islândia é espantosa: um Povo que corre com a direita do poder sitiando pacificamente o palácio presidencial, uma "esquerda" liberal de substituição igualmente dispensada de "responsabilidades" porque se propunha pôr em prática a mesma política que a direita, um referendo imposto pelo Povo para determinar se se devia reembolsar ou não os bancos capitalistas que, pela sua irresponsabilidade, mergulharam o país na crise, uma vitória de 93% que impôs o não reembolso dos bancos, uma nacionalização dos bancos e, cereja em cima do bolo deste processo a vários títulos "revolucionário": a eleição de uma assembleia constituinte a 27 de Novembro de 2010, incumbida de redigir as novas leis fundamentais que traduzirão doravante a cólera popular contra o capitalismo e as aspirações do Povo por outra sociedade. Quando retumba na Europa inteira a cólera dos Povos sufocados pelo garrote capitalista, a actualidade desvenda-nos outro possível, uma história em andamento susceptível de quebrar muitas certezas e sobretudo de dar às lutas que inflamam a Europa uma perspectiva: a reconquista democrática e popular do poder, ao serviço da população. http://www.cadtm.org/Quand-l-Islande-reinvente-la Desde Sábado 27 de Novembro, a Islândia dispõe de uma Assembleia constituinte composta por 25 simples cidadãos eleitos pelos seus pares. É seu objectivo reescrever inteiramente a constituição de 1944, tirando nomeadamente as lições da crise financeira que, em 2008, atingiu em cheio o país. Desde esta crise, de que está longe de se recompor, a Islândia conheceu um certo número de mudanças espectaculares, a começar pela nacionalização dos três principais bancos, seguida pela demissão do governo de direita sob a pressão popular. As eleições legislativas de 2009 levaram ao poder uma coligação de esquerda formada pela Aliança (agrupamento de partidos constituído por social-democratas, feministas e ex-comunistas) e pelo Movimento dos Verdes de esquerda. Foi uma estreia para a Islândia, bem como a nomeação de uma mulher, Johanna Sigurdardottir, para o lugar de Primeiro-ministro. 24 de Janeiro de 2011 Jean REX http://www.parisseveille.info/quand-l-islande-reinvente-la,2643.html

domingo, 27 de março de 2011

O Povo Unido Jamais Será Vencido

do que seremos capazes para que um Cravo nunca murche...

SE ABRIL FICAR DISTANTE, DESTA TERRA E DESTE POVO, A NOSSA FORÇA É BASTANTE PRA FAZER UM ABRIL NOVO !

sábado, 26 de março de 2011

NOVA REPARTIÇÃO COLONIAL DO MUNDO (Mauro Santayana)

 NOVA REPARTIÇÃO COLONIAL DO MUNDO - por Mauro Santayana - A Europa e os Estados Unidos, com sua ação contra a Líbia, buscam voltar ao século 19, e promover nova repartição colonial do mundo. Na realidade, não houve independência efetiva das antigas colônias. Mediante os artifícios do comércio internacional, e, sobretudo, da circulação de capitais, a dependência econômica e política dos paises periféricos permanece. Nos últimos vinte anos, com a globalização neoliberal, o domínio dos paises centrais se tornou ainda maior. Razão teve Disraeli, o controvertido homem de estado britânico, ao dizer que as colônias não deixam de ser colônias pelo simples fato de se declararem independentes. Esse domínio indireto por si só não lhes basta: querem retornar ao estatuto colonial escancarado. Ao perceberem os sinais de insurreição geral dos povos contra a opressão de seus prepostos, tomam a iniciativa da repressão preventiva. A doutrina da preemptive war de Bush continua vigendo, e é agora aplicada pela França e pela Grã Bretanha, sob solerte delegação de Washington. Os norte-americanos bem intencionados, que votaram em Obama, descobrem que não podem mudar o sistema mediante o processo eleitoral. Como o grande presidente republicano – e o mais importante militar do século passado – Eisenhower denunciara e previra, quem domina o sistema é o “complexo industrial-militar”, hoje com o mando repartido entre o Pentágono e Wall Street. O presidente Obama se assemelha, a cada dia mais, aos Bush. Embora seu objetivo final seja o mesmo, ele cuida de falar macio na América Latina, enquanto açula seus aliados contra a Líbia, no movimento da reconquista imperial do Norte da África. Tal como Tony Blair, no caso do Iraque, Cameron se dispõe ao dirt job. Conforme o semanário alemão Focus, comandos britânicos já operavam na Líbia semanas antes da oficialização da aliança. O movimento pela re-colonização, por parte das antigas metrópoles, se desenvolve pari-passu com a globalização. E obedece ao discurso hipócrita de que, fora dos padrões católicos e protestantes da civilização ocidental, todos os povos são bárbaros e incapazes de autogoverno. A realidade é bem outra: a fim de manter o nível de conforto e de consumo dos países centrais, é necessário usar todos os recursos naturais e humanos da periferia. O espaço asiático de saqueio, no entanto, se estreita com o aumento da população e de consumo conforme os padrões ocidentais – e o crescimento da China. Mas há ainda o gás e o petróleo do Cáspio, pelos quais os americanos buscam controlar o Afeganistão e ameaçam o Irã. Manter os mananciais petrolíferos do Oriente Médio e do Norte da África é, em sua visão, essencial – apesar de seu discurso hipócrita sobre o meio-ambiente. A mesma hipocrisia se revela na declaração de que não querem atingir Kadafi: seu complexo residencial foi atacado pelos mísseis de Obama, da mesma forma que Reagan o fez, em 1986, matando uma filha do dirigente líbio. Ao mesmo tempo, é-lhes conveniente assegurar o suprimento de minerais e de alimentos, da América Latina e da África Negra. Ameaçados pela penetração dos chineses no continente africano, eles estão dispostos a jogar tudo, para a restauração de seu antigo domínio. E não faltam os sócios menores, os sub-empreiteiros do colonialismo, como os espanhóis e os italianos. Os espanhóis, nessa nostalgia de Carlos V e Felipe II, se unem a Obama, a Cameron e a Sarkozy. Não há diferença entre Zapatero e Aznar: os dois são o mesmo, no esforço pela Reconquista da América do Sul. Os italianos são menos insistentes: sabem que com a queda de Kadafi, a Líbia não lhes será devolvida. Os neocolonialistas tentam aproveitar-se de uma rebelião sem idéias, embora justa, contra a corrupção e o poder ditatorial nos países árabes. Mas seu êxito não é certo. A nova repartição colonial do mundo (2) por Mauro Santayana Os norte-americanos sempre criam, estimulam e financiam movimentos oposicionistas em todos os paises nos quais é de seu interesse desestabilizar os governos e os sistemas políticos. Estamos, nestes dias, lembrando-nos de 1964. Poderíamos nos lembrar de todos os anos anteriores, sobretudo do período entre 1945 e 1954 quando Vargas, eleito presidente, criou os instrumentos econômicos necessários ao desenvolvimento independente, com as grandes empresas estatais. Depois de morto o grande presidente, Juscelino conseguiu equilibrar-se, graças à sábia opção política de mobilizar a nação para as tarefas do crescimento acelerado. Assim, não é de surpreender que seus agentes e aliados, nos países muçulmanos, tenham estimulado o movimento que se iniciou, de maneira aparentemente acidental, na Tunísia. Os jovens dos países islâmicos se encontram insatisfeitos com a vida. Faltam-lhes oportunidades de realização profissional e pessoal. Sua liberdade é limitada, e seus sonhos se desfazem, diante de uma sociedade fechada em si mesma. No último dia 21, o New York Times publicou artigo de um jovem de 24 anos, e bem sucedido colaborador do respeitável Council of Foreign Relations, de Nova Iorque. Mattew C. Klein analisa a situação dos jovens norte-americanos, mostrando que a sua situação de desemprego é semelhante à dos jovens dos países pobres, e que os seus sonhos são também limitados. Ele poderia ter discutido também o desencanto da parcela não alienada da juventude de seu país com o governo, com a corrupção parlamentar e com o indecente comportamento das grandes corporações que têm a sua cabeça em Wall Street, com o belicismo de seu país. O fato de que haja liberdade de imprensa e eleições periódicas não reduz o absolutismo essencial do sistema norte-americano. O povo vota, de quatro em quatro anos, a imprensa é livre, o sistema judiciário funciona, embora nem sempre a Suprema Corte julgue com isenção. Mas, ainda assim, a liberdade, ali, como em outros lugares, é um bem de mercado. É preciso comprá-la. Os direitos humanos, ainda que proclamados em declarações altissonantes, são também violados nos Estados Unidos e nos países que lhes fazem coro. Basta lembrar o que se passa em Guantanamo, o que foi documentado em Abu Ghraib, e as condições a que está submetido, em uma prisão naval, o soldado norte-americano Bradley Manning. O discurso de que a intervenção na Líbia se faz em nome dos direitos humanos e da proteção aos civis é imoral. É considerada insensata até mesmo a parlamentares britânicos, como o deputado Rory Stewart, em artigo publicado no dia 18, pela London Review of Books. Stewart não é um homem de esquerda. Deputado por um dos tradicionais redutos conservadores do Noroeste da Inglaterra, o de Penrith and the Border, o parlamentar revela conhecimento do tema. Ele participou das tropas britânicas no Iraque, e, depois disso, atravessou a pé o Afeganistão, como parte de uma viagem maior, da Turquia ao Nepal, por 6.000 quilômetros e que durou dois anos. Embora conservador, Stewart considera um erro a participação de seu país nas cruzadas anti-islâmicas. Justifica, em parte, a intervenção na Iugoslávia, em nome da proteção das populações civis, ali ameaçadas de genocídio – mas não concorda com as demais. Reproduzimos alguns textos de seu artigo, publicado com o titulo de “Here we go again”: Parecia duplamente improvável que a Inglaterra algum dia interviria militarmente em país como a Líbia. Embora pobre em petróleo, o Afeganistão, na Ásia Central, foi visto por muitos muçulmanos como objeto de ocupação por cruzados infiéis, comandados por Israel, e com o objetivo de implantar bases militares ou de arranjar petróleo barato. Qualquer movimento contra a Líbia – país árabe, muçulmano, obcecado numa luta sem tréguas contra o colonialismo e suando petróleo – dava a impressão de que seria visto como movimento extremamente hostil e sinistro, primeiro pelos seus próprios vizinhos árabes; mas também pelo mundo desenvolvido e até pelos próprios líbios. A Líbia não atende, sequer, aos critérios do direito internacional, como alvo de intervenção militar. Kadáfi é o poder soberano, não os rebeldes; não praticava nem genocídio nem limpeza étnica. Na Bósnia, a situação era diferente: em algumas semanas, haviam morrido 100 mil pessoas. E a própria Bósnia – estado soberano não reconhecido pela ONU – pediu formalmente a intervenção. O caso do Kôssovo foi menos claro, mas a intervenção visou Milósevic e veio depois das guerras dos Bálcãs, iniciadas por ele, e do deslocamento forçado de 200 mil pessoas, com provas abundantes de atrocidades movidas por preconceitos étnicos. Esse tipo de concepção do que seja uma intervenção militar legal, e que em 1999 parecia ser a quintessência da governança e do consenso global, deixou de ser a concepção dominante no Ocidente. Como deputado à Câmara dos Comuns, ocorreu-me que talvez seja hora de lembrar às pessoas que, apesar da desgraça do Afeganistão, a Inglaterra ainda pode ter papel construtivo no mundo. No fim de seu artigo, o parlamentar é pessimista e vai fundo na exposição dos pretextos dos colonialistas: “Nada me tira da cabeça que o perigo maior não é o desespero, mas as decisões irrefreáveis, quase hiperativas: o senso de alguma obrigação moral, o medo de estados-bandidos, de estados fracassados, de perdermos nossa “credibilidade”. Isso, sim, me faz temer que estejamos no início de mais uma década de superintervenção militar”. Rory Stewart (nascido em Hong Kong, de pais ingleses, educado na Inglaterra) confirma assim o objetivo de outro movimento colonialista, de novo “manu militari” dos velhos dominadores. Acuados pela falta de petróleo barato, eles se agarram ao passado, em busca de sua segurança e de seu orgulho, como donos do mundo.

(enviado por amigo)