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O BLOGUE UNIVERSAL E INTERNACIONALISTA


A praça é do povo. Como o céu é do condor. É o antro onde a liberdade. Cria águias em seu calor! ...

A palavra! Vós roubais-la
Aos lábios da multidão
Dizeis, senhores, à lava
Que não rompa do vulcão.

Castro Alves
Jornal de Poesia

Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes? / Em que mundo, em que estrelas tu te escondes / Embuçado nos céus? /Há dois mil anos te mandei meu grito / Que, embalde, desde então corre o infinito... / Onde estás, Senhor Deus?

Castro Alves


MINHA LEI E MINHA REGRA HUMANA: AS PRIORIDADES.

Marília Gonçalves

Grandes almas sempre encontraram forte oposição de mentes medíocres.
Albert Einstein

Perguntas Com Resposta à Espera

Portugal ChamaS e Não Ouvem a Urgência de Teu Grito? Portugal em que http://www.blogger.com/img/gl.bold.gifinevitavelmente se incluem os que votando certo, viram resvalar de suas mãos a luz em que acreditavam; A LUTA CONTINUA )
Quem Acode à Tragédia de Portugal Vendido ao Poder dos Financeiros?! Quem Senão TU, POVO DE PORTUGAL?! Do Mundo inteiro a irmã de Portugal a filha. Marília Gonçalves a todos os falsos saudosistas lamurientos, que dizem (porque nem sabem do que falam) apreciar salazar como grande vulto,quero apenas a esses,dizer-lhes que não prestam! porque erguem seus sonhos sobre alicerces de sofrimento, do Povo a que pertencem e que tanto sofreu às mãos desse ditador!sobre o sofrimento duma geração de jovens ( a que vocês graças ao 25 de Abril escaparam)enviada para a guerra, tropeçar no horror e esbarrar na morte, sua e de outros a cada passo! sobre o sofrimento enfim de Portugal, que é vossa história, espoliado de bens e de gentes, tendo de fugir para terras de outros para poder sobreviver, enquanto Portugal ao abandono,via secar-se-lhe o pobre chão, sem braços que o dignificassem! Tudo isso foi salazar, servido por seus esbirros e por uma corte de bufos e de vendidos, que não olhavam a meios,para atingir seus malévolos fins!Construam se dentro de vós há sangue de gente, vossos sonhos, com base na realidade e não apoiando-os sobre mitos apodrecidos, no sangue de inocentes!!! Marília Gonçalves (pois é! feras não têm maiúscula!!!)

sábado, 31 de janeiro de 2009

SOS PAZ SOS PAZ SOS PAZ SOS

Yeshayahou Leibowitz um Homem JUSTO E RECTO

ATT


Yeshayahou Leibowitz era judeu, semita, homem de Fé, grande Religioso, filósofo, e Professor de Bio-Física
amava Israel e testemunha contra a injustiça da ocupação dos territórios na Palestina
é importante que não haja confusão entre termos Judeu e israelita não sendo sinónimos. Em todos os povos do Mundo encontraremos homens injustos, cruéis, assim como encontraremos, amantes da PAZ, da Justiça e da Humanidade



La République

des Lettres


Yeshayahou Leibowitz ne dit pas autre chose lorsqu'il crie, depuis des décennies, que l'état d'Israël est en train de s'auto-détruire.
http://www.republique-des-lettres.fr/187-yeshayahou-leibowitz.php
Une phrase mémorable et peut-être prémonitoire : lors d'un meeting, à une foule de sionistes qui scandent "vive le peuple d'Israël !", Leibowitz rétorque : "Avec des gens comme vous, il ne vivra pas longtemps !"

VIDEO SOBRE

http://www.dailymotion.com/video/x43rak_yeshayahou-leibowitz-les-judeonazis_politics

Ce sont surtout ses positions politiques qui le rendirent impopulaire : il fut en effet un ardent critique de la politique israélienne, tant dans le système de gouvernement (coalitions de partis, …) que dans l'occupation de territoires arabes, arguant que "l'occupation détruit la moralité du conquérant". Il soutenait d'ailleurs les objecteurs de conscience refusant de servir dans les territoires.

http://jewisheritagefr.blogspot.com/2007/01/yeshayahou-leibowitz.html

JEWISHERITAGE

POETAS del MUNDO denunciam: genocidio silencioso que ejerce el gobierno marroquí



urgente y necesario que el mundo conozca el genocidio silencioso que ejerce el gobierno marroquí, contra el pueblo saharaui


http://www.poetasdelmundo.com/verNot.asp?IDNews=1523



Así como el mundo está conociendo el genocidio perpetrado en la Franja de Gaza en Palestina, por parte del gobierno sionista de Israel, también es urgente y necesario que el mundo conozca el genocidio silencioso que ejerce el gobierno marroquí, contra el pueblo saharaui. Que vean los informes recientes que han denunciado públicamente, Amnistía Internacional, Human Right Watch, y demás ONG de derechos humanos, quienes con pruebas en mano, expresan al mundo, las atrocidades que comete las fuerzas de represión del gobierno marroquí, contra el Sahara. Que se conozca la realidad de la 'Cárcel Negra de El Aaiún', en territorios ocupados saharuies, donde estos represores torturan y ajustician a hombres y mujeres saharauies, cuando levantan sus voces por exigir la paz en el Sahara, cuando levantan sus puños y sus banderas, al exigir la paz.... ¿Entonces, me va a callar el poeta Monsif Ouadai Saleh, quien dice hablar en nombre de todos los poetas de Marruecos, para que el artículo de esta servidora, lo saquen de inmediato? ¿O es que el señor Monsif le aterra que una mujer y poeta que abraza la paz y la solidaridad del pueblo saharaui, hable sobre la violación de los derechos humanos que sufre este pueblo?

PAZ URGENTE

Em Frente pela PAZ Universal




Nas Consequências da Guerra


Encontrei-a na esplanada dum café interior dum grande hospital parisiense.
Chamou-me a atenção, o cansaço marcado no rosto a contrastar estranhamente com a doçura do olhar. Jovem? não era.
Sem saber como, estávamos a conversar as duas.
Sempre com o mesmo ar, começou a contar-me sua história, Já que ambas com vários exames marcados nos encontrávamos no intervalo entre duas consultas.
Ela viera há anos, fugida à guerra, da Bósnia. Trouxera com ela dois filhos um rapaz e uma menina, no momento do nosso encontro em plena adolescência. Olhava-a, escutava-a e nunca consegui atribuir-lhe idade. Pela dos dois filhos depreendi que se situaria entre os quarenta ou cinqüenta, mas aparentava mais, se não fosse aquela persistente doçura no olhar.
Contou-me que do lado da mãe, toda a família tinha sido morta. Não deu detalhes e eu não lhos pedi. Escutava apenas, impotente testemunha duma dor infinda e em silêncio quase religioso continuei a ouvi-la. Viveram em caves de prédios bombardeados, comendo o que podiam, escondidos sempre. No exterior lá em cima ouviam-se as bombas e os combates. Os filhos nessa altura pequeninos; ia ela fazendo frente ao terror próprio e ao das crianças . Certo dia viu apavorada entrar um grupo de homens pelo esconderijo adentro. Disse-me que tiveram sorte, eram do bom lado, que nada lhes fizeram de mal. Mas esse incidente veio aumentar o pavor em que viviam, humanos ratos a viver em tocas, que a maldade dos homens obrigava. Contou- me mais o estado de espírito do seu pequeno grupo familiar, sem nunca detalhar os acontecimentos vividos por ela e pelos filhos.
Pudor ou incapacidade de reviver através de relato doloroso as peripécias trágicas que a guerra lhes impusera. Contou em seguida que o desespero a fez procurar boleia para fugir com as crianças e que por sorte um autocarro que vinha para Paris, os deixou entrar e os trouxe para a capital francesa
Depois acabou dizendo que tinha a seguir uma sessão de choques elétricos, e que no final, perto das cinco a filha a viria buscar visto que não a deixavam sair sozinha depois do tratamento, que segundo o que me disse era para a vida. Mas disse-me que o estado da filha era muito pior que o dela, e que vivia enclausurada em casa, saindo apenas quando a isso por algum motivo de força maior era obrigada.
Sem palavras para a reconfortar, pelo dito e pelo não dito, limitei-me a deixar que a minha expressão lhe manifestasse tudo o que me ia por dentro.
Ao fim do dia, acabados também os exames para que viera, fui encontrá-la no mesmo sítio, sentada a uma mesa com a cabeça apoiada nas mãos, cotovelos sobre a mesa...
Estava ali à espera da filha que não aparecia e não sabia como voltar para casa. Estava pronta a oferecer-me para que eu e meus acompanhantes a levássemos a casa. Mas o olhar dela ensombrou-se como temendo a oferta que pressentia. Lesto o pensamento levou-me a tentar pôr-me no lugar dela. Fugida à guerra, com perturbações nervosas aparentemente irreversíveis, tanto nela como na filha, as confidências que me fez, por brusca simpatia, cediam ao medo que a acompanhava sempre. A casa era o abrigo desconhecido de todos, o tecto tranquilo, era possível que nessas circunstâncias, preferisse manter no silêncio o local onde ela e os seus abrigavam sua dor e o terror das fugas e perseguições.
Ali continuava à espera da filha, que não chegava, o que a afligia mais ainda. Não sabia como fazer, foi telefonar à filha que acabou dizendo que não se sentia bem e era incapaz de ir buscar a mãe
A aflição crescente em que a via, sugeriu-me que talvez fosse possível, se ela fosse falar com a equipa que a seguia, que eles chamassem um taxi que a levaria até à porta de casa, o que,por conseguinte não a obrigava a nenhum esforço. e assim foi.Fez-me um ultimo sorriso, pálido e ansioso, receosa pelo estado da filha, eu, ali fiquei na comunhão daquela dor para ela eterna, fazendo que um tropel de perguntas se seguissem no meu cérebro.
Mais amante da PAZ e contra qualquer guerra ofensiva, vi diante de mim erguidos e terríveis, os efeitos que as marcas indeléveis da maldade humana, levada ao paroxismo, por guerra sem razão,
Causa de tanto sofrimento a projectar-se no futuro de quem a viveu e consequentemente no futuro de cada ser humano, já que habitantes todos do mesmo Espaço a Terra, somos companheiros de viagem e inevitavelmente o bem e o mal de cada um recai sobre o todo, sobre cada ser humano numa total e profunda quebra de harmonia o que tornará a sociedade mais violenta e mais desumana.
Muitos fogem a esta realidade como se o não olhar e a fuga os protegesse, quando afinal apenas prolonga o gelo, o frio social que aniquila o que pode haver de bom em nós, e nos torna cúmplices silenciosos do crime e responsáveis de não assistência a pessoas em perigo, e esse frio da indiferença, instala-se corrosivo no nosso interior e vai ganhando terreno no aniquilamento dos nossos sentimentos, destruindo a nossa afectividade e a nossa capacidade de sentir, transforma-nos em robôs não humanos, de que apenas mantemos a aparência. Ignorando o sofrimento alheio, que é afinal o dum irmão, semelhante, que tinha à partida a mesma vontade de tranquilidade e respeito, de PAZ, que merece ou deve merecer cada um; é um crime voltado contra nós mesmos, porque nos mata interiormente e reduz ao silêncio a nossa capacidade de apreciar o belo o bom e o que é justo, e afasta para sempre a alegria e a capacidade da partilha numa anestesia triste e monótona das nossas existências, por isso muito mais pobres distantes e solitárias.
Marília Gonçalves

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

PELA PAZ NA PALESTINA seria urgente lançar este Apelo a todos os colegas. Por Marília Gonçalves*



APELO AOS POETAS del MUNDO
http://www.poetasdelmundo.com/verNot.asp?IDNews=1467


PELA PAZ NA PALESTINA seria urgente lançar este Apelo a todos os colegas. Por Marília Gonçalves*

FRANÇA: Estou a fazer-me mentalmente a pergunta se manifestações nas ruas espalhadas pelo Mundo não teriam mais impacto que os nossos protestos virtuais, por mais veementes que sejam.

Lanço um Apelo a todos os POETAS, ARTISTAS DE TODAS AS EXPRESSÕES. INTELECTUAIS, PARA QUE EM CADA Espectáculo, Conferência, ou em outro qualquer modo de contacto com o Público INTERVENHAM NUM APELO à paz Imediata!

Aos Sindicatos e Partidos de Esquerda
PARA QUE MEDITEM NAS POSSIBILIDADES DE ORGANIZAR MANIFESTA9OES DE RUA COM A MAIOR URGÊNCIA.

é imperativo que os governantes mundiais sejam
pressionados pelos povos de cada Pais de forma a exercer uma pressão enérgica sobre OS GOVERNANTES DE Israel e os USA que os armam e que os protegem, perante a ONU
Urgente SOS A TODOS OS QUE ESTA GUERRA HORRIPILA TODAS AS MEDIDAS ENÉRGICAS PARA EXIGIR A PAZ IMEDIATA DEVEM SER POR TODOS NÓS UTILIZADAS EM URGÊNCIA UNIDADE Internacional junto da ONU, UNESCO e todas as Instâncias que têm voz com poder para por termo a este terrível crime contra a HUMANIDADE!
Jornalistas, GENTES DA Comunicação Social o momento grave que atravessamos apela às vossas consciências profissionais e de SERES HUMANOS

DEPRESSA! CADA VIDA A SALVAR é UMA URGÊNCIA
DEFENDAMOS UNIDOS A PALESTINA

Marília Gonçalves* POETA del MUNDO

19 de Janeiro de 2009 19:59

POEMA às Crianças de Gaza

noites claras
noites brancas
e pesadas
quando consciência colectiva
dispara pesadelos
que são balas
onde a água se nega
um absurdo sol

apaga os olhos de crianças
tenho vergonha de ser um ser humano
urdido no silencio

no clamor das chamas!


Marília Gonçalves* POETA del MUNDO


http://www.poetasdelmundo.com/verInfo_europa.asp?ID=676




és Poeta? adere ao Movimento Poetas del Mundo

EM LUTA PELA PAZ

http://www.poetasdelmundo.com/noticias.asp

Movimento Poetas del Mundo noticia



RED INTERNACIONAL DE JUDIOS ANTISIONISTAS:
CARTA ABIERTA AL MUNDO


Somos una red internacional de judíos incondicionalmente comprometidos con las luchas de emancipación humana, de las cuales la liberación de los habitantes de Paleem stina y de su tierra es una parte primordial. Nuestro compromiso es el desmantelamiento del apartheid israelí, el retorno de los refugiados palestinos, y el fin de la colonización israelí de la Palestina histórica.

Desde Polonia hasta Iraq, desde Argentina hasta Sudáfrica, desde Brooklyn hasta Mississippi, judíos fueron parte en la búsqueda de


justicia, manifestando su deseo por un mundo más justo, participando con otros en luchas colectivas( continua....)
http://www.poetasdelmundo.com/verNot.asp?IDNews=1506

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

SOS SOS SOS SOS SOS SOS SOS SOS SOS

FIM IMEDIATO à GUERRA

ali, na Palestina,









Urgente


RECITAL




Subo a este palanque

para dizer um poema

de amor e de ternura

dedicado àqueles homens

que nas estrelas contemplam

o reflexo da eternidade.

Porém, de repente, enrola-se-me a voz,

recusa-se-me o gesto,

e desvanece-se a mímica

com um furor a navegar-me as veias.

É que, dentro de mim,

há mãos e dedos a apontar

ali, na Palestina,

alcateias de tanques

semeando crianças mortas

pelas ruas de Gaza.

Como posso eu dizer este poema

tão tranquilo

se dentro de mim, no fundo dos meus olhos,

me atormenta aquela criança fria

com um grito de sangue a escorrer da boca?

Aquela criança

e outra e outra e outra

são esperanças em botão esfaceladas

com estilhaços de bombas

cravados no cérebro.

Aquela criança

ali,

de olhar de vidro frio e penetrante,

não consente que eu diga,

aqui,

este poema tranquilo.

E ainda o grito daquela mãe

enche-me os ouvidos

para que a minha boca também grite.

E é já o grito de todas as mães

a estremecer a terra,

a abanar, a abanar,

para que o ódio se desprenda e afunde.

Como é que eu poderei dizer, aqui, este poema,

se um gargalhar de assassinos,

rugindo como gorilas dementes,

ameaça fechar o Sol

aos olhos inocentes deste povo?

Como pintar de amor a raiva que eu próprio sou?

Como adoçar a voz e não gritar,

não ferver, não saltar, não correr,

não transformar os versos em granadas,

fuzis, espadas, mísseis, fortalezas,

para impedir que voltem a matar

esta criança que me está nos olhos

vincando o meu remorso de ser gente?

É certo que eu subi a este palanque

para dizer um poema tranquilo.

Mas, afinal,

vão desculpar-me porque eu

não vou dizer poema nenhum!




(Janeiro de 2009)

Carlos Domingos

domingo, 18 de janeiro de 2009

SOS SOS SOS SOS SOS SOS SOS SOS SOS

FIM IMEDIATO à GUERRA

Guerra
Quando Francisco Charrua
chegou ao largo gritando:
– Eh! gente, estalou a guerra!
Zé Gaio de alvoroçado
pôs-se a bater o fandango.
Os outros só pelos olhos
falavam surpresa, esperança:
– Será agora? Talvez...!
Mas Zé Gaio tinha a certeza:
estava a bater o fandango!...
Já vão dois anos passados.
Agora a telefonia
da venda, à esquina do largo,
informa todas as noites:
«Uma esquadrilha inimiga
bombardeou a cidade:
morreram trinta mulheres
e vinte e sete crianças.»
Agora a telefonia
informa todas as noites,
dias, meses, anos... noites:
«Morreram trinta mulheres
e vinte e sete crianças.»
...E lá num canto do largo,
coberto de noite e raiva,
Zé Gaio abriu a navalha
no grosso tronco da faia.
Lá num canto do largo,
a faia toda dobrada
– será do peso da noite
ou do vento de desgraça
que sai da telefonia?


In Obra Poética, Manuel da Fonseca,

Grito e choro por Gaza e por Israel



FERNANDO NOBRE UM MÉDICO DO MUNDO

(Presidente da AMI-Portugal)


Há momentos em que a nossa consciência nos impede, perante acontecimentos trágicos, de ficarmos silenciosos porque ao não reagirmos estamos a ser cúmplices dos mesmos por concordância, omissão ou cobardia.

O que está a acontecer entre Gaza e Israel é um desses momentos.

É intolerável, é inaceitável e é execrável a chacina que o governo de Israel e as suas poderosíssimas forças armadas estão a executar em Gaza a pretexto do lançamento de roquetes por parte dos resistentes ("terroristas") do movimento Hamas.

Importa neste preciso momento refrescar algumas mentes ignorantes ou, muito pior, cínicas e destorcidas:

- Os jovens palestinianos, que são semitas ao mesmo título que os judeus esfaraditas (e não os askenazes que descendem dos kazares, povo do Cáucaso), que desesperados e humilhados actuam e reagem hoje em Gaza são os netos daqueles que fugiram espavoridos, do que é hoje Israel, quando o então movimento "terrorista" Irgoun, liderado pelo seu chefe Menahem Beguin, futuro primeiro ministro e prémio Nobel da Paz, chacinou à arma branca durante uma noite inteira todos os habitantes da aldeia palestiniana de Deir Hiassin: cerca de trezentas pessoas. Esse acto de verdadeiro terror, praticado fria e conscientemente, não pode ser apagado dos Arquivos Históricos da Humanidade (da mesma maneira que não podem ser apagados dos mesmos Arquivos os actos genocidários perpetrados pelos nazis no Gueto de Varsóvia e nos campos de extermínio), horrorizou o próprio Ben Gourion mas foi o acto hediondo que provocou a fuga em massa de dezenas e dezenas de milhares de palestinianos para Gaza e a Cisjordânia possibilitando, entre outros factores, a constituição do Estado de Israel..


- Alguns, ou muitos, desses massacrados de hoje descendem de judeus e cristãos que se islamisaram há séculos durante a ocupação milenar islâmica da Palestina. Não foram eles os responsáveis pelos massacres históricos e repetitivos dos judeus na Europa, que conheceram o seu apogeu com os nazis: fomos nós os europeus que o fizemos ou permitimos, por concordância, omissão ou cobardia! Mas são eles que há 60 anos pagam os nossos erros e nós, a concordante, omissa e cobarde Europa e os seus fracos dirigentes assobiam para o ar e fingem que não têm nada a ver com essa tragédia, desenvolvendo até à náusea os mesmos discursos de sempre, de culpabilização exclusiva dos palestinianos e do Hamas "terrorista" que foi eleito democraticamente mas de imediato ostracizado por essa Europa sem princípios e anacéfala, porque sem memória, que tinha exigido as eleições democrática para depois as rejeitar por os resultados não lhe convirem. Mas que democracia é essa, defendida e apregoada por nós europeus?


- Foi o governo de Israel que, ao mergulhar no desespero e no ódio milhões de palestinianos (privados de água, luz, alimentos, trabalho, segurança, dignidade e esperança ), os pôs do lado do Hamas, movimento que ele incentivou, para não dizer criou, com o intuito de enfraquecer na altura o movimento FATAH de Yasser Arafat. Como inúmeras vezes na História, o feitiço virou-se contra o feiticeiro, como também aconteceu recentemente no Afeganistão.


- Estamos a assistir a um combate de David (os palestinianos com os seus roquetes, armas ligeiras e fundas com pedras...) contra Golias (os israelitas com os seus mísseis teleguiados, aviões, tanques e se necessário...a arma atómica!).


- Estranha guerra esta em que o "agressor", os palestinianos, têm 100 vezes mais baixas em mortos e feridos do que os "agredidos". Nunca antes visto nos anais militares!


- Hoje Gaza, com metade a um terço da superfície do Algarve e um milhão e meio de habitantes, é uma enorme prisão. Honra seja feita aos "heróis" que bombardeiam com meios ultra-sofisticados uma prisão praticamente desarmada (onde estão os aviões e tanques palestinianos?) e sem fuga possível, à semelhança do que faziam os nazis com os judeus fechados no Gueto de Varsóvia!


- Como pode um povo que tanto sofreu, o judeu do qual temos todos pelo menos uma gota de sangue (eu tenho um antepassado Jeremias!), estar a fazer o mesmo a um outro povo semita seu irmão? O governo israelita, por conveniências políticas diversas (eleições em breve...), é hoje de facto o governo mais anti-semita à superfície da terra!


- Onde andam o Sr. Blair, o fantasma do Quarteto Mudo, o Comissário das Nações Unidas para o Diálogo Inter-religioso e os Prémios Nobel da Paz, nomeadamente Elie Wiesel e Shimon Perez? Gostaria de os ouvir! Ergam as vozes por favor! Porque ou é agora ou nunca!


- Honra aos milhares de israelitas que se manifestam na rua em Israel para que se ponha um fim ao massacre. Não estão só a dignificar o seu povo, mas estão a permitir que se mantenha uma janela aberta para o diálogo, imprescindível de retomar como único caminho capaz de construir o entendimento e levar à Paz!


- Honra aos milhares de jovens israelitas que preferem ir para as prisões do que servir num exército de ocupação e opressão. São eles, como os referidos no ponto anterior, que notabilizam a sabedoria e o humanismo do povo judeu e demonstram mais uma vez a coragem dos judeus zelotas de Massada e os resistentes judeus do Gueto de Varsóvia!

Vergonha para todos aqueles que, entre nós, se calam por cobardia ou por omissão. Acuso-os de não assistência a um povo em perigo! Não tenham medo: os espíritos livres são eternos!

É chegado o tempo dos Seres Humanos de Boa Vontade de Israel e da Palestina fazerem calar os seus falcões, se sentarem à mesa e, com equidade, encontrarem uma solução. Ela existe! Mais tarde ou mais cedo terá que ser implementada ou vamos todos direito ao Caos: já estivemos bem mais longe do período das Trevas e do Apocalipse.

É chegado o tempo de dizer BASTA! Este é o meu grito por Gaza e por Israel (conheço ambos): quero, exijo vê-los viver como irmãos que são.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

SOS SOS SOS SOS SOS SOS SOS SOS SOS

FIM IMEDIATO à GUERRA

APELO AO PROTESTO COLECTIVO: FIM IMEDIATO à GUERRA

AMIGOS APELO AO PROTESTO COLECTIVO: FIM IMEDIATO à GUERRA

ENVIEM VOSSOS PROTESTOS ( e enviem o mesmo pedido a todos os vossos amigos e conhecidos) COM OS TEXTOS ABAIXO OU COM OUTROS DO MESMO TEOR
PARA:


correio.geral@ar.parlamento.pt

belem@presidencia.pt

pm@pm.gov.pt

ou para o equivalente em vossos Países


BASTA DE MENTIRA, HIPOCRISIA E IGNOMÍNIA:


Dados das Nações Unidas ( desactualizados) Palestinianos:
Mortos 600
Feridos 3 mil, 1/3 civis,
¼ crianças.
Outras fontes:
Israelitas mortos 4



Gaza é uma faixa exígua de terra, toda ela cercada por mar, terra e ar por Israel, o que faz de Gaza a maior prisão a céu aberto com mais de um milhão de prisioneiros que deveriam ser pessoas livres.

Israel ampliando e multiplicando algum perigo real para a segurança das suas populações, que têm de ser defendidas, criou o mito de que quinze mil homens mal armados, mas bastante fanatizados podem destruir o estado de Israel. Isto, é mentira, mas é verdade que podem criar uma situação de vida inaceitável para milhares de israelitas que não podem ser ameaçados, enquanto povo livre.

Com base nesta mentira Israel invade os territórios palestinianos quando lhe apetece, de um modo desproporcional e criminoso, com o apoio da diáspora dos judeus nos EUA, onde, constituem um lóbi financeiro e politico muito forte que submete a vontade do governo americano, e goza também da compreensão dos governos da Europa e do presidente da União, Dr. Barroso, flecha de Bush na Europa que se mantém. Com esta propaganda Israel ainda consegue o apoio de pessoas bem formadas, com uma viva memória do Holocausto. Todavia os judeus de hoje não são os perseguidos, são os perseguidores.

O Hamas é o que é, porque: se liga ao povo, ajudo-o; Israel comete sistematicamente actos bárbaros contra o povo palestiniano e a autoridade Palestiniana têm-se deixado mergulhar em escândalos e corrupções várias. Também nunca pode ser esquecido que os actores deste palco de morte não querem, nem são capazes de criarem uma situação de paz no Médio Oriente. A paz nesta parte do Mundo depende da ONU e dos EUA que se devem empenhar na criação de um estado Palestiniano soberano, que se integre na comunidade internacional respeitando as suas leis, como a da não agressão a outros estados, princípio que Israel terá de respeitar, de igual modo

Na actual conjuntura, como em outras, Israel tem cometido sucessivos massacres que ficam sempre impunes. Os seus governantes e os seus generais deviam ser submetidos aos tribunais Internacionais por crimes contra Humanidade; violação das convenções internacionais e violação grosseira e cobarde dos princípios éticos e técnicos das guerras de guerrilhas, como com total clareza se vai demonstrar (acrescento que na proporção dos atentados contra pessoas indefesas de Israel os responsáveis do Hamas deviam ser também submetidos aos mesmos tribunais)

Um principio da guerra de guerrilhas que é simultaneamente TÉCNICO E ÉTICO É QUE AS POPULAÇÕES TÊM DE SER SUBTRAÍDAS À ACÇÃO DOS GUERRILHEIROS, ATRAVÉS DE PROGRAMAS PSICOSSOCIAIS DIRIGIDOS NESSE SENTIDO, porque um dos terrenos fundamentais destas guerras para a vitória são o coração e a alma das populações, que nunca poderão estar com quem as massacra. Os massacres provocam ódios eternos, sem qualquer possibilidade de se tornarem reversíveis.

Todas as forças beligerantes regulares ( exércitos) sabem que ao planearem estas guerras de guerrilha urbana, podem as mesmas terem um peso muito alto em vidas para as tropas regulares, e sabem também que os guerrilheiros se misturam com as populações, o que a nenhum título técnico e muito menos moral pode justificar a dizimação das populações para evitar baixas, o que para além de ser um comportamento militar cobarde, é criminoso. E é exactamente isto o que está acontecer, e é exactamente isto que não pode acontecer, como sabem, sabendo por experiência própria, mais de um milhão de portugueses que andaram a combater na guerra colonial.

O Exército Israelita, como todos os militares do Mundo, como qualquer pessoa que pense, sabe que logo que um exército entra num país estrangeiro é para as suas populações uma força de ocupação que mobiliza todos os patriotas para lutarem contra ela, de modo a expulsá-la do território Pátrio. Sabem também que quem defende o seu chão Pátrio é um herói, e quem mata um herói é um bandido, um criminoso que jamais os povos perdoarão. Esta é mais uma razão psicológica e psicossocial para que a questão da segurança de Israel e do povo de Israel tenha de ser garantida por quem obrigue o Hamas a cumprir as leis internacionais, se necessário com forças militares, mas da ONU que respeitem e assegurem os direitos das partes, o que, desde logo, lhes tira o opróbrio de forças de ocupação

As parcelas desta equação da morte têm a clareza forte e inequívoca de um Sol incandescente:


NESTA CONJUNTURA, SUBLINHO MUITO BEM, NESTA CONJUNTURA, À LUZ DA MORAL, DOS PRINCÍPIOS ÉTICOS E TÉCNICOS DA GUERRA, DAS CONVENÇÕES E O DO DIREITO INTERNACIONAL, A FORÇA AGRESSORA, É ISRAEL, QUE ESTÁ A COMETER SUCESSIVOS E GRAVES CRIMES DE MASSACRE E GENOCÍDIO;

A VÍTIMA OS HERÓICOS COMBATENTES É O POVO MÁRTIR DE GAZA QUE MORRE ÀS MÃOS DE UM ATAQUE NEFANDO E ASSASSINO DE ISRAEL, OU MORRE A RESISTIR CONTRA O INVASOR, MESMO QUE ESTE TENHA SIDO PROVOCADO PELO HAMAS.

ESTA EQUAÇÃO É MUITO CLARA E PRECISA. NÃO ADMITE FUGA À AUTO- CONSCIÊNCIA, PORQUE SE BASEIA NO PENSAMENTO LÓGICO, NO DIREITO, NOS VALORES PATRIÓTICOS QUE SÃO UNIVERSAIS, ISTO É, SÃO VÁLIDOS TANTO PARA NÓS, COMO PARA OS ISRELITAS E OS PALESTINIANOS E NOS PRINCÍPIOS TÉCNICOS, ÉTICOS E DEONTOLÓGICOS DA POLÍTICA E DA PROFISSÃO DE MILITAR.


Não há fuga à auto-consciência.


andrade da silva 9 Janeiro 09


>

> PS: aos que me lêem no próximo dia 10, falando do passado a partir desse mesmo passado e não de memórias reconstruidas de acordo com muitas e variadas contaminações, vou publicar a carta que em Angola escrevi, em 13 Novembro 1972, denunciando toda a tragédia da guerra colonial, aos olhos de um jovem alferes com 24 anos de idade.




Andrade da silva




PAREM A MATANÇA de crianças e civis.

O Homem só pode dizer segurança e Paz para o povo de Israel e para os palestinianos.

O Homem só pode dizer que Israel não quer a Paz, quer o extermínio dos palestinianos e que o Hamas também não quer a Paz, só que Israel pode exterminar os palestinianos, e o Hamas não tem essa capacidade em relação a Israel, o que faz toda diferença.

Israel para eliminar as milícias do Hamas, sabendo, desde sempre, que eles estariam misturados com a população martiriza crianças e civis, isto, é um crime militar e civil.

Israel diz que o mundo lhe agradecerá esta matança. Bush também disse que o mundo ia-lhe agradecer a guerra no Iraque e no Afeganistão, parece que hoje só Bush se agradece a si mesmo.

Mas quem agradecerá a morte de tanta criança e civil, Hitler, talvez?

O Homem só pode pedir à ONU que assuma as suas responsabilidades e envie forças credíveis para o terreno para IMPOREM A PAZ a todas as partes. Seria para isto que a ONU deveria existir.

A NÃO IMPOSIÇÃO IMEDIATA DO FIM DAS HOSTILIDADES EM GAZA TORNAM CINICAS E HIPÓCRITAS TODAS AS CARICATAS DECLARAÇÕES DE BOAS INTENÇÕES DOS GOVERNANTES DO MUNDO.

Andrade da Silva



A guerra às Crianças


Crianças Abrigadas numa ESCOLA
E Israel permite-se bombardear uma escola cheia de criancinhas?

DEIXO AQUI O MEU GRITO! de Mulher, de Mãe, de SER HUMANO
um grito frente a tal crime e a tal desumanidade!
mais nenhuma palavra é precisa!
Monstros sem consciência e ocos, deixaram de ser seres humanos e descem à condição de bichos ferozes e ridículos!

Marília Gonçalves


Raio! estamos frente a seres humanos ou não estamos?
Deixamos assassinar criancinhas, vemos as fotos... estão ali... parece que se as tomássemos nos braços iriam acordar... Mas não, são crianças a quem roubaram o direito de aproveitar as suas pequeninas vidas, de tão pequena história ainda! e não vos rebenta o coração de dor? Crianças!!! ARRANCADAS A UMA VIDA QUE AINDA MAL TINHA Começado! e que nunca mais verão o sol, nunca mais ninguém lhes ouvirá uma gargalhada!
ai!!! lembrem-se lá das risadas dos vossos pequenitos!! que horror!!! que vida sem vida para os pais que não vão poder nunca, nunca; mais ouvir esses risos inocentes essas vozes claras e sem maldade!
Porque é isso que estão a assassinar, a inocência! e podeis dormir descansados e nunca ao rosto vos sobe o fogo da vergonha?
E Vossas Consciências?
vamos a despertar que é tempo! BEM BASTAM AS Doenças que tão INJUSTAMENTE LEVAM TANTA CRIANCINHA DA ALEGRIA ESFUZIANTE QUE DEVIA SER A VIDA! o POVO JUDEU (nessa altura o Estado de ISRAEL NÃO EXISTIA, era o então o SOLO da Palestina)AINDA SOFREU NA ULTIMA GUERRA O HORROR DO Holocausto NAZI!
POR ISSO SABE O HORROR QUR é O ASSASSÍNIO DE INOCENTES de PEQUENINAS VIDAS! As Crianças!
sabem o horror que é, e fazem-no a outras crianças inocentes e pequeninas!?
Não! não à carnificina, não à morte de crianças, nao à morte de inocentes que nada sabem do mal, nem do bem da vida!
Não à guerra!
VIVA A PAZ
E VIVA A AMIZADE ENTRE TODOS OS POVOS DO MUNDO!
VAMOS TODOS EXIGIR A PAZ!!!!
Somos SERES PENSANTES EM PRINCÍPIO INTELIGENTES. A GUERRA é UMA PROVA DE ESTUPIDEZ E DE MALDADE! ONDE QUER QUE TENHA LUGAR! e seja contra que povo for
FIM 0 GUERRA JÁ
DE IMEDIATO

Marília Gonçalves

domingo, 4 de janeiro de 2009






FIM À GUERRA JÀ









COMPANHEIROS, AMIGOS, LEITORES


A Esperança semeia-se pela PALAVRA
e pela PALAVRA se chega à PAZ!



Há muitos anos atrás, era eu uma menina, tal como deve ter acontecido com os não amnésicos políticos, lembro que era voz corrente, que o Salazar e a pandilha fúnebre e sinistra que o acompanhava estavam de pedra e cal, e que nada mudaria ou faria mudar este estado de coisas que o Povo português tinha que resignadissimamente ir suportando como praga eterna de gafanhotos que nos devastava as vidas e a Esperança. Era assim uma espécie de maldição lançada sobre a credulidade consciente ou não, e sobre os incautos, que lhes bebiam os falsos sorrisos e as maneiras estudadas de quem quer saquear a casa alheia, tendo o dono aberto as portas por suas mãos crédulas e descuidadas.
Vivia- se num mundo restrito, de aparências, onde a hipocrisia tinha ares benevolentes; sorridentes, ocultando na capa nocturna do obscurantismo a crueldade de que vivia e com que comandava Portugal. O drama é que muitos filhos do povo se habituaram aos ares falsos e tomavam-nos como exemplo, o que poderia dar a parecer que havia uma serenidade de ânimos e que tudo corria pelo melhor, no melhor dos países.
Tive a sorte de crescer num meio antifascista, e isto de ser antifascista nesse tempo não se baseava apenas nas frases proferidas em família nem em princípios sem estrutura. A ideia tinha um esqueleto, que lhe conferia a postura correcta, verídica, credível desde a mais tenra idade. Era um comportamento e não atingia ainda junto dos mais pequenos a tonalidade formal da palavra explícita.
Era esse comportamento que nos fazia antifascistas sem mesmo sabermos que o éramos. Aprendizes de ser humano com a diversidade do exemplo por modelo.
Crescíamos a pensar e a sentir de outra forma. Diferentes na conquista da livre Igualdade.
Pois por isso essas frases escutadas no exterior não nos atingiam, uma infantil semente de esperança crescia vicejante contra todos os males.
Mostrou o futuro que tínhamos razão! Uma Primavera, amanheceu Abril, um Abril único, nunca visto, vestido de cravos rubros e de olhos que viam o Futuro aberto à sua frente pela primeira vez!

Ora hoje o Mundo em guerra está faminto dum Universal Abril!
As guerras sempre injustas, matam inocentes. Pois hoje, como ontem durante o fascismo em Portugal, os ânimos cansados descrêem da PAZ. Não lhe vêem o caminho.
O Ser Humano descrê de si próprio.
Pois tal como em Portugal floriu o cravo de Abril, contra todas as descrenças, também a PAZ no MUNDO terá o seu ABRIL! e Florirá!
Porque é inevitável, porque é anti-humano o que se passa actualmente na Palestina no Iraque, entre outros países que vivem no horror e no terror! Porque contraria as leis da Vida!
Apenas cada um de nós tem que através da Palavra positiva semear a certeza desse inevitável dia a atingir! Urgente!
Ou consentindo na barbaridade é o nosso próprio fim que preparamos, porque as forças que se opõe são tão poderosas que se lhes não pomos de imediato cobro, alastram a pestilência da guerra que nos pode atingir mundialmente! Ai, e isso ninguém quer, porque enquanto é na casa dos outros, o nosso egoísmo consente e cala, cobarde, mas se pode atingir-nos a nós ...
E como é o que bem (mal) nos pode acontecer; o melhor é gritar aos nossos governos que mudem de atitude e tomem uma posição firme e enérgica a exigir a Paz imediata e sem condições!
E se agirmos assim a Paz virá a ser!
E um Mundo melhor pode começar enfim para todos e para cada um!


Marília Gonçalves

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Los acontecimientos que están ocurriendo en Palestina


Urgente comunicado a los poetas del mundo y a toda persona de corazón sensible. Por Luis Arias Manzo
CHILE [Español - Français - Arabe]. Los acontecimientos que están ocurriendo en Palestina, y especialmente en la Banda de Gaza, no pueden dejar indiferentes a los Poetas del Mundo, porque somos poetas comprometidos con la VIDA y con el Proyecto Humano. Lo que está sucediendo en ese lugar del planeta es una fragante masacre encubierta, y cuenta con la complicidad del Imperio y de las naciones aliadas al país más poderoso del planeta. El silencio es complicidad, por eso llamo a los Poetas del Mundo a manifestarse con la fuerza de la palabra, de manera poética y repudiar ese atentado contra la vida.

Llamo a poner en práctica nuestro manifiesto universal de poetas del mundo, por eso les recuerdo algunos párrafos:

“Ser poeta no significa sólo escribir bella poesía, sino que VIVIRLA, y vivirla no significa sólo sentirla, sino que practicarla, y practicarla es una cosa de todos los días, de siempre mientras tenemos cabeza para pensar y corazón para sentir.” [Artículo 3]

“Ser Poeta del Mundo es ser un guerrero, o una guerrera, que cabalga por las llanuras de la existencia humana, como lo hizo desde la noche de los tiempos, en busca de la perfección y del crecimiento lícito de la vida, mientras se vive con los ropajes y las condiciones que tenemos para hacerlo. Es por eso que no seremos pasivos ante los crímenes que se cometen día a día en nombre de la libertad, levantaremos nuestra voz como un rayo de luz y haremos temblar al cobarde, porque la palabra la convertiremos en la mejor arma que el asesino haya conocido a lo largo y ancho de la historia.” [Artículo 5]

El mensaje de fin de año que debía ser de augurios felices, [anunciar por ejemplo que ya estamos alcanzando los 5.000 poetas miembros], de pronto se transforma en grito de protesta, y de impotencia ante la barbarie y la crueldad.

Que el bullicio de los fuegos artificiales que ya se están escuchando por el planeta, que no sirva para opacar el llanto de los hermanos que sufren.


Luis Arias Manzo
Fundador y Secretario General
Movimiento Poetas del Mundo


Santiago de Chile, 31 de Diciembre 2008 [17:34]


Communiqué d’Urgence aux Poètes du Monde et à toute personne de cœur sensible.

Les évènements qui sont en train de se dérouler en Palestine, et spécialement dans la Bande Gaza, ne peuvent laisser indifférents aux Poètes du Monde, parce que nous sommes des poètes engagés avec la VIE et avec le projet Humain. Ce qu’il se passe dans cette partie de la planète est une fragrante massacre recouverte, et elle compte avec la complicité de l’Empire et des nations alliées au pays le plus puissant de la planète. Le silence est complicité, c’est pour cela que j’appelle aux Poètes du Monde à se manifester avec la force de la parole, de manière poétique et répudier cet attentat contre la VIE.

J’appelle à mettre en pratique notre manifeste universel des poètes du monde, pour cela je vous rappelle quelques paragraphes :

Etre poète ne signifie pas uniquement écrire de la belle poésie mais également LA VIVRE. La vivre ne signifie pas seulement la ressentir mais la mettre en pratique. Et la mettre en pratique est une affaire de tous les jours, de toujours, et ceci tant que nous aurons une tête pour penser et un cœur pour les sentiments. [Article 3]

Etre Poète du Monde signifie être un guerrier, ou bien une guerrière, qui galope à travers les plaines de l’existence humaine, comme il l’a fait depuis la nuit des temps à la recherche de la perfection et de l’évolution licite de la vie, tant que nous pourrons vivre avec les habits et les conditions actuelles. Pour cette raison, nous ne resterons pas impassibles devant les crimes commis chaque jour au nom de la liberté, nous élèverons nos voix pareil à un trait de lumière et nous ferons trembler le lâche. Pour ce faire, nous convertirons la parole en la meilleure arme que l’assassin n’ait jamais connue au cours de toute l’histoire. [Article 5]

Le message de fin d’année qui devait être des bonnes nouvelles [annoncer par exemple que nous sommes déjà presque 5.000 poètes membres], soudain est devenu un cri de protestation et d’impuissance devant la barbarie et la bestialité.

Que le bruit des feux d’artifices qu’on écoute déjà de partout dans la planète ne sers pas à minimiser le pleure des frères qui soufrent.

Luis Arias Manzo
Fondateur et Secrétaire Général
Mouvement Poètes du Monde


Santiago du Chili, le 31 de Décembre 2008 [17:34]

Eluard y La Libertad

Caxias




Carlos Domingos, Portugal: sobre Eluard y La Libertad

UMA HISTÓRIA VERDADEIRA

1

Em 1942, durante a ocupação da França pelos nazis, o poeta Paul Éluard escreveu um extraordinário poema, intitulado «Liberté», que ficou na História como um dos símbolos da Resistência.

Esse poema foi levado para Inglaterra por um pintor brasileiro, Cícero Dias. Em 1943, traduzido em várias línguas, o poema foi lançado, como um panfleto, por aviões britânicos sobre a França e outros países da Europa.

Por ter realizado o notável feito de ter passado o poema, clandestinamente, para fora do país, permitindo a sua difusão, Cícero Dias foi condecorado com o Ordem Nacional do Mérito pelo governo francês, mais de cinquenta anos depois, em 1998.

2

Alguns anos depois da derrota do nazismo, frequentava eu o sétimo ano do curso de língua francesa no Liceu Francês Charlles Lepierre, quando, num autêntico desafio à Censura do fascismo salazarista, a Embaixada francesa patrocinou a realização dum recital de poesia francesa da Resistência, que incluía um filme de curta-metragem baseado no poema de Louis Aragon «La Rose et le Réséda», o qual apelava à união entre crentes (la rose) e não crentes (le réséda) contra a ocupação nazista:

«Celui qui croyait au Ciel,

celui qui n’y croyait pas,

tous les deux aimaient la belle

prisionière des soldats.»

A minha participação nesse recital constou da declamação do poema de Paul Éluard «Liberté», pelo que fui muito felicitado pelos representantes da Embaixada que se encontravam presentes. Nunca me esquecerei que o meu professor de francês tinha sido, ele próprio, um resistente.

3

O episódio referente ao pintor brasileiro Cícero Dias que transportou o poema de Paul Éluard para Inglaterra e o posterior reconhecimento do governo francês por essa façanha foram-me dados a conhecer por uma folha informativa datada de 28 de Outubro de 2002, comemorativa do centenário do nascimento do grande poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade, folha essa que só me chegou às mãos há poucos dias.

Foi também por essa mesma folha que tomei agora conhecimento da tradução do poema «Liberté» para português pela dupla de poetas brasileiros Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira, apesar de que essa tradução já fora feita nos anos 40.

A referida folha informativa foi, creio eu, da responsabilidade de Carlos Machado.

4

Viremos agora a página.

Em 1972 fui preso pela polícia política criada por Salazar, a famigerada PIDE. Barbaramente torturado, incluindo com a terrível “tortura do sono” durante a qual fui impedido de dormir durante 13 dias seguidos, encerraram-me depois na prisão de Caxias, onde permaneci os três primeiros meses em regime de rigoroso isolamento.

Mesmo assim, durante esse período escrevi vários poemas e um relatório sobre os pormenores da minha prisão e o que sofri depois. Todos esses escritos fi-los passar clandestinamente (não podia ser doutra forma) para fora da prisão, apesar da apertada e rigorosa vigilância dos serviços prisionais, que chegavam a radiografar as roupas que entravam e saíam, desfaziam bolos que recebíamos das famílias, picavam as pastas de dentes, desmanchavam os maços de tabaco, despiam-nos completamente para revistar as nossas roupas ao pormenor antes de comparecermos perante os nossos advogados ou familiares (e, mesmo assim, as visitas realizavam-se na presença de um guarda e de um agente da PIDE).

A primeira mensagem que consegui fazer passar foi um pequeno poema (era a primeira experiência):

«Um preso político é como uma península:

rodeado de lobos por todos os lados

menos por um – a certeza

que o liga aos companheiros.»

5

Acabado o período do isolamento, instalaram-me numa sala onde fiquei com mais quatro companheiros. Em conjunto, organizámos a nossa vida, o nosso estudo, o nosso trabalho politico-cultural, as nossas diversões e, até, as nossas reacções às provocações dos carcereiros.

Em Abril de 1973, a união de todos os democratas e anti-fascistas conseguiu realizar em Aveiro, durante cinco dias, o 3º Congresso da Oposição Democrática.

Com a colaboração de dois dos meus companheiros de prisão, escrevi uma comunicação ao citado Congresso intitulada «A Repressão Fascista e a Situação dos Presos Políticos em Caxias». Escrita com uma letra muitíssimo minúscula, o dito trabalho ocupou quinze mortalhas para cigarro. Poucos imaginam as dificuldades que foi necessário vencer para as fazer sair de dentro da prisão.

Depois de ter sido tudo dactilografado, havia ainda que transportar o trabalho para Aveiro, o que foi feito por uma jovem anti-fascista, noiva de um dos meus companheiros de prisão, acabando por ser ela a ler a comunicação ao Congresso, ante uma extraordinária ovação da assistência. Tudo isto implicou um enorme risco, não só para quem, lá dentro, elaborou o documento, mas também para quem o transportou e o leu na tribuna do Congresso.

Essa intervenção está publicada nas «Teses do 3º Congresso da Oposição Democrática», em 8 volumes, página 63 da secção Organização do Estado e Direitos do Homem, Edições Seara Nova, Fevereiro de 1974.

Como na autoria da comunicação figurava um Grupo de presos actualmente em Caxias (e é assim que se encontra publicado nas «Teses»), a PIDE não teve qualquer dificuldade em me associar ao evento, pelo que passei a sofrer maior vigilância e repressão.

Finalmente, em Maio de 1973, fui transferido para uma prisão política de alta segurança, a Cadeia do Forte de Peniche. Aí estive na companhia de altos dirigentes políticos como António Dias Lourenço, José Magro, Ângelo Veloso e Dinis Miranda, o dirigente sindical Daniel Cabrita, o romancista Mário de Carvalho, o dirigente angolano Garcia Neto (mais tarde assassinado pelos terroristas do grupo de Nito Alves) e outros cujo nome não me ocorre.

Em Setembro de 1973 chegou-nos a notícia do golpe fascista de Pinochet no Chile, que nos provocou um estado de espírito de ainda maior revolta.

Foi apanhado por esse estado de espírito que decidi traduzir para português o poema de Paul Éluard «Liberté», que eu tinha aprendido e recitado em jovem. Outra luta foi fazer passar a tradução para o exterior, como se deve calcular.

Fui libertado quando se deu a revolução do 25 de Abril de 1974. Com a euforia da libertação e do trabalho gigantesco que havia para realizar, perdi o rasto à tradução do poema de Paul Éluard.

Só há dias, ao travar conhecimento com a tradução realizada pelos dois poetas brasileiros, é que me lembrei de que tinha havido uma tradução feita por mim. E, então, resolvi procurá-la, mas sem êxito.

Até que… Foi ontem. Foi ontem que me ocorreu a existência duns velhos papéis encafuados numa velha caixa de madeira.

Ao abrir a caixa desenterrei tanta coisa! Velhos poemas da juventude que o meu pai tinha conservado religiosamente… E lá estava. Lá estava a tradução.

Algumas palavras já não estavam perceptíveis. Mas eu coloquei no seu lugar as que me pareceram fazer sentido e que se adaptavam ao ritmo. Não devo ter falhado muito.

6

Escreve Carlos Machado, a propósito da tradução do poema «Liberté» executada por Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira, que «…existe uma profusão de traduções deste poema. Em minha opinião, esta é, de longe, a melhor.» Claro que C. Machado se refere apenas às traduções que ele conhece.

Ao confrontar, por exemplo, a minha tradução com a dos dois grandes poetas brasileiros, alguns dos meus amigos mais credenciados e insuspeitos não conseguiram fazer uma escolha do ponto de vista da qualidade literária. Notaram-lhes, entretanto, algumas semelhanças e algumas diferenças, sendo notórias as duas que se seguem:

1. Ambas as traduções seguem a métrica utilizada pelo autor do poema, isto é, a redondilha maior e mantêm-se fiéis a ela até o fim.

2. A tradução do duo de poetas denota um ambiente mais frio, de exclusiva preocupação literária, enquanto a minha tradução sofre do defeito de ter sido escrita num contexto prisional.

Pois bem. Por mim, não considero esta segunda parte um defeito. Entre mim e o poeta Paul Éluard existe um traço comum: somos ambos resistentes anti-fascistas. Tanto o seu poema como a minha tradução reflectem o ambiente de tensão em que se inseriam. Que eu saiba, tanto Drummond como Bandeira nunca estiveram presos nem participaram activamente na Resistência. As suas vivências foram apenas de cariz humano e intelectual.

Para além disso, tenho alguns (pequenos) reparos a fazer.

Vejamos. A minha escolha em traduzir “Sur” por “Sobre não se limita a uma prática de literalismo. A nossa preposição “em” tanto pode traduzir o francês “sur” como “dans”. Écrire sur mes cahiers é diferente de Écrire dans mes cahiers. E, no meu ponto de vista, o “Sobre” dá mais força, mais acutilância à expressão.

Há, por outro lado, alguns pontos em que eu estou em nítido desacordo com a tradução do duo Drummond/Bandeira.

Na 2ª estrofe, a expressão pages blanches significa páginas em branco (podem até ser amarelas) e não páginas brancas.

Traduzir dorées por redouradas é nitidamente para cumprir a métrica. E armes não são armaduras. É muito diferente (3ª estrofe).

A palavra jungles não existe em português. Trata-se possivelmente de um calão brasileiro. Porém, num poema deste tipo, para ser lido universalmente, devem ser evitados os regionalismos. A tradução de jungle deve ser selva ou floresta. Também l’écho de mon enfance não é o céu da minha infância, mas aqui pode tratar-se de uma gralha tipográfica, uma vez que a métrica não ficou certa (4ª estrofe).

Journée não é alvorada. Alvorada é o nascer do dia, enquanto journée é a totalidade do tempo que preenche o dia (5ª estrofe).

Lune vivante é lua viva e não lua vivendo (?!) (6ª estrofe).

Asas dos passarinhos é muito redutor, pois deixa de fora os grandes pássaros, como águias, falcões, etc. O poeta diz simplesmente des oiseaux, isto é, pássaros. Além de que o diminutivo é demasiado terno e carinhoso para um poema que se quer com raiva (7ª estrofe).

Sur la mer é o que diz o poeta. Água do mar pode-se ir buscar à praia num balde. O poeta fala no mar como um todo, como uma realidade. Ele não escreve sobre a água do balde, mas sim sobre o mar. E, logo a seguir, ele fala em bateaux (barcos) e não em navios (navires). Também serranias não é o mesmo que montagne. Montanha é uma realidade unificada, mais personalizada e, por isso, mais forte (8ªestrofe).

Até. É uma palavra metida a martelo para completar a métrica (9ª estrofe).

O poeta diz les cloches des couleurs, não diz que são sete cores (10ª estrofe).

Traduzir tremplin por trampolim é traduzir à letra. Tremplin tanto pode significar trampolim como degrau que dá acesso, diferente de degrau da escada que se diz marche. Em português dizemos o degrau da porta (15ª estrofe).

Les lèvres attentives não significa que estejam atentos, mas sim que estão à espera. Attentif, de attendre (esperar, estar à espera) (17ª estrofe).

Les marches de la mort são os degraus da morte e não as escadas. Parte-se do princípio de que a morte terá uma escada (escalier) a qual terá muitos degraus (marches) (19ª estrofe).

E pronto. Quanto ao final, eu optei por não usar a palavra chamar. Em português chamar pode ter vários sentidos. Pode corresponder ao francês nommer, mas também pode significar appeler. No poema, Éluard emprega nommer e, para evitar interpretações dúbias eu decidi-me por invocar.

Finalmente, apesar de lhe apontar alguns senões (diz-se que não há bela sem senão), eu não me atrevo a dizer que a tradução de Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira não seja uma bela tradução.

Quanto à minha tradução, eu não a classifico como melhor, apenas reivindico a qualidade de diferente. Ela pretende ser apenas uma tradução feita por um resistente anti-fascista que estava preso precisamente numa altura em que a Democracia estava a ser barbaramente esquartejada no Chile. Ela está, pois, imbuída daquela raiva e espírito de resistência, reflexo das condições em que foi concebida.

7

A propósito da proeza do pintor pernambucano Cícero Dias de ter transportado o poema de Éluard para Inglaterra e, com isto, ter ganho o reconhecimento, embora tardio, do governo francês, a ponto de lhe ter sido conferida uma medalha, devemos admitir que, não contestando de forma alguma o seu notável mérito, a sua acção não pode ser considerada propriamente um feito heróico.

E isto porquê?

Primeiro, porque não é muito difícil esconder um pequeno papel dentro da roupa ou na bagagem. Segundo, porque bastaria ter deixado figurar como título aquele que o poeta lhe tinha atribuído inicialmente com carácter provisório: Une seule pensée. Complementarmente, ser-lhe-ia retirado o verso final constituído pela palavra Liberté. Estes procedimentos dariam ao poema um ar inofensivo, capaz de iludir qualquer vigilância mais severa. Uma vez em Inglaterra, seria restituído ao poema o seu aspecto original.

Tudo isto é claro como água.

O que já não foi tão fácil foi fazer sair uma tradução do poema «Liberdade» para o exterior duma prisão política de alta segurança como era a Cadeia do Forte de Peniche. O mesmo se pode dizer em relação às centenas de mensagens que saíram e entraram em todas as prisões políticas do fascismo. Isso sim, foram actos de heroísmo praticados, durante os 48 longos anos de ditadura pelos presos políticos portugueses, os quais, até à data, ainda não foram publicamente homenageados pelos representantes da nossa Democracia, para a conquista da qual eles tão duramente contribuíram.

15-9-2006

Carlos Domingos