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O BLOGUE UNIVERSAL E INTERNACIONALISTA
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Castro Alves
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Perguntas Com Resposta à Espera
Quem Acode à Tragédia de Portugal Vendido ao Poder dos Financeiros?! Quem Senão TU, POVO DE PORTUGAL?! Do Mundo inteiro a irmã de Portugal a filha. Marília Gonçalves a todos os falsos saudosistas lamurientos, que dizem (porque nem sabem do que falam) apreciar salazar como grande vulto,quero apenas a esses,dizer-lhes que não prestam! porque erguem seus sonhos sobre alicerces de sofrimento, do Povo a que pertencem e que tanto sofreu às mãos desse ditador!sobre o sofrimento duma geração de jovens ( a que vocês graças ao 25 de Abril escaparam)enviada para a guerra, tropeçar no horror e esbarrar na morte, sua e de outros a cada passo! sobre o sofrimento enfim de Portugal, que é vossa história, espoliado de bens e de gentes, tendo de fugir para terras de outros para poder sobreviver, enquanto Portugal ao abandono,via secar-se-lhe o pobre chão, sem braços que o dignificassem! Tudo isso foi salazar, servido por seus esbirros e por uma corte de bufos e de vendidos, que não olhavam a meios,para atingir seus malévolos fins!Construam se dentro de vós há sangue de gente, vossos sonhos, com base na realidade e não apoiando-os sobre mitos apodrecidos, no sangue de inocentes!!! Marília Gonçalves (pois é! feras não têm maiúscula!!!)
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
ali, na Palestina,

RECITAL
de amor e de ternura
dedicado àqueles homens
que nas estrelas contemplam
o reflexo da eternidade.
Porém, de repente, enrola-se-me a voz,
recusa-se-me o gesto,
e desvanece-se a mímica
com um furor a navegar-me as veias.
É que, dentro de mim,
há mãos e dedos a apontar
ali, na Palestina,
alcateias de tanques
semeando crianças mortas
pelas ruas de Gaza.
Como posso eu dizer este poema
tão tranquilo
se dentro de mim, no fundo dos meus olhos,
me atormenta aquela criança fria
com um grito de sangue a escorrer da boca?
Aquela criança
e outra e outra e outra
são esperanças em botão esfaceladas
com estilhaços de bombas
cravados no cérebro.
Aquela criança
ali,
de olhar de vidro frio e penetrante,
não consente que eu diga,
aqui,
este poema tranquilo.
E ainda o grito daquela mãe
enche-me os ouvidos
para que a minha boca também grite.
E é já o grito de todas as mães
a estremecer a terra,
a abanar, a abanar,
para que o ódio se desprenda e afunde.
Como é que eu poderei dizer, aqui, este poema,
se um gargalhar de assassinos,
rugindo como gorilas dementes,
ameaça fechar o Sol
aos olhos inocentes deste povo?
Como pintar de amor a raiva que eu próprio sou?
Como adoçar a voz e não gritar,
não ferver, não saltar, não correr,
não transformar os versos em granadas,
fuzis, espadas, mísseis, fortalezas,
para impedir que voltem a matar
esta criança que me está nos olhos
vincando o meu remorso de ser gente?
É certo que eu subi a este palanque
para dizer um poema tranquilo.
Mas, afinal,
vão desculpar-me
(Janeiro de 2009)
Carlos Domingos