Voltaire

Por um antifascista morto
quatro se levantarão
navio que ao chegar ao porto
deixa entrar luz no porão.
Assim surgirão mais vozes
no verbo multiplicar
denúncia contra os algozes
contra a febre de matar.
Na voz do antifascista
há gritos de Liberdade
pra que cada um resista
e seja fraternidade.
Que no amor mais profundo
os povos sejam irmãos
para que haja paz no mundo
para nos darmos as mãos.
Que nos importa que o sol
que nos dá tanta alegria
seja diferente arrebol
em cada pele que nascia...
Cada terra, continente
tem sua própria cultura
cada um de nos tão diferente
mas no espírito abertura.
Sermos quem somos, tal qual
mas ver no que os outros são
um direito natural
em usos religião.
Mas sempre o mesmo respeito
deve unir um povo a outro
desdenhando o preconceito
inventando mundo novo.
Não ter medo de falar
de trocar opiniões
cada um de nos a escutar
as mais diversas razões.
A querer compreender
sem nunca impor, partilhar
para poder ver vencer
o novo dia a raiar.
Por isso não há quem vença
o que morrer convencido
por cada morto apareça
um povo de olhar erguido.
Não passará o fascismo
onde couber a razão
abramos ao altruísmo
as portas do coração.
A batalha será ganha
a Paz será a vitória
essa cruz, nojenta aranha
não mais entrará na história.
Marília Gonçalves