Bato à porta do poema
com meus olhos de oceano
a alma a vogar na pena
a desvendar cada ano.
Um verso em sombra a trepar
para eco pressentido
nem ouvia cintilar
a distância do gemido.
Um leve pressentimento
no alvor distanciado
vinha por em movimento
cada som inacabado.
A procura da palavra
a encontrar-se na falta
do mal que dentro nos lavra
na fome que nos assalta.
Palavras seguem ideias
a cambalear no escuro
a esboroar tal areias
na portada do futuro.
Prossegue no seu intento
afinco de vir a ser
na palavra em movimento
a vontade de saber.
Marilia Gonçalves
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