Minha arma de defesa
Foi somente aquele laço
Abraço dado à ternura
Um abraço
tão tão forte
Mil vezes pior que a morte.
Arredia se tornou
A má sombra que pairava
O tempo ao longe a levou
Do poeta que sonhava
Esse tempo que o pensou.
Poeta que naufragava
Na estrela que lhe ficou.
Era uma estrela de acaso
Que de dorida parou
Sobre o chão tornado raso
Adubado a decepção
Era ma estrela de acaso
Estrela esvaída no chão.
Mas se era estrela de acaso
Era ainda opinião.
Mas nessa abraço à ternura
Nesse abraço dado ao chão
Onde amarga desventura
Lhe mordia o coração
O poeta na noite escura
Ergueu-se a gritar que não.
Foi um abraço
à ternura
Foi de olhar a sua mão
Tão distante da lonjura
To perto do coração
Que renegou a loucura
Que doía na razão.
Era apenas um poeta
Que soube medir o não
Com pontaria secreta
Que mede a força do pão
Não era mais que um poeta
De sentimento em fusão.
Trazia de outros caminhos
Ofensas insulto, espinhos
Sobre o olhar do poema
Mas lançou em chãos maninhos
O quebrar de cada algema.
Foi um abraço
, um abraço
Abraço dado por dentro
Que estoirava cada laço
De parado movimento
Esse abraço que ternura
Desenhou em flor a mão
Do poeta que à loucura
Respondeu co’o coração.
Sem comentários:
Enviar um comentário