À Nádia
Nasceste aqui longe em França
Morena de Portugal
Mas teu olhar de criança
Poisou na cinza do dia
No verde que não tem fim,
Paisagem, que até parecia
Não teres vindo donde eu vim.
Mas amor não tem distância
A terra que nos deu voz
Foi a que fez nossa infância
E modelou-nos em nòs.
Foi na Língua de Camões
Que te cresceu o pensar
Essa Língua em que canções
Sabem a luz e a mar.
Onde ondulam as searas
Ou se canta o milho verde
Onde as belezas mais raras
Nos acentuam a sede.
Onde o povo que trabalha
Ri e chora, cai, levanta,
O país que canta, ralha
Mas que é nosso e nos encanta.
O país que é nosso pai
E nos fala de saudade
Ou do irmão que nos vai
Dar a mão da igualdade.
Terra-mãe que em si concentre
O amor puro, imortal!
Tu nasceste no meu ventre
E no meu corpo, é Portugal.
Sem comentários:
Enviar um comentário