Salto fronteiras de medo
vou à procura de mim.
Amanhece é ainda cedo
e por entre o arvoredo
há uma historia sem fim.
As mais altas serranias
ou ao mar ao mais profundo
dei a força dos meus dias
mas nunca nunca vencias
o que em mim trago do mundo.
Percorri grandes cidades
mesmo a mais pequena aldeia
no lodo colhi saudades
encontrei meias verdades
num charco da lua-cheia.
Mas esta poldra bravia
que eu sou quando quero ser
à leve aragem tremia
e quando findava o dia
escondia-se para não ser.
Entre ramagens perdida
eu era também paisagem
na procura repetida
de quem tem fome da vida
a ver findar a viagem.
Marilia Gonçalves
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