Venho ler-te poemas ao ouvido
para embalar teu sono por chegar.
Vêm musas trazer-me som sentido
baladas que estão por inventar.
De Hipocrene a água transparente
vem aumentar a sede insatisfeita
eu vou dizendo versos brandamente
para acalmar a dor que em ti me espreita.
Seguro-te a cabeça devagar
deponho terno beijo em tua fronte
versos continuam a brotar
indo estender-se até ao horizonte.
Vens poisar a testa no meu seio
como suave beijo adormecido.
Eu a ver o teu olhar tão cheio
d’imagens que deponho em teu ouvido.
Enfim adormeceste meu amor
há palavras que voam sem poisar.
Dos teus olhos a sombria flor
procura os meus làbios devagar.
Marilia Gonçalves
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