Lisboa, Camões
versos a nascer
desfilam estações
no tempo a correr
pró velho poeta
que domou a fome
e nela quedou...
cidade no nome
de quem tanto amou.
Cidade de versos
nessa poesia
que filha do sol
canta nostalgia
que mais se diria
seres tu, rouxinol..
Andam pelas ruas
ainda perfumes
do Mal-Cozinhado
Que estranho destino
Camões, sobre o Hino
ao tempo passado.
Lusíadas chama
ao canto que ao povo
oferece em memória
cada Canto novo
grandeza derrama
sobre treda história.
Em verso levanta
À Pátria que esquece
Seu alto valor
Do saber encanta
numa só garganta
tamanho esplendor.
Camões teu poema
Ainda faz escola
Tremendo dilema
Sobre a dura algema
Do troveiro à esmola.
Teu cantar de gesta
Eleva ao azul
Ainda a beleza
Que é pão sobre a mesa
Dum país ao sul.
Foi amargo o fado
Amarga a vingança
Dalgum deus irado
Que lança seu brado
Na Pátria criança.
O teu Luso amor
Esse dom maior
Da tua consciência
Germinou em dor
Espalhou-se em redor
Co’a mesma inclemência.
O choro dorido
Amargo sentido
Do rei dos poetas
Virou-se renhido
Contra o país querido
Em pragas secretas.
Talvez tua fome
Ainda a pairar
Se enleie do nome
Pra que ninguém tome
O teu soluçar.
O país inteiro
Sofreu o castigo
De tua desdita
Nem foi só ao Rei
que Camões olhou
por fora da lei.
Sem comentários:
Enviar um comentário