Limos nascem-me nos olhos
algas crescem-me na mão
meu corpo em forma d’escolhos
em ondas de coração.
Num abismo de água escura
entrei e não percebi
nele deixei a ternura
como sol que não mais vi.
Investi a própria treva
perdi o meu olhar puro
só sombra, sombra me leva
roubando o dia futuro.
Quis afastar-me ir embora
ainda a querer prender a vida
mas só a dor se demora
alheia à força perdida.
Porquê? Qual foi a razão
que levou o que não tinha?
Estrangulaste em tua mão
o meu voo de andorinha.
Sem comentários:
Enviar um comentário