Tentei o voo. As asas que me acompanham adejam sobre meu sonho inquieto e buliçoso. Mais tarde o despedaçar da consciência encontra-me na ascensão rítmica das palavras. Água sobre caminho árido, esquecido. A mão persiste no gesto de desvendar o oculto. Floresce em palavras. Em tentativa imaterial estendo-me nos dias a atravessar a história. Mais longe o ar em movimento. O desbravar impreciso da ideia. Palavra após palavra, som após som levanto torre a furar o vindouro.
Desconhecido sol vaza os olhos em diâmetro articulado, descai das alturas, morde o deserto de pó. asas ignoraram sua interpretação, permaneceram no solo entre pensamentos por colher.
Encontro breve entre o instante e a poesia. Apaga-se paisagem em gesto descontínuo. Permanece em golpe no caminho, enquanto as asas na derradeira inspiração do voo
se incendeiam no ar.
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