Ao Pedro, meu filho
A guitarra alongava-lhe as mãos em gesto musical.
Adivinhavam-se pautas no olhar onde empalideciam
tons de Outono. Súbito vivificavam-se notas, a colorir
o ar no perfume de vida.
No vibrar das cordas e acordes percebia-se para além
da técnica do executante, o enlevo de alma, a sensibilidade desenvolvida ano após ano, decerto desde o berço.
Adivinhava-se figura de jovem mulher diante do filho
recém-nascido. Vestido de branco, sorria rosado ao desvelo da mãe.
Interior de noites translúcidas e serenas dos meses primeiros da vida.
Aonde a guitarra?
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