Afastou-se a margem da memória
o pó cobriu a estrada
no esconderijo da história
há dias feitos de nada.
Foi-se construindo o tempo
passou não torna a ser
num torvelinho de vento
folha fui, voei sem querer.
Levou-me sopro potente
quase uma força animal
até ao sonho dormente
que não era natural.
Há nós olhos que nós fitam
espuma d’ódio de rancor
que as palavras acreditam
ser pranto, lágrimas, dor.
Atropelaste a paisagem
do pouco que me foi dado
minh’alma parte em viagem
não torna ao dia passado.
Feriste! Voluntariamente.
Sofro a inventar perdão.
Sabes nem sempre a semente
cresce em sua própria mão.
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