À voz da tua voz desconhecida
perdi-me pela cidade
cada rua uma avenida
cada subida vontade.
Ouvi o som que marinho
alongava meu olhar
ouvi-o ainda baixinho
nós meus olhos aumentar.
A cidade à luz erguida
movia-se crepitava
eu, prosseguia perdida
na tua voz viajava.
Vi praças e avenidas
largos jardins e pracetas
mantinham-se em luz escondida
minhas velhas tranças pretas.
Menina mulher ternura,
corro a cidade por ti
distância sonho lonjura
nem em pranto desisti.
Procurei a manhã clara
âmago da solidão
na ar acenava rara
a forma da tua mão.
Olhei à beira da estrada
mas só vi esperança passar
meu amor fiquei parada
a procurar teu olhar.
Cor da minha trança antiga
os teus olhos que persigo
desde o tempo de criança
pra só morrerem comigo.
Marilia Gonçalves
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