SILÊNCIOS
Só as árvores
entendem os silêncios,
mesmo dobradas
renascem,
quando os meus olhos ficam verdes.
Só as pedras
conhecem os meus passos,
sentem o peso da saudade
nos caminhos que me abrem
e no meio da poeira seca
respiram,
quando o meu corpo é só cansaço.
Só as folhas que caem
e voam livres nos ares,
amarelecidas pelo tempo
entendem a melancolia,
lágrimas,
quando de mim nascem poemas.
Só os poemas
me beijam a palidez da pele,
escrevem palavras douradas
que me incendeiam e fazem
brotar flores no azul das veias,
voos,
quando os braços ganham asas.
Só o silêncio,
os passos, os beijos,
as flores, a pele e a poesia
me calam a solidão que mora
escondida no meu peito,
quando a boca morde o desejo.
Teresa Veludo
Livro Rasura do Silêncio
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