Bebo a luz, a luz inteira
é imensa a triste sede
que me fez desta maneira
ser relógio de parede
sem o ritmo o compasso
os dias passam iguais
corpo invisível no espaço
sorvendo espaços iguais
mas nunca a sede se acalma
e vou escrevendo poemas
a procurar a vontade
parindo manhãs serenas
e quando uma estrela faz
seu adeus universal
em vez de beber- lhe a paz
bebo a sua luz final.
Marília Gonçalves
étoiles doubles chaudes,
FINAL
Sem comentários:
Enviar um comentário