Ali na funda noite
Ouve-se um grito
É teu? É meu?
Não sei de quem será
Alarga no seu estrondo
É infinito
Pode ser o silêncio
O nunca dito
O que nunca alguém dirá.
Vertente de mundos submersos
De densos nevoeiros que dispersos
Ainda ninguém ilhou
E se perdem em nós
Que não nascemos
E nos procuram
Onde nunca os vemos
Perfurando o abismo
O insondável
e estão naquele olhar de que perdemos
o eco vago do que conhecemos
Em bússola que gira e se dispersa
Desmagnetizada agulha
Que perversa
Nos perfura as réstias
do aflito olhar.
Marília Gonçalves
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