Cântico de Amor
Cantam madrugadas
levanta-se o medo
a desenhar estradas
entre o arvoredo.
Há braços de sombra
e vãs feiticeiras
ao dobrar a curva
das alfarrobeiras.
Perene paisagem
de séculos avós
a fazer viagem
por dentro de nós.
Ouvimos o mocho
a distante coruja
enquanto no bojo
da serra andaluza
há mouros de encanto
de manto vestidos
a semear pranto
nos cinco sentidos.
Mouras ao luar
fiapos de céu
esperam o olhar
que o delas perdeu.
Negra borboleta
na nocturna asa
escreve no poeta
mil versos em casa.
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