Somos nós as humanas cigarras
Nós desde o tempo se Esopo conhecidos.
Miguel Torga
Ode aos Poetas
Às Cigarras
O poeta é um ser humano
a quem a vida magoa
dia a dia, ano a ano
o verso que nele soa
é um apito estridente
a dizer não posso mais
sou igual a toda a gente
sinto desejos reais.
A fome que me apoquenta
é de água que me negaram
ou a minha voz que tenta
ser os dias que a deixaram…
os dias que se prometem
sempre, sempre repetidos
na recusa que conseguem
ver sonhos, sonhos caídos.
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