Palor
Levanto a minha voz à madrugada
Quando o
tinteiro ainda não verteu
Todo esse
azul que cobre a terra inteira
Num voo
planado e colorido
o cúmulo da paisagem se desfaz
com o
surgir intrépido da cor
o devaneio poisa
irreverente
na folha em
branco onde a estrada passa
e vêm os
reversos do poema
com a
penugem rósea da aurora
escrever
cada poema que se atarda
contemplativo
ao portal da hora.
E tudo
acontece num segundo
Explode a
luz, vibra a cor, grita a manhã
As dálias e
os goivos afetados
Mal
despertos ainda
Confessam
contrariados
Que afinal
a manhã é pura e linda.
Marília Gonçalves
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