Mais vale tarde que nunca, só que Portugal anda a sofrer de rouquidão crónica, o que explica o meio século onde se calhar só os mais afortunados em saúde escaparam à moléstia, que molestados andavam quase todos, desta ou daquela maneira, desse modo ficamos a gramar a pastilha, que sempre havia de ser elástica, para durar tanto, como
no tempo do tal Filipe e dos outros vindos da mesma banda, o que prova que paciência portuguesa, dura à volta de meio século, mas sempre era bom não ensinar o truque aos vindouros, que é para não chegarem como o carro dos japoneses, como se dizia em tempos na televisão, agora já não fala disso, só se ouve a história do outro, na américa, que até parece que nunca ninguém tal fez, ora eu acho que era o momento de cada um por a barba de molho, pois se aplicam castigo a um, tirando-lhe o posto, os que só têm outra coisa para tirar, sempre me está a parecer que arriscam mais, tudo depende do valor atribuído, como se de hipoteca se tratasse, que aí sim, sabe a gente, que onde cheira a cacau, a conversa é outra, senão veja-se o estado a que chegou a nossa riquíssima civilização, onde se olha primeiro para a conta bancária do indivíduo, passando a meter o nariz no que sempre andou tão escondido, que é para ser como o rabo do dito, só que nesta história, não se sabe bem quem é o caçado nem o caçador, o que talvez faça pensar duas vezes pelo menos, pois é possível que o primeiro se transforme no segundo e vice-versa ou verso, que se de poesia se tratasse, as coisas sempre haviam de ser possíveis, habituada que está, a deitar abaixo o que a impede de avançar, quando o poeta lhe segue o passo até à luz que nela procura, se procurar fosse bastante, porque afinal se calhar o indispensável seria sermos mais activos na nossa espera, que lá dizem os franceses, ajuda-te e o céu te ajudará, mas isto de costumes brandos nunca leva a parte nenhuma, principalmente quando nos impede de falar, que sempre faz bem o desabafo e se calha a encontrar eco, então aí nem se fala, que pode germinar em solução, sabe-se lá...
Marilia Gonçalves
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