M.G.
Luminosamente quando
a tua voz me invadir
como estrela que gritando
foi a luz que fez surgir
quando ao som da tua voz
o meu corpo for só teu
há-de surgir entre nós
cada som que emudeceu.
Quando às tuas mãos abertas
o meu corpo responder
quando forem quase certas
as horas de amanhecer.
Quando meus lábios enfim
poisarem vivos nos teus
nascerá, entoa em mim
talvez a crença num deus.
Quando meu corpo abraçado
ao gesto másculo teu
o meu olhar inundado
do espasmo pra que viveu
quando me encontrar perdida
no escuro da tua pele
hei-de render-me vencida
a ti, meu amor, aquele
que atravessou os caminhos
desde há milénios traçados
doce gorjeio de ninhos
verdes abundantes prados...
pra nossos corpos sozinhos
não serem ultrapassados.
História a escrever caminho
dois amantes enlaçados.
Marília Gonçalves
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