a Aveiras de Cima
Num caminho de poeira
branco de sol e cavado
chuva de estação inteira
que outra estação semeava
a areia que se fora
longos sulcos prolongava.
Caminho da minha infância
passou e torna a passar
lavrando a mesma distância
que caminho veio sulcar.
Meu pinhal dali partia
cheio de verde e de sol
eu, na areia estendia
voz de povo rouxinol.
Não rouxinol de garganta
mas que gravou no caminho
o pó dos versos que canta
mesmo se chora baixinho.
Marilia Gonçalves
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