PAI
Devolvi à estrada
ao pó dos caminhos
da cinza do nada
voam passarinhos.
à serra voltaste
com a voz da rua
que em alma lavraste.
Dei-te ao que era teu
devolvi-te à vida
a terra acolheu
a forma esquecida.
surgiste de novo
nas casas velhinhas
a rir para o povo
aos figos às vinhas.
Escuta-se teu riso
abrindo montanhas
como paraíso
de tuas entranhas.
Voltaste a ser tu
no teu eu menino
há um país nu
de esteva, de espinho.
Voltaste ao país
teu eterno amante
tornaste à raiz
da história distante.
Marilia Gonçalves
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