Poema
Cavalo do tempo
A trotar ponteiros
Quem sabe o momento
Dos tempos primeiros.
Quem trepa no dia
A sombra que foi
Na luz fugidia
Do tempo que dói.
Quem rasga o segredo
Da velha morada
Que abriga do medo
Que abriga do nada
Quem sabe o murmúrio
Que o tempo nos traz
Do fundo do era
De guerra ou de paz
Quem sabe o segredo
Na voz que se oculta
Entre o arvoredo
Da mente longínqua
A soletrar medo
Na névoa fecunda
Em densos mistérios
sobre a terra funda.
Cavalo do tempo
Picado nas horas
O teu movimento
A servir de esporas.
Cavalo, cavalo
Que não tem partida
Pró tempo a negá-lo
Na hora vencida
Cavalo, cavalo
À porta da vida..
Marília Gonçalves
Poema
Cavalos Lusitanos nosso Brio
Sem comentários:
Enviar um comentário