Meu sonho antiga balada
perdida composição
ficou-me no pó da estrada
esquecida em meu coração.
Nem a luz da alvorada
veio depô-la em minha mão.
Tinha timbre de oceano
na cor azul do trigal
em vagas de desengano
espraiando no areal
minha vida ano após ano
areia, pó, afinal.
Em som grave a procurei
uma citara a tangia
porque caminhos andei
que nem ao longe a ouvia?
Na voz que tinha chorei
mas nada ma devolvia.
Oh minha balada antiga
meu terno sonho de infante.
Não há palavra que diga
a voz pura que te cante.
Oh velha balada antiga
lembrando o dia distante.
Nunca tornarás a ser!
Como eu de mim me perdi...
mais ninguém sabe tanger
o que só eu aprendi.
Tanto a vida faz doer
que nem tão pouco a vivi.
Marília Gonçalves
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