Olhos de trigo a voar
sobre a miséria e a fome
sem saberem germinar
entre as mãos de quem não come
espanto de sonhar o pão
ou ser leite maternal
transformar-se em coração
num mundo sem ideal!
sonho de trigo, campina
futura seara ao vento
pr'a levantar mais acima
o amor e o pensamento.
Marília
Vem da memória do tempo
o gesto do meu dizer
e cai ao bafo do vento
a certeza do meu ser
vem da distância perdida
o olhar que espanto tem
dentro em mim trago perdida
história que da história vem.
Marília
Nas mãos que trabalham
há mil gestos que se repetem
e continuamente
vão transformar o mundo
na forma desconhecida
experimental
Marília
Menino da Beira Mar
Menino da beira-mar
de búzio na mão estendida
que mundos no teu olhar
que luz, que sombra, que vida.
Chegas o búzio ao ouvido
atento escutas o mar
menino de olhar perdido
estás vivo, sabes sonhar.
Caminhando pela praia
ágil em total nudez
levas a cabeça cheia
de contos. Era uma vez...
Menino da beira-mar
partilha o búzio comigo
vamos lutar contra a mágoas
meu menino, meu amigo.
Marília
Numa lágrima aprofundo
os teus olhos e o mundo
há na lágrima infantil
uma sonda universal:
ver chuva no céu de anil
não é decerto normal
quando a lágrima reflete
mais do que o passo aprendido
e que a criança repete
mesmo que tenha caído
Quando há o mar infinito
que atravessou tantos sóis
que os olhos dum pequenito
trinam mortos rouxinois
Ah! Então ó maravilha
deste vil deslumbramento
na lágrima minha filha
desagua o pensamento
Marília
Grita
a escuridão
que trazes dentro de ti
grita
os cálidos dias que não voltam
os pássaros emudecidos que não cantam
as fontes entorpecidas que não correm
as manhãs adormecidas que não nascem
as noites que habitam o teu espanto
os silêncios que te calam a dor
Grita! Grita! Grita:
por esse so que em ti se está a pôr....
Grita o grito mudo dos dias que não correm
e escuta o eco do silêncio:
os pardais cantam indiferentes
ao teu sofrimento sem luar...
as fontes gorjeiam sóis a saltitar
as noites tropeçam nas estrelas
o eco não captou a tua dor!?
Na estagnação do insuportável
tudo continua à tua volta
Marília
Provemos aos mortos que não os traímos
devolvendo aos vivos a terra dos vivos.
Sidónio Muralha
O assobio do comboio
o assobio da menina
o assobio da cafeteira
o assobio do ardina
o assobio do vendaval
o assobio da serpente
o assobio de quem passa
na angustia que há na gente.
Marília
A porta bateu? Ou bateram à porta? Quando a porta bate é porque há corrente de ar. E quando batem à porta qual é a ideia corrente? São ladrões. Não de portas. E nem os ladrões batem à porta nem as portas batem nos ladrões. E a porta tem corrente. Mas não corre, porque se corresse a porta não era porta, era corredor. E o corredor nunca fica à porta. Entra sempre.
Ou sai. Mas quando sai, sai a correr. Quando entra, não. Entra só corredor e nós às vezes é que corremos para entrar. E Saímos pela porta que bate antes antes dela bater porque senão pode bater-nos a nós. E ficávamos sem a voz com o susto. Porque se ficássemos com o susto e com a voz não se diria de nós que foi a porta que nos bateu por causa da corrente de ar. Podia dizer-se que o ar nos deu e fomos bater à porta.;
A porta bateu? Ou bateram à porta? A culpa foi do ar que não faltou. Se o ar faltasse não havia corrente e o corredor não saia a correr nem entrava a porta porque lhe faltava o ar.
Assim a culpa é do ar se a porta não bateu nos ladrões que não bateram à porta. Entao porque diabo é que a porta bateu?
Marília
A cal esqueceu o azul
e a folha emurcheceu
o norte abraçou o sul
choveu.
Irisou-se a pedra informe
ou dividiu-se ou cresceu
a transformar esta fome
no ser dúbio que sou eu.
Marília
A dor não é colorida
não tem peso não tem voz
por isso não há medida
pró que trazemos em nós
Marília
o lume é que dá à treva
pétalas a florescer
lágrimas azuis que tecem
os meus braços de mulher
Marília
vindo do tempo
dos templos
do alabastro
amadis
alagou
de branco véu
o álamo
onde a alba
aleava
encantos
tantos
que o enluarado
damo
de dardo
sanguinolento
na anémona sombria
entoa sons de alude
num sobressalto de adaga.
Ó amadis
quem te diz
que é raiz
o dardo teu?
semente ou lume
ou navio
alado será o rio
do teu desejo amadis
será o dardo o alento
no teu dúbio movimento
mas não fará o que diz

MENINA
O BLOGUE UNIVERSAL E INTERNACIONALISTA
A praça é do povo. Como o céu é do condor. É o antro onde a liberdade. Cria águias em seu calor! ...
A palavra! Vós roubais-la
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Que não rompa do vulcão.
Castro Alves
Jornal de Poesia
Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes? / Em que mundo, em que estrelas tu te escondes / Embuçado nos céus? /Há dois mil anos te mandei meu grito / Que, embalde, desde então corre o infinito... / Onde estás, Senhor Deus?
Castro Alves
MINHA LEI E MINHA REGRA HUMANA: AS PRIORIDADES.
Marília Gonçalves
Grandes almas sempre encontraram forte oposição de mentes medíocres.
Albert Einstein
Albert Einstein
Perguntas Com Resposta à Espera
Portugal ChamaS e Não Ouvem a Urgência de Teu Grito? Portugal em que http://www.blogger.com/img/gl.bold.gifinevitavelmente se incluem os que votando certo, viram resvalar de suas mãos a luz em que acreditavam; A LUTA CONTINUA )
Quem Acode à Tragédia de Portugal Vendido ao Poder dos Financeiros?! Quem Senão TU, POVO DE PORTUGAL?! Do Mundo inteiro a irmã de Portugal a filha. Marília Gonçalves a todos os falsos saudosistas lamurientos, que dizem (porque nem sabem do que falam) apreciar salazar como grande vulto,quero apenas a esses,dizer-lhes que não prestam! porque erguem seus sonhos sobre alicerces de sofrimento, do Povo a que pertencem e que tanto sofreu às mãos desse ditador!sobre o sofrimento duma geração de jovens ( a que vocês graças ao 25 de Abril escaparam)enviada para a guerra, tropeçar no horror e esbarrar na morte, sua e de outros a cada passo! sobre o sofrimento enfim de Portugal, que é vossa história, espoliado de bens e de gentes, tendo de fugir para terras de outros para poder sobreviver, enquanto Portugal ao abandono,via secar-se-lhe o pobre chão, sem braços que o dignificassem! Tudo isso foi salazar, servido por seus esbirros e por uma corte de bufos e de vendidos, que não olhavam a meios,para atingir seus malévolos fins!Construam se dentro de vós há sangue de gente, vossos sonhos, com base na realidade e não apoiando-os sobre mitos apodrecidos, no sangue de inocentes!!! Marília Gonçalves (pois é! feras não têm maiúscula!!!)
Quem Acode à Tragédia de Portugal Vendido ao Poder dos Financeiros?! Quem Senão TU, POVO DE PORTUGAL?! Do Mundo inteiro a irmã de Portugal a filha. Marília Gonçalves a todos os falsos saudosistas lamurientos, que dizem (porque nem sabem do que falam) apreciar salazar como grande vulto,quero apenas a esses,dizer-lhes que não prestam! porque erguem seus sonhos sobre alicerces de sofrimento, do Povo a que pertencem e que tanto sofreu às mãos desse ditador!sobre o sofrimento duma geração de jovens ( a que vocês graças ao 25 de Abril escaparam)enviada para a guerra, tropeçar no horror e esbarrar na morte, sua e de outros a cada passo! sobre o sofrimento enfim de Portugal, que é vossa história, espoliado de bens e de gentes, tendo de fugir para terras de outros para poder sobreviver, enquanto Portugal ao abandono,via secar-se-lhe o pobre chão, sem braços que o dignificassem! Tudo isso foi salazar, servido por seus esbirros e por uma corte de bufos e de vendidos, que não olhavam a meios,para atingir seus malévolos fins!Construam se dentro de vós há sangue de gente, vossos sonhos, com base na realidade e não apoiando-os sobre mitos apodrecidos, no sangue de inocentes!!! Marília Gonçalves (pois é! feras não têm maiúscula!!!)
terça-feira, 17 de setembro de 2024
poemas à solta
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