Minha alma de poeta
vive versos
vibra neles como harpa ou violino
ou talvez uma guitarra
trepida como quem canta
inventa recordação
cor de grilo e de cigattta
constrói palavras de fogo
voando a cantar da mão
na minha alma de poeta
de tanta fala secreta
de abismos ternos no olhar
há sempre uma porta aberta
por onde a luz vem espreitar
mesmo quando a escuridão
invade cada recanto
no frio da minha estação
esse inverno do meu espanto,
vai entre folhas caídas
nascendo sempre mais sol
e sobre vidas perdidas
meu choro de rouxinol
faz crescer trigais antigos
portos que dão para o mundo
onde há abertos postigos.
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Marília Gonçalves
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