Vou pela janela do tempo
procurar o vento norte
saber em que estranha plaga
me deixou o vago olhar
se o meu dia era uma ave
que me deixou suas penas
desfeitas em açucenas
a arderem sobre o mar.
Sou intempérie da vida
ou lamento a inventar
ou menina acontecida
com o bibe a esvoaçar
sou além to tredo dia
a alegre cotovia
que inunda o campo de voz
ou sou febre em poesia
a gritar dentro de nós.
Marília Gonçalves
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