Quietude de sons. Longínquo tic-tac murmura tempo, a sua duração.
Tempo medida na continuidade das estações.
Dissiparam-se apenas há instantes sombras nocturnas e voaram.
Na clareira onde mora o dia movem-se seres alados.
Desvanece-se a gruta para onde sol poente se retira.
A claridade é a memória da luz distanciada.
A memória germina toma forma de horas de silêncio. Floresce.
Alvorece a facetada luz do novo dia. Cânticos tingem
o ar. Tons azuis elevam a luz à água transparente.
Diamantário estranho, esse, que talha as faces da manhã.
O belo a elevar-se na voz de pássaros.
Árvores sacodem a fronte no pensamento das folhas.
O vento é brando, leve. ondulação na
seara do dia. Colheita será pão na mo do racional.
As velas do moinho estão abertas em olhos de poeta.
Giram na compreensão do lume da ideia.
hora matinal a desconhecer a outra. a que destrói.
talvez a dor que me dói
não seja a mesma que foi
seja asa, não prisão
seja voo seja mão
seja canto, liberdade
seja amor, seja pão
e seja fraternidade.
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