Era uma vez história que estava por nascer. Naquela tarde quando horas de calor
se distanciavam veio espreitar pelo aparo da caneta que a encerrava.
Gostou do que viu. O quarto em tons creme, amarelo claro, mel envolto
em ténue véu de luz entardecida.
Tinha chegado o momento de nascer. Juntou as forças num grito de tinta
esperou a mão que viria concretizá-la.
A ideia de que pouco lhe faltava para sua aventura vital, excitava-a.
Alegria nova circulava-lhe no interior.
Nisto a porta do quarto bateu. Aproveitou para espreitar de novo e melhor.
duas pessoas tinham entrado.
Qual delas será a que vai ficar ligada a mim, num laço do meu sangue, soltando-me?
Mas ela não percebera que nascera no momento em que tinha apercebido o exterior.
Quando se sentisse viria a compreender que ao exteriorizar seu interior a história começava.
a minha caneta (prenda do Castro)
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