Meu navio que sobre estanho
corta a manhã por nascer
quando o mar tem o tamanho
de sonhos que estão por ser.
Meu navio de estranha forma
todo em trapo colorido
teu leme gira sem norma
buscando e rumo e sentido.
Da ré à proa vai cheio
de hera ,vinho, bacantes,
por ter vindo donde veio
entre mito, navegantes.
Líquido rubi derrama
nas águas a sua cor.
No mar acende-se a chama
diluída no sol-por.
prossegue ao vento a viagem...
O navio segue veloz
a procurar a coragem
talvez de voltar a nós.
Vai largando em cada cais
Sinbades da nova história
marinheiros minerais
só esculpidos em memória
De pé, olho cada onda,
no meu peito em sobressalto
forma-se grande, redonda,
que sinto em mim o mar-alto...
todo em símbolos, magia
invade-me o pensamento.
Navio da noite do dia
a viajar-me por dentro.
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