Fico à espera
noite imensa
horas a não querer passar
no ar a mesma promessa
sonho ou nuvem a pairar.
Tal nuvem
quando vento a persegue
ilimitado
assim a promessa vai
mais alem
a todo o lado.
Viajante eu vou atrás
de alado sonho que exalta
a sombra que precipita
o instante que me falta.
Agora não espero mais
ó sonho sigo contigo
vou atrás das irreais
promessas do meu amigo.
Mas sonho que foi sonhado
perdeu o porto de abrigo.
Dá-lhe forte a tempestade
entre dedos de granito
desfaz-se até à saudade
nas profunduras do grito.
A minha viagem chove
entre meus olhos d’espanto
atravesso o dia de hoje
a entoar o meu canto.
Minha voz ainda a conhece
vem de longe tão velhinha
às vezes nela adormece
com meus lábios de menina.
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