Emudeciam palavras
Abstractas vozes
Nasciam no cerne do poema
O bardo despia o lume do fonema
A voz tornada silêncio
Esculpia horas
No azul esvoaçante da noite.
Pão inventado
No tremor da hora
A circular constante
A música do tempo
Que a seiva transportava
Iluminava o dorso
Das palavras
Flautas aéreas
Entre mãos de vento
Tinham aquáticos sorrisos
Indefinida forma
Matiz do dia
Hirsuto som
Tormenta
Dilacerava a pele
Marília Gonçalves
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