As margens do meu Rio
As margens do meu Rio
têm a amplitude dos abraços,
por vezes nascem trevos de quatro folhas
por vezes urtigas selvagens
nos intervalos dos lírios de água,
paixões que deixaram mágoa.
As margens do meu Rio
tem mãos que afagam naúfragos,
virtuosismo de cânticos ciganos,
danças de estrelas nocturnas,
beijos escondidos de namorados,
lágrimas que desabrocham em flor.
As margens do meu Rio
conhecem todos os segredos,
descobrem mistério antigos,
as curvas erráticas do meu corpo,
os mil queixumes solitários,
as angústias da Lua Cheia.
As margens do meu Rio
são príncipes encantados,
dragões com olhos de fogo,
barcos de utopia ancorados,
poemas escritos, poemas rasgados.
As margens do meu Rio
por vezes ficam tão estreitas
que já não sei se as perdi
ou se no meio do sonho as galguei.
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