Menina da trança d’oiro
em bibe de gola branca
de folhos a esvoaçar
sentada numa cadeira
sem sangue nem viração.
em ti onde estão anseios
embaciaram-te os olhos
desejos que se perderam
de sonho que não sonhaste.
A trança que eu tive um dia
brilhava tal como a tua
mas tão negra tão da noite
tão feita de escuridão
que ao descer-me pelos ombros
entrou-me no coração.
Marília Gonçalves
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